Lucas Headquarters #20 – Como enterrar monumentalmente uma stable
Com que então lá
chegámos ao Halloween, não é verdade? Cá para mim a gente só celebrava isto se
os nossos compadres americanos tivessem importado os Santos Populares. Que
divertido que seria vê-los a dançar a “Cabritinha” ou o “Apita o Comboio”
enquanto enfardavam quilos de Sardinha Assada e davam marteladas nas cabeças
uns dos outros. Ai, o que um gajo se põe a pensar em tempos de “pandumia”…
E como
estamos em altura de Bruxedo, vamos falar de uma certa rapaziada que anda por
esse RAW a fazer não se sabe bem o quê, liderados por um gajo que até era
porreiro, que tinha já o carinho e o respeito dos fãs e que de repente se vê a
liderar um quarteto de gente onde em condições normais ele próprio seria o elo
mais fraco.
Uma stable
que assusta verdadeiramente… pelo facto de não ser assustadora coisa
nenhuma.
Isso mesmo,
malta, adivinharam. Falemos dos Retribution.
Ora bem, eu
diria, do alto do meu sarcasmo misturado com senso comum, que os Retribution
parecem aqueles gajos da Secundária que têm a mania que são bullys e andam com
as hormonas aos saltos: Querem meter medo, mas no fim só dão despesa.
Despesa
monetária, porque os fãs vão ver quatro gajos que tinham um hype enorme à sua
volta e perderam por 3 vezes num curto espaço de tempo, fazendo com que todo
esse hype fosse reduzido a nada. E despesa temporária, porque um gajo podia
estar a ver wrestlers que fossem decentemente bookados e
aproveitados, e no fim tem que aguentar 20 minutos de enterro às mãos dos Hurt
Business.
Atenção,
pessoal, apesar de estarmos a existir a um monumental enterro, a WWE nem fez
tudo mal. A forma como eles revelaram Mustafa Ali como sendo o cabecilha deste
grupelho até que não foi tão má quanto isso. Para além disso, deu-nos a
oportunidade de ver um outro lado de um wrestler que julgávamos ser um
eterno babyface perdido algures no roster. E aí estiveram bem.
Só que, por uma coisa que fizeram bem, fizeram duas mal. Passo a exemplificar:
Retirada de um dos membros pouco depois da estreia
Para quem ainda não sabe ou não se apercebeu, os membros originais dos Retribution são T-Bar (Dominik Dijakovic), Mace (Dio Maddin), Slapjack (Shane Thorne), Reckoning (Mia Yim) e Retaliation (Mercedes Martinez, atrás na foto). Ora, a WWE resolve, às três pancadas, retirar Retaliation do grupo, fazendo-o de forma discreta, sem grandes justificações.
Será que não
aprenderam nada com a forma como arruinaram os Nexus? Será que não tiraram
lições das constantes divisões que com eles fizeram, pondo e dispondo dos seus
membros e transformando-os nos New Nexus (liderados por CM Punk) e nos Corre
(liderados por Wade Barrett)?
Como é que
estavam à espera que eles fizessem coisa de jeito se começaram por retratá-los
como um grupo que só queria porrada e depois os dividiram por dá cá aquela
palha? Não é que Retaliation a esta altura faça grande diferença, mas é
impossível prever um bom presságio quando sabemos que algo semelhante aconteceu
no passado e acabou a não resultar.
Sacrificá-los para wrestlers que já estão
estabelecidos no roster
E aqui nem me refiro tanto aos Hurt Business, que até estão a resultar bem como stable, Se estivessem separados andariam cada um a ser jobber à sua maneira, e o seu surgimento enquanto quarteto anda a fazer maravilhas quer para Bobby Lashley, quer principalmente para Cedric Alexander.
Refiro-me antes ao segmento de abertura de um dos mais recentes episódios do RAW, onde os Retribution partilharam o ringue com Joker e Harley… ups, The Fiend e Alexa Bliss.
Ora bem, The Fiend e Bliss enquanto “casalinho” estão
bastante over entre os fãs (e com razão, diga-se, a WWE acertou em cheio nesta
parelha). Mas a WWE acha mesmo que colocar os Retribution contra The Fiend (e tendo em conta a forma como The Fiend, também ele, costuma ser bookado) ia fazer maravilhas para
eles?
A WWE acha mesmo que colocar os Retribution a serem trocidados pelo The Fiend depois de já terem perdido duas vezes para os Hurt Business ia resolver os problemas?
Se a WWE queria bookar os Retribution como heels,
falharam redondamente. Não só lhes deram três derrotas, como permitiram que
fossem atacados em superioridade numérica. Dadas as circunstâncias, a
credibilidade do grupo é agora praticamente nula. Podiam até dar-lhes dez
vitórias seguidas, que os fãs irão sempre lembrar-se dos Retribution como o
grupo que levou sova atrás de sova, e que foi enterrado até ao esquecimento.
Em suma, os Retribution são aquilo que podia ter sido e não
foi, a rebeldia que não se manifestou no seu todo e um falhanço enorme da WWE. Consola-me
o facto de terem futuro como potenciais membros dos Slipknot, se é que me
entendem…
E desse lado, que opiniões têm a respeito dos Retribution e do seu booking miserável?
E assim termina mais uma edição dos "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página do WN, deixar a vossa opinião nos comentários, sugerir temas... o costume. Para a semana cá estarei de novo com mais um artigo.
Peace and love, pessoas! Feliz Halloween!