Lucas Headquarters #10 - Bray Wyatt: Do culto à Funhouse (passando por um mau booking)
Ora boas
tardes comadres e compadres! Como estão? A derreter com o calor, suponho… Sejam
então bem-vindos ao "Lucas Headquarters" aqui no WrestlingNotícias. Esta vai ser
uma edição difícil de escrever, presumo que muitos de vocês queiram é ver
quando é que o Jorge Jesus aterra em Portugal (pelo menos os mais distraídos).
Mas para
aqueles que como nós vivem e respiram wrestling, este fim-de-semana há Extreme
Rules, ou melhor… um horror show no Extreme Rules. Mas se eu tivesse um
euro por cada vez que a WWE foi fiel àquilo que anunciou, se calhar tinha o
mesmo dinheiro que tenho agora.
Neste horror show vamos ter muitos combates fora do normal: Um Eye for an Eye Match, uma Swamp Fight… parece que a WWE decidiu elevar a fasquia no que diz respeito a estipulações fora do comum.
E falando em Swamp Fight, e até
porque já passa um ano desde que voltou (em grande estilo, diria eu) hoje quero
falar-vos um pouco sobre um wrestler que na minha opinião é
tremendamente subestimado, não tanto pelo seu trabalho em ringue, mas mais pela
sua imaginação fértil: “The Fiend” Bray Wyatt!
Para pôr as coisas numa linguagem mais simples, diria que o Bray Wyatt está para a WWE como o Fernando Pessoa está para as aulas de Português. O gajo até parece um homem sério, mas aquela cabeça está sempre, sempre a carburar…
E eu sou-vos
sincero: Em termos de trabalho in-ring há muitos lutadores bem melhores
do que Bray Wyatt. Bray Wyatt não é aquele lutador cuja performance dentro do
ringue é um espetáculo, não é um lutador tecnicamente cativante. Mas se isso
bastasse para avaliar um wrestler, Bray Wyatt já estava fora da WWE há muito
tempo.
Mas depois
temos a outra face da moeda: Bray Wyatt não é um lutador de encher o olho, mas
é um lutador com argumentos capazes de cativar qualquer um. As suas promos,
mais ou menos cativantes, são verdadeiramente credíveis, e a
forma como todo o universo criado para cada personagem se entrelaça é algo que
muito poucos wrestlers conseguem fazer acontecer.
Na minha
opinião, o que impede Bray Wyatt de chegar a voos maiores nem é o facto de não
ser o lutador mais cativante em ringue, mas é o próprio booking da WWE. Sempre
fiquei com a ideia de que os responsáveis da companhia nunca acreditaram muito
no potencial de Wyatt.
Senão vejamos:
No início de 2017, o “Eater of Worlds” venceu o Elimination Chamber Match e
reclamou para si o WWE Championship. E era mais do que merecido. Bray Wyatt
estava no auge da sua carreira, estava lentamente a ganhar o respeito dos fãs e
era só condizente que tal subida na montanha da WWE terminasse com a conquista
do seu maior Título.
Mas quanto
tempo é que durou esse reinado? Pois, um mês e meio, mais ou menos…
Será que
Randy Orton precisava assim tanto de mais um reinado como Campeão? Se calhar
não, mas enfim.
Avancemos até
final de 2017. Bray Wyatt andava entretido com Matt Hardy, ganhou-lhe uma vez,
e fez com que uma versão “traficada” da famosa BROKEN gimmick chegasse à WWE.
Até aqui tudo fixe, mas o que aconteceu a seguir nem foi tanto para que a feud
entre ambos avançasse, foi mais um espetáculo de comédia, até porque todos os
combates entre Hardy e Wyatt a partir daí foram perfeitamente pointless. Só o
Ultimate Deletion, que resultou no regresso do “Eater of Worlds” como babyface,
se destacou dos restantes.
E essa run
como babyface até teve relativo sucesso, com a dupla a conquistar o RAW Tag
Team Championship. A seguir, Wyatt lesiona-se, reaparece como “The Fiend” e o
impacto é enorme. Mas o que é que a WWE faz quando uma coisa está a resultar?
Estraga tudo.
Sim, aquele final
do combate Hell in a Cell com o Seth Rollins ainda ficou encravado aqui. E sim,
de alguma forma a vitória do “The Fiend” pelo Universal Championship no Crown
Jewel até terá sido uma espécie de “pedido de desculpas” mas pronto…como nós não estamos já fartos de ver gente que pouco
luta (*cof cof* Brock Lesnar *cof cof*) a ser campeã, ainda tinha que aparecer o
Goldberg.
O lado
positivo disto tudo é que tanto a WWE como Wyatt parecem estar a reinventar-se.
O combate com John Cena na Wrestlemania gozou de um relativo sucesso, graças a
toda a bizarria a ele associada.
E esta tentativa de fazer com que o Bray seja
o Mick Foley dos tempos modernos também joga a seu favor, na medida em que
permite àqueles fãs mais saudosistas voltarem a ter um gostinho do Eater of
Worlds ao mesmo tempo que não desgasta toda a aura e espetacularidade do “The
Fiend”, que, na minha opinião é só das melhores coisas da WWE nos últimos tempos.
E vocês, o que
acham do booking do Bray Wyatt e que expectativas têm para a Swamp
Fight do Extreme Rules?
E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página do WrestlingNotícias, deixem a vossa opinião nos comentários, façam as macacadas do costume. Eu para a semana vou de férias, que bem preciso. Mas não se preocupem, daqui a duas semanas cá estarei com novo artigo.
"And remember, I'll always light the way! All you have to do is... let me in!".
Peace and love, malta!