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Lucas Headquarters #51 – A Segunda Vinda de Ronda Rousey


Ora então boas tardes, comadres e compadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição do “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! A Road To Wrestlemania já começou, a partir daqui muito se vai especular, mas digam-me: O que acharam do Royal Rumble? Honestamente, para mim foi um desastre, não fosse o Roman vs Seth, o Royal Rumble Match feminino e o It Couple vs Grit Couple e tinha sido um PPV que eu nem sequer teria sido capaz de ver.


Mas, no meio de tanta coisa má, o Royal Rumble trouxe-nos uma coisa com que não estávamos a contar: O regresso de Ronda Rousey. 


E eu sei, a possibilidade do regresso da Baddest Woman on the Planet foi aumentado à medida que as notícias que davam conta da sua chegada a St Louis foram saindo, mas ainda assim… pela forma como saiu depois da Wrestlemania 35 e pela forma como falou dos comportamentos dos fãs desde aí… o seu regresso nunca me pareceu assim tão certo.



Como seria de esperar, esta segunda vinda de Ronda Rousey gerou controvérsia, muito barulho e muitas opiniões divergentes. E todo este burburinho que se gerou à volta dela fez-me lembrar aquele burburinho que se gera sempre à volta de personalidades com reconhecido sucesso, como é o caso de Cristiano Ronaldo, Leo Messi e até dentro da própria WWE, com Becky Lynch e Charlotte Flair, por exemplo.


Toda a gente lhe reconhece qualidade, toda a gente reconhece que ela é capaz de atrair público e mudar o rumo das coisas usando o seu star power, mas muitas vezes a nossa preferência pessoal, aliada a um ou outro comportamento mais polémico ou infeliz, retira-nos o discernimento necessário para termos uma visão mais imparcial sobre o desempenho de todas essas estrelas.


Com Ronda Rousey passa-se exatamente a mesma coisa: Não é segredo para ninguém que ela cresceu a ver wrestling, que se influenciou em nomes como Rowdy Roddy Piper e que é tão fã disto quanto todos nós. Mas a forma como foi automaticamente lançada para o topo da WWE e sobretudo a forma como saiu depois de ter perdido na Wrestlemania 35 deixou no ar uma má impressão sobre ela. E essa má impressão ainda perdura mesmo depois de três anos sem a vermos no ringue.




Olhando agora exclusivamente para esta segunda vinda da perspetiva do estado atual da WWE, é claro que o seu regresso se justifica. A WWE está, já há uns valentes anos, a passar por uma grave crise de identidade. 


O produto que nos apresenta está, atualmente, muito abaixo daquilo que a empresa é capaz de produzir; os wrestlers perdem, cada vez mais, o interesse em vir para a empresa, preferindo a sua concorrente direta (AEW) ou as indies. 


Os ratings, esses, descem a pique e não parecem dar sinais de melhoras. Há uma guerra interna entre a WWE e Mustafa Ali e nos últimos tempos têm havido saídas em debandada da empresa sob a desculpa de “cortes orçamentais”. 


Portanto, com o plantel um tanto desfalcado devido a estas saídas, é natural que a chegada de Ronda Rousey venha compensar essas vagas, já que, na ótica dos responsáveis da WWE, uma Ronda Rousey vale por tudo o resto (e o mesmo se aplica a Brock Lesnar).



O busílis que a WWE não está a ver, e não está a ver porque não lhe convém, é se Ronda Rousey é assim tão vital para a sobrevivência da WWE. E nesse aspeto acho que a resposta é consensual: Não.



Vejamos. Quando Ronda chegou em 2018, Asuka era a estrela emergente: Tinha feito história ao conquistar a primeira vitória de sempre num Royal Rumble feminino e tinha via aberta para o combate da sua vida, só lhe faltando escolher a adversária, entre Charlotte e Alexa Bliss, estrelas que já estavam consolidadas. 


Em sete meses, Rousey chegou ao topo e conquistou o RAW Women’s Championship, mas paralelamente à sua ascensão, Becky Lynch subia cada vez mais rapidamente a montanha da WWE. 



Ronda Rousey sai pouco mais de um ano depois, já Becky Lynch se tinha afirmado em pleno, vencendo o Royal Rumble Match e conquistando um lugar no combate decisivo da Wrestlemania, após meses de tumultuosos confrontos onde o seu lugar chegou a estar em risco. Quando Rousey sai, após a Wrestlemania, Lacey Evans começava a despontar e, ainda no NXT, já Bianca Belair confirmava o potencial a si apontado.




Até que chegamos a 2022. Num espaço de dois anos, entre as muitas saídas que houve no roster da empresa, Becky Lynch e Charlotte continuam a dominar, Sasha Banks também tem o seu destaque, Bianca Belair está em alta e Liv Morgan aparece finalmente no mapa depois de um 2021 onde mostrou que merece uma aposta mais firme. 


A juntar a isto tudo, ainda há Io Shirai (que apesar de estar no NXT não deverá estar muito longe do Main Roster) e Raquel González, que deverá subir ao Main Roster depois da Wrestlemania.



Só neste parágrafo contámos sete nomes, entre estrelas consolidadas e outras com potencial. Para além destas sete wrestlers ainda há Bayley, que está lesionadada. São oito nomes no total.



Vendo as coisas por este prisma, não só a WWE não precisa de Ronda Rousey como a sua chegada vem pôr a nu outro problema crónico da empresa: O problema da criação de estrelas. Mas diria até que a WWE não cria estrelas simplesmente porque não quer, e prova disso é o facto de ter dado a vitória no Royal Rumble feminino a alguém que esteve três anos fora em vez de apostar numa das estrelas que está a tentar criar.

Qual é a vossa opinião sobre esta segunda vinda de Ronda Rousey para a WWE?


E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página e pelo site do WN, deixar a vossa opinião aí em baixo nos comentários, essas macacadas do costume. Para a semana, se tudo correr bem, cá estarei com mais um artigo!


Peace and love, até ao meu regresso!



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