Lucas Headquarters #27 - O melhor do wrestling em 2020
Por isso, decidi
lançar esta última edição do ano na última tarde do ano, para que todos
possamos despedir-nos deste ano para esquecer com um pouco de nostalgia e
felicidade. Porquê? Porque em contraponto com o artigo anterior (em que
recordámos o pior do wrestling neste ano), vamos hoje recordar o melhor
do wrestling em 2020!
E sim, 2020
é um ano que toda a gente prefere esquecer, mas isso não quer dizer que o wrestling
que vimos durante estas 52 semanas não nos tenha trazido razões para
sorrir, porque não há mal que dure sempre.
Sem mais
delongas, vamos embarcar na última viagem do ano!
#5 – A
concorrência da concorrência… minha amiga é
Por mais
confusa que possa soar esta entrada, a verdade é que é mesmo assim. A AEW
provou estar a desenvolver-se cada vez melhor e fechou uma inteligente parceria
com a IMPACT, permitindo que talentos de ambas as empresas se mostrem nos seus
programas semanais.
E o que é
que isto traz de bom, perguntam vocês? Tudo.
Para já,
permite que grandes nomes da AEW apareçam na IMPACT e ajudem a aumentar
audiências (vejam o que Kenny Omega está a fazer), e depois, já pensaram na
quantidade de bons combates que podemos vir a ter? Ainda para mais com Shanna e
Killer Kelly (potencialmente) a poderem entrar em cena?
Imaginem só… Rich Swann vs Kenny Omega. IMPACT World
Champion contra AEW World Champion.
Rosemary vs
Abadon. Tresloucada com a mania que é morta-viva contra tresloucada com a mania
que é morta-viva.
E depois há
tantos outros talentos que podem dar espetáculo… Os Good
Brothers, Ken Shamrock, Eric Young, Chris Jericho… Enfim, as coisas só podem melhorar, e
se a parceria for bem sucedida como parece ser, a AEW pode aproveitar para
subir cada vez mais no mundo do wrestling e continuar a oferecer algo
diferente aos fãs.
#4 –
Portugal a dar cartas
Se há coisa que o mundo aprendeu nos últimos anos, é que por mais pequeno que Portugal pareça, a verdade é que isso é apenas limitado à geografia. Senão pensem:
Temos
o melhor jogador do mundo em futebol, futsal e futebol de praia;
Temos um
português a competir na categoria mais alta do motociclismo;
Há poucos
meses vencemos o Grand Slam de dardos (exatamente, até nas setas o tuga
consegue ir longe…).
E como se
isto não fosse suficiente, o wrestling português conseguiu, finalmente,
ter algum tempo de antena na IMPACT, que apesar de todos os altos e baixos dos
últimos anos, ainda se mantém como uma das maiores empresas no espectro da
modalidade. Isto a juntar à presença portuguesa na AEW (onde Shanna vai, ao seu
ritmo, mostrando que sabe o que faz) é sopa no mel.
É certo que
a estreia de Killer Kelly na empresa poderá não ter sido bem-sucedida, mas não
foi por isso que não deixou bons indicadores dentro da própria empresa. Depois
da saída da WWE, Kelly tem agora um monte de novas possibilidades, e a IMPACT
parece ser o sítio ideal para ela. Às armas, Raquel!
#3 – O
regresso do ícone
Certamente
que não se trata de um regresso no sentido literal da palavra (uma vez que
Sting ainda não tinha lutado pela AEW), mas depois de ter andado escondido
durante anos não se sabe bem em que cantinho da WWE, é justo apelidar a chegada
de Sting à empresa de Tony Khan de “regresso”, uma vez que é muito possível que
o vejamos a fazer algo mais do que apenas ser uma figura cerimonial numa
empresa.
A
expectativa é muita e tem que ser bem gerida, uma vez que Sting já tem 61 anos
e fisicamente não se deve meter em grandes aventuras. Mas sem dúvida que a sua
chegada à AEW é um dos grandes momentos deste ano e uma grande jogada por parte
de Tony Khan e companhia, que lhe oferece um monte de possibilidades e uma
resma de talentos jovens para poder elevar, com toda a sua experiência e
sabedoria.
#2 – Dois
thrillers na Wrestlemania
Uma das
coisas que 2020 nos ensinou a todos é que, por vezes, precisamos de fazer das
fraquezas forças, por mais difícil que isso possa parecer ao início.
De repente,
um vírus desconhecido põe o mundo todo em clausura, condenado a viver num
eterno estado de ansiedade na esperança de uma cura que nos permita a todos
voltar a ter uma vida normal, pelo menos tão normal quanto antes.
Com isto
tudo, a WWE é obrigada a organizar, pela primeira vez na História, uma
Wrestlemania privada daquilo que lhe é mais fundamental: O público. Em plena
quarentena mundial, e para não cancelar o seu evento mais flagrante, Vince McMahon
vê-se obrigado a dividir o evento em duas noites e a avançar com o que estava
planeado, sem saber muito bem o que fazer.
É nestas
circunstâncias que a WWE saca da cartola dois combates que vão ficar na memória
dos fãs por muito tempo, enquanto reintroduz o conceito de “combate
cinematográfico” há muito adormecido.
Numa cartada
hollywoodesca, Undertaker e AJ Styles enfrentam-se num Boneyard Match que
mais parecia um filme de ação, e John Cena enfrenta “The Fiend” Bray Wyatt num Firefly
Funhouse Match, um thriller psicológico em toda a linha, com ambos
os wrestlers a percorrerem cenários inusitados e a vestirem a pele de
outros wrestlers que nunca pensámos ver.
#1 – You think you know me?
Quantos de
nós não expressamos as mais diversas emoções ao ouvir estas palavras? Houve
alturas em que esta frase significava que era altura de descarregar todas as
nossas frustrações para cima de um certo wrestler que parece que se
alimentava do ódio que nós, enquanto público, lhe dávamos todas as semanas.
Mas, bottom
line, apesar de ser aquele wrestler que todos adoravam apupar, Edge
sempre foi um dos wrestlers mais queridos e respeitados pelo trabalho
que fez na WWE. É paradoxal, não é?
Prova disso
foi aquele que me atrevo a descrever como sendo “o pop da década”. E
acreditem que, para quem como eu viu o Royal Rumble deste ano ao vivo, é bem
capaz de ter sido mesmo isso.
Edge entra
no Royal Rumble Match como #21, o público vai à loucura, spear atrás de spear
e leves traços de nostalgia quando o Rated-R Superstar se cruza com um
antigo parceiro seu, Randy Orton, numa troca de olhares que havia de desembocar
numa das mais intensas feuds de 2020. Ninguém, nem mesmo o mais sonhador
dos fãs, esperava isto, e isso tornou este momento ainda mais especial.
E vocês, o
que destacam de melhor no wrestling no ano que agora termina?
E assim dou
por terminada mais uma edição dos “Lucas Headquarters”. Não se esqueçam de
passar pela página do WN, deixem opiniões nos comentários, sugiram temas… o
habitual.
Da minha
parte, resta-me dizer-vos que foi um prazer estar com vocês aqui no blog num
ano que para mim não foi nada fácil, entre ansiedades e pandemias acabei por
pensar se era mesmo neste blog que queria continuar a escrever.
Mas depois
acabei por estrear este novo espaço, que para ser honesto, nunca pensei que
fosse tão bem sucedido. Obrigado do fundo do coração a todos os que perdem
tempo a ler o que escrevo e comentam, espero continuar a dar-vos razões para o
fazer em 2021.
Peace and
love meus amigos,
boas entradas e até para o ano!!