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Lucas Headquarters #84 – Combates da Wrestlemania… que nem quem não come queijo se lembra



Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! E finalmente estamos em fim-de-semana de Wrestlemania!! A “novela” da Bloodline, a ascensão de Cody Rhodes, a oportunidade de Rhea Ripley… tudo culminará nestas duas noites!! Vamos arrumar no canto mais um ano na WWE e vamos dar as boas-vindas a um novo ano já na segunda-feira, no RAW após a Wrestlemania. Vamos ter dias bastante animados e de certeza que as próximas semanas darão pano para mangas por aqui, ou pelo menos assim espero.


Ora bem, o fim-de-semana, bem o sabemos, é festivo, vamos ter dias recheadinhos de ação e não se limita apenas à WWE: ontem tivemos o Supercard of Honor da Ring of Honor (o side project, vamos chamar-lhe assim, do “nosso” Tony Khan), e amanhã temos a segunda ronda do Cinderella Tournament, cuja antevisão foi feita na edição da semana passada. Portanto, meus amigos, o difícil é escolher, assim como arranjar tempo para tudo…





E já que falamos de Wrestlemania, seria quase um sacrilégio não dedicar a edição deste fim-de-semana ao Maior Evento do Ano, Panteão dos Imortais, ao Evento onde nascem as verdadeiras lendas. Afinal, todos concordamos que isto é o Superbowl do entretenimento desportivo.


Este lendário evento conta já com 39 edições (se contarmos a que vai começar já nesta noite) e desde 2020, ano de suspense pós-apocalíptico global, que adotou um modelo dividido em duas noites – decisão que, para mim, só peca por tardia, porque por muito que gostemos disto, ninguém tem paciência para ver sete horas seguidas de wrestling. 


E para além disso, um modelo de duas noites renova o nosso interesse, deixa-nos com vontade de mais ao fim da primeira noite, ficamos a pensar “eh pá, se esta primeira noite foi assim tão boa, será que a segunda vai ser igualmente boa, ou será que vai ser daquelas para esquecer?”.


Pessoalmente considero que esta Wrestlemania tem bastante potencial para ser uma das melhores da memória recente, isto, claro, se for bookada convenientemente, de maneira a que nenhum dos seus intervenientes fique mal na fotografia. Não é uma missão de todo fácil e atrevo-me a dizer que as edições da Wrestlemania sem público foram francamente melhores em comparação às edições pré-pandémicas. 


Ora, com um card que conta com combates como Austin Theory vs John Cena, Kevin Owens e Sami Zayn contra Jimmy e Jey Uso, Drew McIntyre vs Gunther vs Sheamus (a julgar pelo combate entre os dois últimos no Clash At The Castle...), Rhea Ripley vs Charlotte, Cody Rhodes vs Roman Reigns, entre outros, não vejo razão para que esta Wrestlemania não possa ficar na história, até porque a quantidade de nomes que nos próximos anos podem alcançar ou manter posições de topo é razoavelmente simpática.





Só que, no meio destas edições todas e com esta panóplia de nomes com potencial para serem grandes, existem aqueles combates que foram alegremente obliviados da nossa memória. 


Ou porque vieram com muito hype e no final desiludiram, ou porque acabaram por ter estipulações um bocadinho estranhas, ou simplesmente porque houve tantos combates bons numa WrestleMania que o menos bom foi deixado para trás. E é normal, às vezes a malta vê tanto wrestling que não é obrigada a lembrar-se de tudo. 


Mas mesmo assim, as entradas nesta edição são dignas de memória porque muitas delas fizeram parte da carreira de alguns dos nomes maiores da WWE e, em última análise, do wrestling em geral.


Vamos a isso?


Undertaker vs Giant Gonzalez (Wrestlemania IX, 1993)




Começamos esta lista em grande… literalmente, porque a primeira entrada conta com wrestlers que fisicamente medem mais de dois metros.


Lá para 1992-1993, Undertaker, que já naquela altura começava a cair no goto das massas, andava entretido com os associados de Harvey Whippleman. Primeiro foi Kamala, no primeiro coffin match (na altura assim se chamava) no Survivor Series de 1992, e depois Giant González, na Road to Wrestlemania de 1993, que culminaria na Wrestlemania IX. 


Tudo isto acontece porque o gigantone de 2,30m eliminou o Deadman no Royal Rumble Match sem sequer ser parte do combate, lançando as bases para um combate perfeitamente miserável, apesar de todo o hype que levava, fruto da participação do Undertaker num combate cujo adversário era três a quatro vezes maior.


Ao wrestler argentino faltava-lhe mobilidade, problema que Undertaker bem tentou contornar ao aplicar todas as moves possíveis e imaginárias, não conseguindo, mesmo assim, arrancar de González uma performance que se diga sim senhor. Para além disso, o final do combate foi muito pouco “limpo”, tendo este sido o único combate da Streak que Taker venceu por desqualificação, após levar com uma dose de clorofórmio.


O facto de Giant González não ter correspondido ao que se esperava, aliado ao final algo confuso e pouco convencional para um combate da Streak fazem com que este combate seja alegremente ignorado por quase todos os fãs. Uma coisa é certa: Tínhamos em Giant González um Omos dos anos 90. E esse pedacinho de História já ninguém nos tira.


Braun Strowman vs Shane McMahon (Wrestlemania 37)





É natural que quase ninguém se lembre deste combate, porque sejamos sinceros… tanto a premissa que nos levou a ele como o combate em si foram podres de maus.


Para já, via-se perfeitamente que este combate demonstrava o quão perdida a WWE andava em termos de planos para o Strowman, e que não fazia questão de se reencontrar no que a isso dizia respeito.


E depois, a premissa do bullying era a prova do quão no fundo do poço a WWE tinha decidido bater. De certa forma, essa história já tinha sido repetida aquando da feud entre Alexa Bliss e Nia Jax na Wrestlemania 34, com o tema a ser especificamente o bodyshaming. 


Portanto, repeti-lo outra vez não demonstrava só falta de criatividade, senão também a inércia da WWE em construir uma storyline melhor. Vale pela estipulação.


Apollo Crews vs Big E (Wrestlemania 37)




Este combate não figura aqui por ser necessariamente mau (que é a condição básica para que, à partida, qualquer combate seja mais facilmente esquecido), mas porque a feud entre o Apollo Crews e o Big E simplesmente não teve a continuidade que se esperava.


A personagem do Apollo Crews nem sequer era assim tão má, quanto muito era um protótipo daquilo que é agora a gimmick do Roman Reigns, obviamente que com as suas especificidades (direito a guarda-costas, sotaque africano a condizer e por aí adiante) e Big E já começava a gozar do merecido estatuto individual enquanto Intercontinental Champion. 


E o combate até cumpriu, tendo em conta que a estipulação não passava de um “simples” No Holds Barred com objetos tipicamente africanos. O save de Dabba-Kato também lhe permitiu ter algum protagonismo, sobretudo nas semanas que se seguiram…


Agora, se me perguntarem “e se a feud tivesse tido continuidade?”. Eu digo, ambiguamente, que “depende do que se faz”, ainda para mais quando falamos de Apollo Crews, um wrestler que não tinha tido muita visibilidade e que, com aquele heel turn, começa a subir a pique. 


Mas nunca é a decisão ideal que se abdique de uma feud do dia para a noite, até porque, se os planos que se seguem forem muito piores, acabamos por chegar à conclusão que aquela feud afinal era qualquer coisa de especial… o que quer que “especial” queira dizer, neste caso.


Undertaker vs Big Show e A-Train (Wrestlemania 19)





“Quê? Undertaker a defender a Streak num handicap match?” – Pensam vocês com compreensível admiração. Mas a verdade é que isto aconteceu, meus filhos. E, mais esquisito ainda, este combate estava originalmente programado para ser um Tag Team Match, só que Nathan Jones foi atacado pelos F.B.I.. Mas engane-se quem pensar que o American Badass estava arrumado, até porque seria estranhamente óbvio ver a Streak ser quebrada num combate que o coloca em desvantagem.


E é aí que Nathan Jones volta a aparecer para equilibrar contas, permitindo a Undertaker fazer o pinfall no A-Train e continuar invicto no evento. Não é o combate mais memorável precisamente por isso: Porque parece que foi uma coisa feita meio em cima do joelho, demasiado fora da caixa para um combate do Undertaker na Wrestlemania… Mas no fim de contas, era um combate a contar para a Streak, vale o que vale e terá o seu mérito por não ser um combate apenas “a feijões”.

 

Goldberg vs Brock Lesnar (Wrestlemania XX, 2004)





É um combate perfeitamente olvidável, e percebe-se porquê. O combate tinha tudo para corresponder ao hype que gerava, Brock Lesnar já naquela altura era a Next Big Thing e Goldberg estava a terminar um ano que tinha culminado com um reinado como World Heavyweight Champion. Até se pôs em prática a ideia de ter Stone Cold Steve Austin como árbitro convidado, para ver se espremiam algum sumo daquelas laranjas… mas dava para ver que tanto um como o outro já se estavam perfeitamente a lixar para aquilo.


Não houve contacto físico, quanto muito waist locks e headlocks, e durante vários minutos a única coisa que verdadeiramente interessou foi ver Steve Austin a passear dentro do ringue.


E o que se seguiu a isto foi o reflexo daquilo que sempre foi o modus operandi destes dois wrestlers: Spear -> F5 -> Spear -> Jackhammer e acabou-se. Tudo aquilo que podia ser um combate digno de encerrar a primeira passagem dos dois pela WWE tornou-se na materialização do desejo dos fãs em vê-los dali para fora.


E as coisas não melhoraram muito, pelo menos no que a Goldberg diz respeito, já que dois anos depois de ter voltado, Goldberg quase se matou a ele e ao Undertaker no infame combate do Super Show Down…


E vocês, que combates facilmente esquecíveis da história da Wrestlemania gostavam de destacar?


E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site do WN, pelo nosso Telegram, deixem opiniões aí em baixo, sugiram temas, o costume. Para a semana, se tudo correr bem, cá estarei com mais um artigo.


Peace and love, e até ao meu regresso! Que seja uma excelente Wrestlemania!!


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