Lucas Headquarters #16 - "Paul Heyman Guys" que o tempo esqueceu (Parte 1)
Ora então
boas tardes, comadres e compadres! Sejam bem-vindos a mais uma edição do “Lucas
Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Como vão as coisas desse lado? Há quem
ainda vá de férias ou já tudo voltou ao trabalho?
Se vão de
férias este mês, nada de desculpas para não ler a edição desta semana nem a da
próxima, que isto lê-se 3x melhor que um livro. Não têm de virar páginas, só
fazer deslizar o ecrã! Viram como é simples?
Se voltaram
à faxina, vão ao gabinete do vosso chefinho e peçam-lhe cinco ou dez minutinhos
para ler isto, também não custa nada. Se ele recusar, façam-no às escondidas…
afinal, quem é que não procrastina em pleno horário de trabalho?
Ora bem, o
que vos trago aqui hoje e na próxima semana tem muito a ver com a surpresa que
a WWE preparou para nós nas últimas semanas. O nosso querido e amado “Big Dawg”
(*voz de Michael Cole*) voltou, e com ele trouxe uma nova atitude, uma
dentadura mais branca do que os pós que um gajo snifa quando está com uma
bezana em cima, mas sobretudo… um novo “assistente”.
Pois é,
parece que Roman Reigns é um “Paul Heyman Guy”. Quem não deve estar nada
contente com isto é o nosso amigo Lesnar, que nesta altura já deve ter em mente
a ideia de desafiar Reigns pela custódia do Heyman… BOOK IT, VINCE!
Depois de
ter sido surpreendido com tal “aliança”, incumbi-me a mesmo da tarefa de ir à
procura de “Paul Heyman Guys” que talvez vocês não se lembrem ou nunca tenham
ouvido falar. Não se preocupem que a ordem é um bocado irrelevante, que isto
aqui são os Lucas Headquarters, não é o top-10 das cenas de novelas do
E-Especial.
Sem mais a
dizer, apresento-vos os PAUL HEYMAN GUYS QUE O TEMPO ESQUECEU… PARTE 1!
#10 –
Undertaker
Se calhar
muitos de vocês se recordam de um curtíssimo período em que, já no longínquo
ano de 2004, Undertaker foi um “Paul Heyman Guy”. Mas muitos de vocês se calhar
não sabem, pois provavelmente não eram nascidos nesse tempo, que o “Deadman”
foi um “Paul Heyman Guy” (muito) antes de 2004.
De facto,
corria já o ano de 1990 e faltavam poucos meses para que Undertaker se mudasse
para a então WWF e se transformasse no “Deadman” que todos conhecemos e
idolatramos, quando este se aliou a um jovem manager, Paul E. Dangerously, que
na altura dava os seus primeiros passos no wrestling.
E o facto é que sob a
liderança desta versão de Heyman, “Mean” Mark Callous (assim era chamado nesse
tempo) nunca foi derrotado: Derrotou Johnny Ace no PPV conhecido como Capital
Combat e depois Brian Pillman no Clash of Champions XI: Coastal Crush.
A parceria
entre ambos durou muito pouco, já que WCW não lhe renovou o vínculo, e ele
acabou por saltar para a WWF, alcançando glória, fama e sendo reverenciado como
o verdadeiro imortal do mundo do wrestling. E é já com
esse estatuto alcançado e bem consolidado que Undertaker e Heyman se voltam a
encontrar em 2004.
Para alcançar todo o poder na WWE, Heyman queria ter o
controlo total da sua principal “lenda” dos tempos modernos. E como é que o
conseguiu?
Instigou os Dudley Boyz a raptar um homónimo seu, o Paul original
(Bearer), o homem que foi responsável, também ele, pelo surgimento da aura
fantástica do “Demon of Death Valley”. Undertaker foi então obrigado a combater
num handicap match contra os Dudleys no Great American Bash, e se
perdesse, Bearer seria enterrado em cimento.
Undertaker
ganhou, é certo, mas Bearer teve o mesmo triste fim a que estava condenado, já
que o próprio Taker considerava não precisar mais dos seus serviços para
progredir na sua já nobre carreira. E o facto é que ele tão pouco precisava dos
de Heyman, mas ainda assim foi interessante ver um gajo já com a carreira feita
a ser elevado por uma das mentes mais brilhantes do wrestling.
E o problema
estava aí: Undertaker já tinha a carreira feita e um excelente palmarés, não ia
adiantar muito ter Heyman a puxar por ele. E Undertaker com outro Paul que não
o Bearer é como a CMTV para o jornalismo: Papa-se, mas não é bem a mesma coisa…
#9 –
Stone Cold Steve Austin
Vocês estão
a ver aquela “manobra de mercado” que a AEW gosta muito de fazer com a WWE, que
é ir buscar talentos desaproveitados ou insatisfeitos e torná-los nos wrestlers
que estão destinados a ser? Pois… alguém que diga ao Tony Khan que na
escola onde ele é aluno já Paul Heyman foi professor.
E este é um
daqueles casos raros em que Heyman não foi exatamente manager de Steve Austin,
mas foi alguém muito mais decisivo: Paul Heyman foi quem avançou para a sua
contratação, depois dele ter sido demitido da WCW.
Austin
aproveitou (e bem) a sua saída da anterior companhia, ao fazer inúmeras promos
durante o seu tempo na ECW em que disparava tiros, qual metralhadora carregada,
contra a WCW e o seu antigo patrão, Eric Bischoff. A WWE viu nele o potencial
para ser a próxima estrela da companhia e agarrou-o no final do ano de 1995.
Claro que antes de ser o Stone Cold ainda teve que passar pela não tão
brilhante fase do “Ringmaster”, mas valeu a pena a espera.
#8 –
Heidenreich
Sobre
este gajo não há muito a dizer, apenas que foi uma valente flopada da parte do
Vince, só servindo para dar trabalho ao Undertaker durante uns quantos meses e
pouco mais.
Heidenreich
estreou a sua gimmick de psicopata num SmackDown em Agosto de 2004 sob a tutela
de Paul Heyman, mas à medida que se foi cruzando com o “Deadman” foi-se
distanciando de Heyman e acabou por embarcar numa aventura a solo, sem grande
sucesso. Foi candidato
principal ao United States Championship e tendo ganho o WWE Tag Team
Championship com Road Warrior Animal.
#7 – Matt
Morgan
Outra
flopada tão ou mais valente que Heidenreich, só que enquanto Heidenreich pode
ter tido sucesso noutras companhias que não a WWE, este nem isso, e não vendo
grande futuro para si como wrestler, retirou-se em 2019 e virou-se para
a política, onde é membro do Partido Republicano e atual mayor da cidade
de Longwood, da Flórida. Um
Kane versão 2003, basicamente.
Reza a lenda
que Heyman ficou impressionado com o físico de Matt Morgan e escolheu-o para
formar parte da Team Lesnar no Survivor Series, juntando-se a Lesnar,
Nathan Jones, Big Show e A-Train.
A Team Lesnar acabou por perder, e
também o próprio Morgan daí para a frente. Ainda fez tag team com Lesnar
uma ou outra vez, sem grande sucesso. O seu físico era impressionante, mas as
suas wrestling skills… nem por isso.
#6 – Rob
Van Dam
Este é um
daqueles casos em que Heyman vê nas Superstars coisas que Vince McMahon não vê.
Heyman escolheu Van Dam para formar parte da (WW)ECW, e rapidamente o fez subir
aos céus.
Corria o One
Night Stand 2006 e Van Dam (na altura Mr. Money in the Bank) iria fazer o
Cash-in da sua mala, usando-a num combate contra John Cena.
Houve carnificina
por tudo quanto era sítio: Dois árbitros levaram porrada, Edge fez um Spear
contra Cena numa mesa… e Paul Heyman apareceu para fazer de árbitro e ajudar
Van Dam a levar o ouro. O desfecho causou um infindável burburinho, mas Vince
McMahon não tinha outra opção senão confirmar a mudança, pois o combate havia
sido um Extreme Rules e, como mandam as regras, vale tudo.
O casamento
entre Paul Heyman e Rob Van Dam havia resultado que nem ginjas e na estreia da
(WW)ECW, o presente de lua-de-mel de Heyman para o novo top star da
companhia foi o ECW World Championship, fazendo com que RVD fosse duplo
campeão.
Mas como não há casamento que não dê em divórcio, umas semanas
depois, RVD perde o WWE Championship para Edge num episódio do RAW, e na noite seguinte, num episódio da ECW, Heyman ajuda Big Show a ganhar o ECW World Championship das mãos de Van Dam.
O divórcio foi consumado quando Heyman suspendeu Van Dam por um
mês sem justificação, naquilo que foi uma forma da WWE o afastar da TV por violação
da Wellness Policy.
Destes cinco
que foram apresentados esta semana, qual o vosso “Heyman Guy” preferido?
E assim termina a edição desta semana dos "Lucas Headquarters". Não se esqueçam de passar pela página do WN, de deixar os vossos comentários, e para a semana cá nos voltaremos a ver para continuar a nossa dissertação sarcástica pelos "Paul Heyman Guys" que o tempo esqueceu.
And that's not a prediction, it's a spoiler.
Peace and love, amigos!