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Lucas Headquarters #38 – E tudo o Tio Vince despediu…

 


Ora então boas tardes, comadres e compadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Tiveram saudades do vosso Tio do Alentejo? Eu também, meus pudinzinhos de ovos, eu também… Só que as últimas semanas têm sido uma correria infrutífera para mim, porque descobri que andei a contar fitas para um evento que foi tão mal organizado que nem sequer vale a pena lá ir, mas pronto.

Ora bem, como vocês já se devem ter apercebido, a WWE protagonizou na última quarta-feira à noite mais uma infame onda de despedimentos e não há tema nenhum que o pessoal esteja disposto a mencionar. (Mentira, por acaso até há, que o Europeu está aí e coiso e tal, e temos que colocar as cervejas e os tremoços a postos, tirarmos licença sem vencimento dos nossos empregos e passarmos todos a ser olheiros do Despertar de Beja durante um mês).

Mas pronto, enquanto a bola não rola verdadeiramente, a gente faz um esforço para se concentrar só no wrestling e nas postas de pescada que todos os dias queremos mandar a Vince McMahon, Kevin Dunn e demais lacaios subservientes.

Braun Strowman, Ruby Riott, (Buddy) Murphy, Aleister Black, Lana, Santana Garrett. Estas seis alminhas foram corridas sem dó nem piedade de uma empresa que de tanto não saber o que é que há de fazer à sua vida põe-se a despedir empregados mais depressa do que uma tia minha se despediu da loja de conveniência que ela própria idealizou. 

E não me venham dizer que metade destes despedimentos não surpreendem, porque colocar um gajo como Strowman a lutar por títulos e fazer voltar o Aleister para os despedirem semanas depois é indicador de uma amnésia apenas possuída por quem tem alergia a Memofante.

Portanto, o que eu proponho que vocês façam comigo no artigo desta semana é que peguemos nestes seis escorraçados e demos uma “nota” aos despedimentos deles (quase tão seriamente como as rádios dão notas aos árbitros depois dos jogos de futebol), baseando-nos na surpresa geral que estas dispensas causaram. Para isso vamos usar uma escala de 1 a 5: 1 para o menos surpreendente, e 5 para o mais surpreendente.

Vamos a isto?

Braun Strowman – 5: Grande surpresa


(…) porque colocar um gajo como Strowman a lutar por títulos (…) para os despedirem semanas depois é indicador de uma amnésia apenas possuída por quem tem alergia a Memofante (…)”.

Acho que todos concordamos quando digo que destes seis, Braun Strowman é o nome que mais surpreende. E ele até nem era mauzinho a nível de presença em ringue (pese embora um move-set… algo corriqueiro, se é que me entendem), traz problemas da vida real para as suas feuds, o que vai de encontro ao PG rating e a malta hoje em dia preocupa-se com isso. 

Para além disso é um gajo humilde e sem grandes manias, sempre disposto a ter um momento com os fãs e a ajudar aqueles mesmos fãs que têm mais dificuldades. Até aqui tudo bem, um gajo às direitas e com princípios.

Mas a WWE abdicou dele porque agora está lá o Omos que pouco ou nada provou e um Shanky que eu nem sequer faço ideia de quem seja (não sei se com vocês é igual).

Ora, eu não sei quanto a vós, mas eu prefiro ter lá um gigante que saiba entreter (mesmo que o seu move-set não seja de encher o olho) do que dois que a mim pouco ou nada me convenceram até hoje. E esses até podem vir a saber lutar, mas quem me diz a mim que vão ter uma acting skill tão boa que nos leve a recordar as suas catchphrases de forma quase instantânea, ou a relembrar momentos em que afinal até descobrimos que há ali wrestlers com um certo talento musical? Pois…



Ruby Riott – 4: Surpreendente


A dispensa da Ruby Riott, confesso, custou-me imenso a digerir. Não porque ela seja uma excelente wrestler (ainda está muito longe do seu potencial) mas porque, tendo Ruby Riott “apenas” 30 anos, podia (e em boa verdade ainda pode) vir a surpreender muito.

A juntar a isso, a sua personagem de punk rocker rebelde, diferente e inconformada (que é um reflexo daquilo que é a Dori Prange, nome verdadeiro de Riott) sempre me cativou bastante. Se é pelo meu gosto musical ou por ser, em certa medida, também eu diferente, nunca saberei, mas a forma como ela mostrou a sua rebeldia na TV sempre me chamou a atenção.

Para além disso, Ruby Riott foi sempre alguém que salvou as carreiras daquelas com quem se cruzou (se não fosse ela, o que teria acontecido a Sarah Logan e Liv Morgan?) e que andou muitas vezes metida com os hot dogs da WWE, aliás, aquela feud com a Natalya em finais de 2018 mostrou que podia haver ali algo de muito bom. 

Mas infelizmente, na Women’s Division da empresa, se não foram umas certas quatro senhoras a papar tudo (you all know who I’m referring to) mais ninguém papa. 

Ruby foi vítima disso, como muitas outras. Temo pela Liv Morgan, honestamente, porque sei que a partir de agora a WWE a vai deixar esquecida no roster à espera que apareça outra storyline lésbica qualquer… E será só uma questão de tempo até que lhe seja mostrada a porta de saída.




Aleister Black – 4: Surpreendente



Podia muito bem ter-lhe dado um 5, só que, por fatores alheios a si próprio nunca chegou a ter grande impacto desde que chegou ao Main Roster, portanto um 4 assenta-lhe bem aqui.

Aleister Black era o pacote completo: Tinha a aura misteriosa, umas boas ring skills e era do tipo “strong and silent”, o que, na encarnação da sua gimmick ocultista, era sopa no mel. Foi dos hottest acts do NXT nos últimos anos, teve uma feud excelente com o também escorraçado (e polémico) Velveteen Dream, foi NXT Champion, deu show nos Takeovers. 

Chega ao Main Roster, junta-se ao Ricochet e é bem sucedido, ganha destaque no RAW pelas mãos de Paul Heyman, mas assim que este deixa de estar à frente do programa, também ele desaparece do mapa.

E tudo bem, a WWE lá saberá o que anda a fazer com o talento que tem. Mas fazê-lo regressar para uma feud e despedi-lo quinze dias depois é só… estúpido e precipitado. 

Ainda para mais quando planeavam uma nova música e quando alinhavavam tudo para que a sua afirmação pudesse finalmente acontecer. Mais: Não só isso é estúpido e precipitado, como é gozar com a cara dos fãs, que há tanto tempo ansiavam o seu regresso. WWE a ser WWE, e mais não é preciso dizer.



Lana – 3: Não aquece, nem arrefece



O caso de Lana, para mim, é-me perfeitamente indiferente. Valeu-lhe agora uma última run com a Naomi (que eu até não estava a desgostar) e uma ou outra vitória sobre a Nia Jax, mas toda a gente sabe que se não fosse isto, ela andaria por essa Women’s Division a encher chouriços ou a fazer coisas não muito interessantes.

No que ela era boa é que nunca mais teve oportunidade de brilhar. Na arte de gerar reações do público, de nos fazer odiar wrestlers, nisso é que nunca mais a vimos. Se ela nunca foi grande wrestler do ponto de vista das skills, porque é que continuaram a insisitir nisso? Com tanto wrestler que precisava de uma boa manager, e com uma manager certificada ali à mão de semear, e não lhe deram essa hipótese?

Agora já se sabe onde é que ela vai parar, que é onde está o marido… Depois queixam-se. MIROOOOO, CRUUUUUUUUUUUUSSSSSHHHHH!!



(Buddy) Murphy – 2: Pouco surpreendente


Para vos ser honesto, a saída do Murphy não me faz grande diferença e não me surpreende assim tanto. Tudo bem, teve sucesso no NXT, foi NXT Tag Team Champion e na divisão dos Cruiserweights também chegou a ser campeão. Seth Rollins deu-lhe nova vida e fez dele seu “discípulo”, numa parceria que aos meus olhos não era das piores coisas que já tinha visto (apesar de também não ser a melhor ideia de sempre por parte da WWE).

Mas comecei a perceber que a empresa já não sabia muito bem o que fazer com ele quando os seus responsáveis decidiram alinhá-lo com… Aalyah Gutiérrez, a filha e irmã dos atuais SmackDown Tag Team Champions, Rey e Dominik Mysterio respetivamente. E a partir daí foi sempre a descer.  Tão rapidamente o inseriram na família como o deserdaram, o que deu indícios que o seu tempo na WWE estava contado.

Ele até fazia um bom papel como o namorado caparrudo de uma rapariga tão esbelta e bonita, a história em si é que já tão cliché e já foi contada de tantas formas que já não gera interesse, o que acaba por também não ajudar quem nela se insere (neste caso, quem nela é inserido). Solução óbvia e expectável para um talento que, como tantos outros, foi “comido” pelo rápido virar da agulha dos responsáveis da empresa.



Santana Garrett – 1: Sem grandes surpresas



E se eu vos disser que, apesar de só ter assinado oficialmente pela empresa em 2019, Santana Garrett aparece na programação da WWE desde 2013? Custa a acreditar, não é?

Pois bem, Garrett sempre foi um dos nomes mais promissores desta geração de wrestlers, e ela própria o confirmou não raras vezes, com incursões pela IMPACT, Women of Wrestling ou Stardom. E isso valeu-lhe o bilhete para a WWE, onde, como vos disse, aparecia desde 2013, pese embora a assinatura do contrato só tenha sido rubricada em 2019.

 Participou no primeiro Mae Young Classic, em 2017, onde caiu às mãos da fisicamente superior Piper Niven, e tanto antes como depois disso nunca passou de uma jobber que só foi usada para elevar futuros talentos, muitos deles atualmente a fazer sucesso noutras andanças.

Considerando que Garrett nunca recebeu grande apoio por parte dos responsáveis da WWE, é justo dizer que este despedimento é o que menos me surpreendeu. Surpresa, isso sim, é ter demorado tanto a acontecer…

De entre estes que listei aqui, qual foi para vocês o mais surpreendente? E o menos?

E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página e pelo site do WN, deixar as vossas opiniões na caixinha dos comentários, sugerir temas... o costume. Para a semana cá nos encontraremos, e espero eu que agora possa voltar a trazer-vos novos artigos mais regularmente.

Peace and love, até ao próximo Sábado!

 


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