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Lucas Headquarters #31 – A Metaleira das Terras Abaixo do Equador

 


Ora boas tardes, comadres e compadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição do “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Chegamos às 30 edições do estaminé aqui no site… E mesmo a tempo, porque estamos na reta final do Caminho para a Wrestlemania (sim, tenho muita relutância a chamar-lhe “estrada”, vá-se lá saber porquê) e a partir daqui até dia 10, havemos de ter muito que falar, espero eu.

Por falar nisso, hoje trago para vocês a minha opinião sobre uma wrestler cuja estreia oficial no RAW também deu muito que falar, pela forma como chegou e pelo que fez nessa noite: Falo-vos da Nightmare, Rhea Ripley, que irá enfrentar Asuka na Wrestlemania pelo RAW Women’s Championship.


Para mim, falar da Rhea Ripley é falar de uma wrestler… fora da caixa, num certo sentido, mas é sobretudo falar de uma wrestler que me capta instantaneamente a atenção, ou não fosse ela, tal como este vosso amigo, uma fã das subculturas Rock e Metal (como se não bastasse termos por aí três anos de diferença…).

Mas pondo os gostos pessoais um bocadinho de parte, falar de Rhea Ripley é falar de uma wrestler… diferente. Uma wrestler que, pelo menos aos meus olhos, me faz lembrar vários wrestlers numa só. À primeira vista, é um bocadinho difícil constatarmos este facto, mas à medida que vamos acompanhando o percurso de certos wrestlers desde o NXT até chegarem ao topo, apercebemo-nos dos mais subtis pormenores.



A primeira coisa que constato quando vejo a Rhea é que ela não tem, de certo modo, uma personagem fixa. E agora poderão dizer-me, com algum grau de propriedade, que o conceito de gimmick, tal como o de kayfabe, está um bocadinho morto hoje em dia (culpa das redes sociais, talvez). Mas ainda temos vários wrestlers na WWE que encarnam uma personagem muito distinta àquilo que são na realidade. 

Por exemplo, tínhamos até há bem pouco tempo o Undertaker (talvez a personagem mais famosa do mundo do wrestling), um morto-vivo que cruza caraterísticas de filmes de terror clássicos e dos mundos de fantasia cinematográficos, que ressuscitava dos mortos, controlava as tempestades e o fogo, aparecia quando ninguém esperava, entre outros traços. 


Temos agora, por exemplo, o Apollo Crews, que desde que consumou um heel turn foi buscar às suas origens africanas a personagem de um clássico chefe tribal à moda daquele continente.
 


Temos a Charlotte Flair, que pegou no facto de ser filha de um dos maiores de sempre e construiu uma personagem quase típica da realeza, aparecendo num comprido robe e protagonizando entradas de pompa e circunstância em determinados PPV’s.



Depois, por outro lado, temos o Daniel Bryan, que tal como a Rhea também não tem um personagem específico que o distinga, apenas pegou em certos traços da cultura pop e em maneirismos que viu na TV para construir a sua persona dentro do wrestling. Por exemplo, quando Bryan estava na ROH, a sua música de entrada era a clássica “The Final Countdown” dos suecos Europe, cujo refrão ele cantava em conjunto com o público quando se empoleirava nas turnbuckles a caminho do ringue.



Com Rhea Ripley passa-se exatamente o mesmo. Ela não tem uma gimmick destinada, vai apenas buscar elementos da sua vida pessoal, nomeadamente a sua paixão por Rock e Metal, e adapta-os ao seu dia-a-dia na WWE. Outro exemplo disso é o famoso stomp que ela própria protagoniza, cuja “criação” pertence originalmente a Mitch Lucker, falecido vocalista da banda de deathcore americana Suicide Silence. 



Outro aspeto que separa Rhea Ripley das demais é o seu poderio físico, este mais facilmente detetável a olho nu.

Claro que a Rhea não tem a mesma capacidade de intimidação da falecida Chyna, ou a imponente moldura humana da sua antiga colega do NXT Raquel González (que também atrai muitas comparações com a falecida wrestler), mas é fácil ver que uma das razões pelas quais Ripley é tão adorada pelos fãs, para além de ser a própria versão de si mesma quando toca a causar impacto, é a facilidade que a australiana tem em ombrear-se fisicamente com qualquer um que lhe apareça à frente.

Quem acompanhou a carreira dela no NXT apercebeu-se disso vezes e vezes sem conta, mas especialmente na sua feud com Shayna Baszler, que para além de ser uma wrestler já experimentada noutras paragens um pouco mais brutais, é uma mulher com um porte físico também ele bastante bom, especialmente se tivermos em conta que a Queen of Spades fará já 41 anos no próximo mês de Agosto.



Por último, mas não menos importante, Ripley tem 24 anos, estreou-se no wrestling com 16 (sim, leram bem, 16 anos) e chegou à WWE com 21 (que é a idade que eu tenho à altura em que estou a escrever isto).



Ou seja, a Nightmare já leva oito anos de carreira nesta modalidade, já foi NXT UK Women’s Champion e NXT Women’s Champion, e pode fazer História se, na Wrestlemania, derrotar Asuka, tornando-se a primeira wrestler da WWE a conquistar os títulos femininos de NXT UK, NXT e WWE. 

Quer isto dizer que, em tão tenra idade para andar à porrada num ringue, Rhea Ripley já está a construir um currículo de respeito, e ainda tem mais 20-25 anos (à vontadinha) para o fazer, o que só demonstra o tremendo potencial que tem.



Pessoalmente, gostava mais que tivesse ido para o SmackDown Live, que me parece um pouco mais carenciado de talento feminino em relação ao RAW (tem apenas Sasha Banks, Bayley, Bianca Belair e pouco mais). Esta feud com Asuka será para ela um excelente ponto de partida, mas tenho a ânsia de a ver às turras com a Shayna novamente, e também com Sasha, a Bayley, a Becky Lynch e a própria Bianca Belair, isto num futuro não tão distante.

E vocês, o que veem na Rhea Ripley que a destaque das restantes?



E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters" aqui no WrestlingNotícias! Não se esqueçam de passar pelo site e pela página do WN, deixar a vossa opinião nos comentários e, como sempre, sugerir temas. Para a semana, como de costume, cá estarei para mais uma edição.

Peace and love, meus amigos, e até ao próximo Sábado!

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