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Lucas Headquarters #89 – Título novo-velho


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Vamos lá saber: Com muitas expectativas para o Backlash desta noite ou nem por isso? Eu quero acreditar que não será um PPV previsível e algo enfadonho, mas para vos ser honesto… o card não me chama muito a atenção.


Tendo em conta a maneira como Cody Rhodes foi apresentado no RAW pós-Wrestlemania, e tendo em conta o que tem acontecido aos grandes nomes que enfrentaram o Brock Lesnar nos últimos dez anos (Undertaker, John Cena, CM Punk), este combate não me inspira muita confiança (até dizia que não me inspirava nenhuma, mas gosto de manter um certo otimismo).




Depois vem aquele que para mim é o combate mais ridículo da história dos combates mais ridículos (e se não o é, andará lá perto): Seth Rollins vs Omos. 


Um combate sem grande história e muito menos com uma construção decente o suficiente para que se justifique um investimento de parte do nosso tempo (ou pelo menos, do meu). Para além disso, toda a gente sabe que o Omos é aquilo que aconteceria se o Great Khali e o Andre The Giant fossem misturados numa experiência científica, e pelo meio a máquina avariasse e ainda metesse lá genes do Giant González.



Vai na volta e ainda será Bad Bunny a safar isto outra vez. O adversário agora é maior e mais forte, sim senhor, mas se há coisa que o coelhinho mau pode ser capaz de provar já esta noite é que o disco de ouro que nos deu a ouvir na WrestleMania 37 não foi obra do Ocasio. (perceberam? Porque o nome dele é Benito Ocasio? *badumtss*).



OK, por agora chega de humor badalhoco. Até porque, muito mais que o Backlash, há outro assunto que há já algum tempo que vem merecendo a nossa atenção e algo me diz que este mês não vai acabar sem que falemos nele.


Há coisa de duas semanas (a 24 de Abril passado), Triple H apresentou, na abertura do episódio do RAW desse dia, um título… novo-velho. Isto porque retém o nome e, de certa forma, a aparência, de um velho conhecido título que esteve na moda na WWE praticamente durante toda a duração da primeira brand split e que depois, com o fim da tal divisão de brands, foi caminhando lentamente em direção ao pôr-do-sol até ser retirado no final de 2013. E é aí que entra a parte do “novo-velho”.




Porque este título é uma versão atualizada do saudoso World Heavyweight Championship, mas de certo modo foi-nos apresentado como se fosse uma coisa completamente nova, sacada da genial imaginação do senhor Hunter, quando sabemos muito bem que a única coisa diferente que fizeram com ele foi escarrapachar bem no centro o logotipo da WWE, como quem diz “epah, a gente comprou a WCW, mas não vá por aí algum Tony Khan ressuscita-la das cinzas, vamos pôr direitos de autor nisto, just in case”.



E pronto, lá ficou a malta toda contente, porque muitos deles nem sequer conhecem a história e o passado do título original, pode dar-se ao caso de quando a WWE surripiou a WCW, muitos deles ainda nem sequer terem nascido. E até aí está tudo bem, quer dizer, cada qual dá filhos à vida quando bem quer e lhe apetece, mas não tentem brincar com a inteligência de quem sabe perfeitamente que isso é só um update em HD 4K de um dos símbolos da infância de quem, como este vosso amigo, acompanha wrestling há mais de meia vida.


E sim, já se notou a milhas que eu estou a torcer o nariz a esta ideia. Mas calma, que eu também não sou nenhum Velho do Restelo (até porque não moro no Restelo, sou moço do campo, estou com roupa desportiva e muito menos tenho idade para ser considerado um velho). 


Não quer dizer que isto não seja uma ideia boa (como disse no início, gosto sempre de manter algum otimismo nestas coisas), mas dá perfeitamente para perceber que este título novo-velho é o resultado da teimosia da WWE em não acabar as coisas na altura certa e proporcionar os finais perfeitos às grandes histórias.


Não seria porventura muito mais fácil se na WrestleMania 39 o reinado de Roman Reigns tivesse terminado? Não seria a cereja no topo do bolo e um acontecimento verdadeiramente histórico vermos Cody Rhodes a ganhar o título que nem o pai e nem o irmão dezasseis anos mais velho alguma vez sonharam em ganhar?



E, se a WWE continuasse a optar por manter o Tribal Chief no topo, por mim até estaria tudo bem, se a mesma fórmula que deu a vitória a Roman Reigns nos últimos (cerca de) mil dias não fosse exaustivamente repetida. 


Isto é, num combate com 20 minutos, primeiros dez de ação “mano a mano” e, nos segundos dez minutos, imaginemos, cinco de interferência quase contínua de Jimmy e Jey, mais dois ou três minutos mano a mano para que não se fique a pensar que o Roman tem ganho sempre da mesma maneira, e aí aparece o Solo Sikoa, Samoan Spike em quem quer que seja, Spear do Roman e está mais que feito. Dá a impressão que a WWE está a ficar sem ideias, certo?


Então, se a WWE está a ficar sem ideias, eu volto a fazer mais ou menos a mesma pergunta, mas agora, num molde ligeiramente diferente: Não seria muito mais fácil se a WWE tirasse um dos títulos ao Roman Reigns? É que, a este ponto, já ninguém lhe tira o estatuto de Tribal Chief: quer a nível de nickname que assenta que nem uma luva no merch, quer a nível dos números que vão figurar nos livros da História do wrestling, porque, esses sim, é que contam. Mas isso será, espero eu, assunto para outra edição.



Para além disso, ontem lá mais para o fim da tarde chegou-nos aos ouvidos que, a partir da próxima semana, vai ter início um torneio que culminará no Night of Champions de 27 de Maio (o tal que vai ter lugar nas Arábias) com a coroação do novo-velho World Heavyweight Champion. Se bem me lembro, o Triple H tinha dito que o título novo-velho iria ser exclusivo do RAW, no entanto, parece que vamos ter pessoal do SmackDown a participar. 


E neste aspeto, parece-me que Triple H anda um bocadinho perdido e não sabe o que há de fazer com a sua vida. Quer dizer, não acabamos de assistir a um Draft? Qual é o sentido de haver pessoal do SmackDown a entrar na contenda pelo título?


O melhor que poderá acontecer é, se alguém do SmackDown for coroado campeão, transitar imediatamente para a brand vermelha. A questão é que, sendo esse cenário colocado em prática, o SmackDown (que já tem, em termos de tamanho, um roster mais pequeno do que o do RAW), perderá um grande nome, porque de certeza que não vão pôr o título num qualquer zé-ninguém que pertença ao lowcard, e alguém do RAW terá, obrigatoriamente, que fazer o percurso inverso.


Isto não beliscaria o roster vermelho nem um bocadinho porque o star power é maior e o tamanho também, e não sei até que ponto a WWE considerará pôr um top dog do RAW no SmackDown, que ainda considera, por vezes, ser o seu b-show, embora, num passado não muito distante, se tenha provado várias vezes o contrário.



 FUTUROS CAMPEÕES


Seth Rollins é considerado como o claro e incontestável favorito a ser o primeiro campeão novo-velho da História da WWE, mas outros nomes como o de Bobby Lashley, Drew McIntyre ou Edge têm sido apontados numa lista onde, para surpresa de ninguém, figura o nome de Cody Rhodes.








E isto faz-me pensar noutra coisa que me leva a torcer o nariz a este título novo-velho: Por muito boas intenções que Triple H tenha com esta revelação, a verdade é que, no plano prático, fica mais ou menos tudo igual, porque o principal campeão estará a monte e a WWE continuará, naquilo que é visível, a ter apenas um título.


Primeiro, com McIntyre a terminar contrato e longe de ter acordo para renovar, não acredito que esteja na calha para ser campeão. Edge, ao dizer que só tem mais um ano a competir ao mais alto nível, também não parece fazer deste novo prémio a sua prioridade. 


E depois, ter o Cody Rhodes como candidato a vencer o WWE World Heavyweight Championship demonstra que, ao fim e ao cabo, este título nada mais é do que um prémio de consolação destinado àqueles que, por obra e graça do Espírito Santo, não conseguiram vencer o Tribal Chief. 


Ou, se preferirem aplicar a terminologia PG, dar este título a qualquer um destes nomes é como se nós estivéssemos a fazer uma birra no supermercado e a nossa avó viesse com um punhado de rebuçados e nos dissesse “vá, toma lá isto que é para não chorares”. No imediato, sabe-nos bem, mas depois vai ser preciso muito mais do que rebuçados para nos acalmar.


E vocês, que análise fazem à instauração deste título “novo-velho”? E quem apontam como primeiro campeão?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, de acompanhar amanhã mais um episódio de Portugal Wrestling Championship e de deixar a vossa opinião aí em baixo.. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!

 


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