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Lucas Headquarters #9 - Memorial de um Bromance (Parte 2)



Ora boas tardes, compadres e comadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição do 
"Lucas Headquarters" aqui no nosso estaminé chamado WrestlingNotícias! Muito calor desse lado? Eu trago-vos a solução ideal, até porque hoje vamos concluir a nossa reflexão sarcástica sobre alguns dos maiores "bromances" que a WWE (e o mundo do wrestling em geral) já presenciaram.

Ao contrário dos da semana passada, os bromances desta semana provavelmente estarão escondidos algures num cantinho das vossas memórias, pelo que recordá-los não deverá ser difícil. Toca a ir buscar uma Coca-Cola e vamos acabar esta tarde com enormes doses de nostalgia!

Sem mais delongas, vamos a isto!

#4 - Kevin Nash (aka Diesel) e Scott Hall (aka Razor Ramon)




Estes foram dois dos muitos indivíduos que, em meados dos anos 90, trocaram a então WWF pela concorrente WCW, o que deu origem ao famoso incidente conhecido como “Curtain Call”.

Para quem não sabe ou não se recorda, Nash, Hall, Triple H, Shawn Michaels e X-Pac formavam uma espécie de “irmandade” de bastidores conhecida por The Kliq, e tinham uma relação bastante próxima, viajando juntos para todo o lado. 

Em Maio de 1996, Nash e Hall (na pele de Diesel e Razor Ramon) tiveram os seus últimos combates na WWF antes de saltarem para a rival: Razor Ramon enfrentou Triple H e Diesel bateu-se contra Shawn Michaels. 

No final do combate, Scott Hall abraçou Shawn Michaels, e isto até seria natural para dois babyfaces, não fossem os heels Diesel e Triple H juntar-se também a eles para um abraço de grupo que quebrou completamente tudo: Kayfabe, quarta parede, corações dos fãs… 

...só não quebrou o do Vince, que depois de tudo isto “castigou” Triple H, acabando com o push que levava até aqui e dando-o a "Stone Cold" Steve Austin, o que contribuiu para que este chegasse a um estrelato quase estratosférico.

Desde aí que os caminhos de Scott Hall e Kevin Nash nunca mais se separaram. Na WCW desfrutaram igualmente de grande sucesso, primeiro como os “Outsiders” e depois como parte da nWo ao lado de “Hollywood” Hulk Hogan. X-Pac, que não esteve presente no malogrado incidente, também acabaria por se juntar à nWo mais tarde, com o ring name de Syxx, numa curta passagem pela WCW que durou cerca de dois anos.

Este é um daqueles casos em que duas cabeças pensam melhor do que uma, já que estivemos perante dois wrestlers que eram excelentes tanto a solo como em dupla. 

E isso ficou demonstrado quando, na Wrestlemania X8, Kevin Nash esteve no ringside ao lado de Scott Hall durante o combate deste com The Rock, provando que nem sempre era preciso que a dupla estivesse no ringue para demonstrar o quão boa era.

#5 - Eddie Guerrero and Chris... Ups, Thee Who Shall Not Be Named




Vocês já perceberam de quem é que eu estou a falar, mas eu é que sou um gajo pacífico e não quero ter problemas com o Vince.


Eddie Guerrero e Chris Benoit. Se a icónica celebração que encerrou a Wrestlemania XX não era indicação de que estávamos perante um "bromance", então não sei que indicações é que vocês procuram. E o engraçado é que as carreiras do “Latino Heat” e do “Rabid Wolverine” foram similares em muita coisa. 

Ambos eram garantia de qualidade dentro de um ringue, e embora a sua baixa estatura nunca os favorecesse muito, Benoit e Guerrero eram imensamente respeitados por colegas e fãs, tanto pela sua qualidade técnica (embora Guerrero fosse mais um high-flyer) como pelo seu percurso na indústria do wrestling.


Os caminhos destes dois cruzaram-se quase toda a vida: Ambos fizeram carreira no Japão (onde protagonizaram um grande combate, Eddie Guerrero como Black Tiger 2 e Chris Benoit como Wild Pegasus), ECW e WCW antes de serem o símbolo de uma era e a inspiração de muitos wrestlers na WWE. Os dois ainda combateram uma última vez um contra o outro em 2005, pouco antes da morte de Eddie, mas o pior veio depois.


A ligação entre Benoit e Guerrero era tal que o “Rabid Wolverine” nunca mais foi o mesmo depois daquele fatídico 13 de novembro de 2005. Depois disso, segundo conta Chris Jericho, o wrestler canadiano entrara numa espécie de depressão, evidenciada pelo abraço desesperado que ambos trocaram no funeral do futuro Hall of Famer. 

Benoit fora, até ali, um homem que muito poucas vezes demonstrara quaisquer emoções, mas a partir daquele dia passou a ser um homem emocionalmente destroçado, enormemente afetado pelo contexto inesperado da tragédia. 

Infelizmente, Benoit acabaria por suicidar-se pouco mais de ano e meio depois, em Junho de 2007, num crime com contornos de filme de terror que ainda hoje permanece envolto em mistério. 

Mas digam-me o que disserem, o canadiano estava morto muito antes disso. Aliás, quando Eddie Guerrero faleceu, Chris Benoit faleceu com ele. Ainda assim, fica para a história o mais belo “bromance” da WWE. Que ambos descansem em paz.

#6 - Jim Ross e Jerry "The King" Lawler


Claro que não podia fechar esta lista sem falar nestes dois senhores. Antes deles, já Gorilla Monsoon e Bobby “The Brain” Heenan tinham tido um “bromance” semelhante (numa altura em que até Vince McMahon fazia comentários nos shows da então WWF), mas escolhi falar-vos deste porque não só é uma versão mais “aprimorada” desse bromance como também é aquela relação da qual muitos de nós nos recordamos, sobretudo quem, como eu, começou a ver wrestling em criança.

Ross e Lawler tinham uma química enorme nos comentários (tal como Monsoon e Heenan, JR alinhava sempre com os babyfaces e Lawler, ele próprio um heel durante a sua carreira, pendia mais para o lado dos heels). 

E se pensarmos um bocadinho, muitos dos maiores momentos da História da WWE foram comentados por estes dois, o que eleva ainda mais o estatuto deste bromance a níveis nunca antes vistos. A emoção e paixão genuína do play-by-play do “Good Ol’ JR” era sempre complementada com os comentários (muitas vezes sarcásticos) do “King”. 

De facto, esta parceria foi tão bem sucedida que a WWE só se atreveu a separá-los no draft de 2008, quando transferiu Michael Cole para o RAW e Jim Ross para o SmackDown, algo que nem o próprio sabia que ia acontecer.


Enquanto JR ainda fez algum sucesso no SmackDown naquele ano em que fez dupla de comentadores com Tazz, é justo dizer que a parceria Cole/Lawler simplesmente não teve o efeito desejado, muito por culpa da emoção que Michael Cole transmite nos combates não ser tão genuína como a demonstrada por Ross.

Destes seis "bromances" que aqui enumerei, qual é, para vocês, o melhor?

E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters". Não se esqueçam de passar pela página do WrestlingNotícias, deixar a vossa opinião nos comentários, de verem muito wrestling e claro, de se protegerem porque o bicho ainda cá está! Para a semana cá estarei com mais um artigo.

Peace and love, y'all!
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