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Lucas Headquarters #53 – Virar a Casaca?


 


Ora então boas tardes, comadres e compadres! Bem-vindos sejam a mais uma edição do “Lucas Headquarters” num sábado onde ainda ecoa essa grande notícia que é a introdução do Undertaker no WWE Hall of Fame este ano! Acho que nunca questionámos se Mark Calaway merecia ou não essa distinção; a nossa preocupação sempre teve a ver com “quando”.


Já aqui muito falei do Undertaker, poderia fazê-lo de novo, mas esta semana o burburinho é outro. E para mim, era impossível deixar passar este fim-de-semana sem falar nisto, até porque, sejamos honestos, estamos todos às aranhas com isto. Diria até que ficámos presos numa teia de emoções (see what I did there?).



Pois é, aquilo que ninguém esperava aconteceu e Cody Rhodes, que ajudou a trazer a AEW à vida, saiu da empresa, tendo a sua saída sido conhecida na tarde ne terça-feira. E a partir daqui podemos ver esta questão de várias perspetivas.


Eu acho que falo por todos quando digo que Cody Rhodes era daquelas pessoas que eu esperava que ficassem na AEW até passarem para o plano espiritual. Ele pôs tanto empenho e tanta paixão na criação do conceito que deu lugar à All Elite Wrestling, o desejo de apresentar um produto alternativo e fresco em relação à WWE era tão forte e ardente que simplesmente achávamos que mais depressa saía o Kenny Omega ou os Young Bucks do que o próprio Cody.


E para isto muito contribui a reputação que o precede: O pai, o lendário American Dream Dusty Rhodes, foi um wrestler incomparável e um booker notável, sobretudo nos primeiros tempos do NXT, que ele próprio ajudou a moldar. Portanto é natural que Cody tomasse para si a responsabilidade de seguir as pisadas do pai e que achasse que quanto mais tempo estivesse envolvido no processo criativo da AEW, mais fácil seria para ele cumprir esse legado.



Mas não. Cody sai, e sai depois de ter ajudado a tornar a AEW numa concorrente digna desse nome, talvez à custa de uma ou outra provocação à empresa onde o papá marcou uma era e onde o mano deixou um legado tremendamente desvalorizado que um dia, se a WWE tiver bom senso, lhe dará um lugar no Hall of Fame. 


Sai por uma porta a pender para o pequeno, porque apesar de ter tido grande protagonismo no início, parece-me que o foi perdendo com o passar do tempo (embora – e vale a pena realçar isto – tal coisa nunca tenha posto em causa a sua importância no surgimento da AEW).


Para mim, a saída de um wrestler, seja de que empresa for, nunca poderá ser work, sobretudo quando o próprio CEO dessa empresa confirma a notícia logo a seguir. Ora, não tardou muito até que Tony Khan confirmasse que Cody Rhodes estava de saída, e demorou ainda menos até começarmos a ver reações por parte de muitos dos wrestlers que com ele partilharam o balneário na AEW.


E depois, vamos lá ver: Quando, dia após dia, hora após hora, saem cada vez mais e mais detalhes e informações sobre o que levou Cody Rhodes a sair, como é que alguém pode considerar isto um work?




E depois existem outros, como um amigo meu que também é fã desta modalidade, que assim que vêem rumores que dizem que Cody Rhodes saiu da AEW e poderá estar a caminho da WWE dizem que Cody é um charlatão, que virou a casaca, que só fez isto para provar ao Vince que se conseguia arranjar sozinho e tal.


Sim, reconheço alguma veracidade nestas críticas, afinal um cenário destes (que mais tarde ou mais cedo se confirmará, creio) só acaba por dar razão a um Vince McMahon que, de tantas vezes que já viu wrestlers seus saírem para voltar anos mais tarde, pensa que não importa por quantas empresas estes gajos lutem, os títulos que ganhem… no final de contas acabam sempre por voltar para ele. Mas, por outro lado, há casos em que podemos confirmar que esse regresso foi minimamente feliz. 


Drew McIntyre, por exemplo, tinha mais ou menos a minha idade quando em 2010 conquistou o Intercontinental Championship. Em 2014, bateu no fundo como membro de uma banda que tocava instrumentos invisíveis. Mas acabou por voltar, e em boa hora o fez, porque conquistou o WWE Championship e acabou por assumir um papel fundamental quando a empresa se via a braços com a pandemia.




Jinder Mahal conheceu mais ou menos o mesmo destino. Saiu, voltou e apesar de agora andar meio perdido, foi WWE Champion num reinado que a muitos surpreendeu.




Portanto, é claro que Vince McMahon não vai contratar Cody Rhodes só para depois o desprezar por ter lutado na concorrente. O CEO da WWE sabe que Rhodes está no auge da sua carreira, e que a fundação da empresa concorrente serviu, quanto mais não seja, para que este ganhasse conhecimento de como é gerir um negócio de wrestling.


Não é, por isso surpresa que a WWE esteja já a cantar vitória com a saída dele da AEW, pois sabem que terão a oportunidade de provar que qualquer wrestler que troque a All Elite pela WWE será bem tratado e gozará de uma carreira de sucesso. Obviamente que, tendo sido Vice-Presidente Executivo da AEW, Cody Rhodes é o gajo ideal para que a WWE passe essa mensagem.

 


No que diz respeito à própria AEW, agora é que terão a verdadeira oportunidade de provar se fazem tão boa concorrência à WWE como muita gente diz. É fácil gerir uma empresa quando toda a gente está presente e a remar para o mesmo lado, mas quando falta uma peça tão importante no puzzle, é essencial que se encontrem soluções. Agora, que soluções são essas? É esperar para ver.


O que têm a dizer sobre a saída de Cody Rhodes da AEW? Acreditam que tudo não passa de um work? Se não, acham que Rhodes poderá voltar à WWE?


E assim termina mais uma edição do “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pela página e pelo site do WN, deixar a vossa opinião nos comentários, tudo o que sabem fazer melhor. Para a semana cá estarei, se tudo correr bem, com mais um artigo!


Peace and love, e até ao meu regresso!

 





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