Lucas Headquarters #83 – STARDOM Cinderella Tournament 2023: Quando os desejos são ordens
Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como é que isso
vai? Sejam bem-vindos a mais um “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!
Pois é, a Wrestlemania está aí ao virar da esquina… Passou depressa, não foi? E
por mais irónico que possa parecer, esta última semana de “Caminho” até ao
Maior Evento do Ano promete concentrar atenções em muitas empresas… menos na
WWE. Reparem:
Neste fim-de-semana temos muita ação no que a STARDOM diz
respeito, com o New Blood Premium no Sábado e a primeira ronda do Cinderella
Tournament no Domingo;
Dia 25 temos o Sacrifice da IMPACT, com a nossa Killer Kelly
a enfrentar Miyu Yamashita no Sacrifice Fallout.
E como se isso não fosse suficientemente bom…
Nesse artigo,
para além de vos ter falado de maneira geral sobre o modo como a empresa funciona, de ter falado nas campeãs da altura e de
vos ter dado algumas razões pelas quais vocês devem acompanhar o trabalho das wrestlers,
eu falei também dos torneios que a STARDOM costuma organizar.
Vale sempre a pena lembrar – até para quem está agora a começar
a acompanhar o wrestling japonês, joshi ou não – que estes
torneios, para além de nos proporcionarem maiores e generosas doses de ação e imprevisibilidade,
servem também para evitar a estagnação de um roster que, no caso da empresa
de Rossy Ogawa, é bastante extenso, e que de outra forma não teria tantas
hipóteses de brilhar.
Para além disso, o que seria do wrestling sem o seu
constante apelo ao pathos dos fãs, como aliás se viu na última edição do
5 STAR GP, onde Hazuki liderou a par de MIRAI durante todo o mês de Agosto para
depois Giulia remontar de forma épica para a previsível vitória?
E é com este contexto que chegamos ao segundo maior torneio
da STARDOM, que, na minha ótica, é uma preparação para o 5 STAR GP que vai acontecer
entre Julho e Setembro/Outubro, mas que nem por isso deixa de ter o seu lugar
ao sol, sobretudo pela… inovação da estipulação que é a sua razão de existir. Este
Domingo terá início o Cinderella Tournament, um torneio mais ao estilo high-speed
e mais curto (em termos de calendário) do que o 5 STAR, que já conta (contando
com a deste ano) com nove edições.
“Mas porquê o nome “Cinderella””?, perguntam vocês, e muito bem. E a resposta é simples e, no mínimo, curiosa. O nome vem da recompensa que é dada à vencedora do torneio, e que em boa verdade pode ser… o que ela quiser. Um combate pelo título, um grudge match… qualquer desejo que a vencedora queira ver realizado tornar-se-á uma ordem.
Ao contrário do 5 STAR GP (que é disputado num sistema de
pontos, com a vitória a valer 2, o empate 1 e a derrota 0), o Cinderella
Tournament é disputado no chamado mata-mata, ou seja, num sistema de
eliminatórias, com os combates a terem a duração máxima de 10 minutos e a vitória
a poder ser conquistada das mesmas formas de sempre (pinfall, subjugação,
DQ, countout…) e ainda pelo estilo Royal Rumble, over the top rope.
O torneio terá lugar até ao dia 15 de Abril, e o calendário
das eliminatórias é o seguinte:
Primeira Ronda: 26 de Março;
Segunda Ronda: 1 de Abril;
Quartos-de-final: 2 de Abril;
Semifinal e Final: 15 de Abril.
Antes dos prognósticos, vale a pena olhar para as
participantes do Cinderella Tournament deste ano, bem como para a vencedora e
finalista de 2022:
Ami Sourei, AZM, Giulia, Hanan, Haruka Umesaki, Himeka, Hina,
Koguma, Lady C, Mai Sakurai, Maika, Mariah May, Mayu Iwatani, Mina Shirakawa, MIRAI,
Miyu Amasaki, Momo Kohgo, Momo Watanabe, Nanae Takahashi, Natsuko Tora, Natsupoi,
Rina, Ruaka, Saki Kashima, Saya Iida, Saya Kamitani, Starlight Kid, Syuri, Tam
Nakano, Thekla, Tomoka Inaba, Utami Hayashishita, Yuna Mizumori e mais duas
participantes mistério.
Vencedora de 2022: MIRAI;
Finalista vencida da edição de 2022: Koguma.
Posto isto, quem poderá ser a próxima Cinderella da STARDOM?
Mariah May
É um nome que me parece bastante improvável, mas que será justo ter em conta em virtude da ascensão que tem tido e da popularidade que vai conseguindo amealhar.
Para isso muito contribui o facto de estar a ser
mentorada por Mina Shirakawa, com quem forma as Club Venus, bem como o
caso da própria MIRAI, que chegou à STARDOM em Janeiro do ano passado e que,
meses depois, seria a vencedora da edição de 2022 do torneio, o que faz com que
a vitória de Mariah May não seja um cenário tão irrealista como parece.
A única coisa que poderá impedir a vitória da wrestler britânica é mesmo um conflito de interesses com a sua mentora. Mina Shirakawa é apontada como a principal favorita à vitória, graças aos esforços que tem feito para conquistar o Wonder of STARDOM Championship e que já duram há largos meses.
Seria
uma desilusão ver as Club Venus desintegrarem-se por causa deste torneio, já
que estão a fazer maravilhas quer para a própria Shirakawa, quer para Mariah
May. Pena que a estadia de Xia Brookside tenha durado (muito) pouco.
Hazuki
Desde a liderança de que usufruiu durante o primeiro mês do
torneio até ao candidato a combate do ano que teve com Saya Kamitani nas finais
do Triangle Derby (em que colocou o público todo em suspenso com a forma como
se safou – até certo ponto – de todos os finishers e signatures por
parte da adversária, numa wrestling clinic que durou 22 minutos), Hazuki
tem vindo a surpreender pela positiva todos aqueles que acompanham o seu
trabalho, e agora terá mais uma oportunidade para isso quando enfrentar
Mercedes Moné e AZM pelo IWGP Women’s Championship no Sakura Genesis, a 8 de
Abril.
No entanto, e sabendo que provavelmente Hazuki não sairá do
Sakura Genesis com o ouro, a integrante das STARS tem aqui um bom plano B para
trabalhar, podendo finalmente ter via aberta para conquistar um título que,
depois do espetáculo que deu a 4 de Março, já podia muito bem ser seu.
Himeka
Se vai acontecer? Muito provavelmente não. Mas era um
excelente final de carreira para alguém em quem o público sempre depositou toda
a esperança, em grande parte devido à excelente simbiose que teve com Maika e
por ser parte de uma stable liderada pela inconfundível Giulia, a atual
World of STARDOM Champion que é, por sinal, a maior Main Eventer da
empresa por estes dias.
Himeka vai embora a 23 de Abril (terá ainda um spin-off match
na Pro Wrestling WAVE uma semana depois) e dar-lhe a vitória no Cinderella
Tournament seria um sinal de agradecimento a alguém que, mesmo que tenha quase
sempre estado numa posição secundária, sempre deu tudo de si, às Donna del
Mondo e à STARDOM em geral.
Mina Shirakawa
Shirakawa parece estar a atravessar uma fase de rejuvenescimento da sua carreira ultimamente: Desligou-se – em parte – das Cosmic Angels para fundar as Club Venus e tentar seguir o seu próprio caminho, e pelo meio ainda vai dando a Mariah May espaço para mostrar o que vale.
Tudo isto, a juntar ao esforço inglório para conquistar o White
Belt no Hiroshima Goddess Festival de Outubro (que a deixou lesionada e afastada
dos ringues por dois meses) faz com que o Cinderella Tournament seja o estímulo
perfeito para que Shirakawa conquiste mais alguma glória em nome próprio, num
palmarés que conta apenas com um reinado como Future of STARDOM Champion e
outro como Artist of STARDOM Champion, cujos louros dividiu com Tam Nakano e
Unagi Sayaka.
A vitória de Shirakawa no Cinderella Tournament seria, também,
uma forma de confirmar que esta reinvenção pela qual passou não foi em vão, e que
aquilo que hoje pode ser um reinado como Wonder of STARDOM Champion, poderá ser
algo mais daqui a um ano ou dois. Talvez #RedBeltMina, quem sabe…
E vocês, quem acham que será a sucessora de MIRAI como “Cinderela”
no torneio deste ano?
E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não
se esqueçam de passar pelo site do WN, pelo nosso Telegram, deixem opiniões aí
em baixo, sugiram temas, o costume. Para a semana, se tudo correr bem, cá
estarei com mais um artigo.
Peace and love, e até ao meu regresso!