CTW Quase ILegal | Relato de um Estreante
Já por diversas vezes o meu nome figurou em publicações aqui no Wrestling Notícias. Em artigos, podcasts e até em fantasy booking. Em reviews também. E hoje, volto às reviews. Com isto em conta, seria de esperar que eu já tivesse assistido várias vezes a shows de wrestling no local. Nunca. Fiz o meu “debut” no passado dia 19 de Julho.
Impossibilidades horárias atrasaram a minha estreia como parte do público para este show. Teve de ser. A presença de Tajiri e o anúncio de um Death Match (o primeiro em Portugal) vendeu-me na hora.
Desde então, a única dúvida prendeu-se com a dúvida: será mesmo um Death Match? Será engodo e no máximo há uma cadeirada ou duas e uma mesa a partir? Posso apenas responder que me surpreendi muito pela positiva. Mas vamos por partes.
Logo com a interação cómica entre os ring announcers (inglês e português) senti que iria ter uma noite super entretida. O ambiente familiar e a proximidade do bar da Academia Recreativa da Ajuda puseram fim a algum resguardo inicial da minha pessoa. Mas passando ao que importa…
Impossibilidades horárias atrasaram a minha estreia como parte do público para este show. Teve de ser. A presença de Tajiri e o anúncio de um Death Match (o primeiro em Portugal) vendeu-me na hora.
Desde então, a única dúvida prendeu-se com a dúvida: será mesmo um Death Match? Será engodo e no máximo há uma cadeirada ou duas e uma mesa a partir? Posso apenas responder que me surpreendi muito pela positiva. Mas vamos por partes.
Logo com a interação cómica entre os ring announcers (inglês e português) senti que iria ter uma noite super entretida. O ambiente familiar e a proximidade do bar da Academia Recreativa da Ajuda puseram fim a algum resguardo inicial da minha pessoa. Mas passando ao que importa…

(Foto cedida por Gonçalo Castelo Soares)
3-Way No Disqualification Match
Alex Ace vs. Andy Hendrix vs. Xan Drain
Combate tipicamente opener com dinâmica fun. Hendrix era à partida o heel do combate, desde logo pelo roubo da máscara de Red Eagle e pelo cheap heat perfeitamente aceitável na entrada. Senti a personagem do rapaz cedo. Alex Ace (e as suas chops) foi também um ponto positivo, a causar risos entre o público pelas suas interações com o mesmo. O mascarado Xan Drain e único babyface da luta cumpriu igualmente o seu papel.
Andy Hendrix formou alianças, primeiro com Xan para derrubar o gigante Ace na fase inicial. Lá para o meio, qual vira-casacas de primeira, já era Xan o foco comum de Ace e Hendrix, que tentou por diversas vezes conseguir o pinfall à socapa. Assim foi, para contentamento da sua legião inglesa de fãs, bastante ativa no show.
Andy Hendrix formou alianças, primeiro com Xan para derrubar o gigante Ace na fase inicial. Lá para o meio, qual vira-casacas de primeira, já era Xan o foco comum de Ace e Hendrix, que tentou por diversas vezes conseguir o pinfall à socapa. Assim foi, para contentamento da sua legião inglesa de fãs, bastante ativa no show.
Post-Match: Hendrix voltou a tirar uma máscara, neste caso a Xan. Booking coerente. Red Eagle fez o salvamento, como faz sentido.
Como ponto menos positivo: se calhar não fez muito sentido promover o combate como No DQ, já que não houve nenhum momento que o indicasse. Porém, não existia uma rivalidade distinguível no combate. Aceita-se.
Como ponto menos positivo: se calhar não fez muito sentido promover o combate como No DQ, já que não houve nenhum momento que o indicasse. Porém, não existia uma rivalidade distinguível no combate. Aceita-se.

(Foto cedida por Gonçalo Castelo Soares)
Falls Count Anywhere Match
‘Raging’ Cláudia Bradstone vs. Flo Riley
Assim que entrei no recinto, pelo bar, pensei: “hum, o combate vai acabar aqui”. Não acabou, nem lá passou, mas houve um tease que isso poderia acontecer. Não me estou a queixar e até acho que para haver realismo, nem todos os Falls Count Anywhere têm de ser um frenesim por todo o lado.
O combate teve uma mecânica face vs. heel obviamente acentuada. Flo Riley recorreu a bastante cheap heat. Por vezes até repetitivo, mas que se aceita perfeitamente para aquilo que se previa que fosse o combate e foi na verdade: um combate com dinâmica old-school para Cláudia (a babyface) ganhar com muito apoio do público após o derradeiro comeback.
Pessoalmente, achei todo o comportamento da Cláudia completamente adequado à sua personagem doseada de atitude. Prevejo que seja ela um dos main focus dos próximos shows. Ainda mais que eu, a minha namorada e companhia no show agradece – ficou completamente vendida à rapariga de Queluz.
O combate teve uma mecânica face vs. heel obviamente acentuada. Flo Riley recorreu a bastante cheap heat. Por vezes até repetitivo, mas que se aceita perfeitamente para aquilo que se previa que fosse o combate e foi na verdade: um combate com dinâmica old-school para Cláudia (a babyface) ganhar com muito apoio do público após o derradeiro comeback.
Pessoalmente, achei todo o comportamento da Cláudia completamente adequado à sua personagem doseada de atitude. Prevejo que seja ela um dos main focus dos próximos shows. Ainda mais que eu, a minha namorada e companhia no show agradece – ficou completamente vendida à rapariga de Queluz.
Os meus parabéns ao CTW por ter cá uma lenda do wrestling japonês e americano e não fazer do seu combate main-event em detrimento de outros com mais significado a longo prazo. Kudos para o próprio Tajiri também por ter a noção disso e aceitar tal situação.
O match foi o mais técnico da noite, como previa. A história do mesmo foi simples, mas bem executada. E nisso vemos a qualidade e experiência de Tajiri (e de Red Eagle, que em nada ficou atrás). Começando como heel, vimos a maior parte do público a puxar pelo ‘Japanese Buzzsaw’, enquanto este quebrava o ritmo fora do ringue, chegando até a ir treinar os seus pontapés no saco de boxe.
Por falar em pontapés, convém dizer: não é exagero dizer que me pareceu sentir eu próprio os seus kicks na nuca de Red Eagle. Não é à toa que Tajiri tem a sua notável fama como nesse aspeto.
O match foi o mais técnico da noite, como previa. A história do mesmo foi simples, mas bem executada. E nisso vemos a qualidade e experiência de Tajiri (e de Red Eagle, que em nada ficou atrás). Começando como heel, vimos a maior parte do público a puxar pelo ‘Japanese Buzzsaw’, enquanto este quebrava o ritmo fora do ringue, chegando até a ir treinar os seus pontapés no saco de boxe.
Por falar em pontapés, convém dizer: não é exagero dizer que me pareceu sentir eu próprio os seus kicks na nuca de Red Eagle. Não é à toa que Tajiri tem a sua notável fama como nesse aspeto.
O momento do combate ficou guardado para um clássico “ref bump”. Andy Hendrix aproveitou e quis molhar a sopa. Coube a Tajiri salvar Red Eagle com o seu green mist, proporcionando-nos um final limpo.
Red Eagle conquistou a vitória com um pin rápido a resumir perfeitamente a qualidade técnica de todo o combate. Como única reclamação: gostava muito de ter visto um Buzzsaw Kick, mas nada de importante.
Red Eagle conquistou a vitória com um pin rápido a resumir perfeitamente a qualidade técnica de todo o combate. Como única reclamação: gostava muito de ter visto um Buzzsaw Kick, mas nada de importante.

(Foto cedida por Gonçalo Castelo Soares)
Campeonato Nacional do CTW
Death Match
‘Pai Grande’ Leo Rossi © vs. ‘Superkid’ Nelson Pereira
O ceticismo está em nós portugueses. É um facto. Como tal, peço que não me censurem por ter dito na introdução desta análise que duvidei que o main-event fosse mesmo um Death Match. Hardcore, óbvio que seria. E Death Match, óbvio que o foi. Não o típico combate que vemos num Tournament of Death (CZW), na FREEDOMS ou na IWA Mid-South, mas um Death Match, na mesma.
Senti o combate logo desde início, com o largamente favorito Nelson Pereira a revelar o seu Tommy Dreamer interior e a trazer hardware com fartura para o ringside. As “stickadas” iniciais com espadas de kendo, de parte a parte, mostraram-me que não me ia desiludir. As pancadas com pouca (nenhuma) proteção nos crânios dos dois lutadores, seja com as ditas espadas ou com sinais de stop (fun sized), confirmaram.
Senti o combate logo desde início, com o largamente favorito Nelson Pereira a revelar o seu Tommy Dreamer interior e a trazer hardware com fartura para o ringside. As “stickadas” iniciais com espadas de kendo, de parte a parte, mostraram-me que não me ia desiludir. As pancadas com pouca (nenhuma) proteção nos crânios dos dois lutadores, seja com as ditas espadas ou com sinais de stop (fun sized), confirmaram.
Depois o ‘Superkid’, cheio de vontade e de fé, já depois de ter ido à parede dentro de um carrinho de compras (como eu numa qualquer quinta-feira académica na baixa de Setúbal), mostrou-nos uma tábua com arame farpado (não, a sério) e o hype cresceu. Muito tempo de tease, e finalmente vimos o campeão a ser atirado contra a mesma com um Spear, para felicidade do público.
Uma mesa foi partida e o ‘Superkid’ podia ter ganho, não fosse quebrar o próprio pin a meio para infligir para fazer Rossi pagar pelo que se tinha já passado entre eles e não só. Um saco de um Big Mac escondia uma boa dose de pioneses – provavelmente a coisa mais saudável que algum saco de Big Mac alguma vez já conteve. E enfim, como sabemos, os bonzinhos no mundo do wrestling privilegiam as emoções e depois dá no que dá… acabou por ser ele a terminar espetado e o campeão… assim continuou.
Muito surpreendido no geral com este combate.
Algo que não esperava: ver várias trocas de domínio, num combate praticamente even. Na verdade, pensei ver Rossi a dominar a maior parte do combate, para que o Nelson tivesse um “false comeback” no final.
Uma mesa foi partida e o ‘Superkid’ podia ter ganho, não fosse quebrar o próprio pin a meio para infligir para fazer Rossi pagar pelo que se tinha já passado entre eles e não só. Um saco de um Big Mac escondia uma boa dose de pioneses – provavelmente a coisa mais saudável que algum saco de Big Mac alguma vez já conteve. E enfim, como sabemos, os bonzinhos no mundo do wrestling privilegiam as emoções e depois dá no que dá… acabou por ser ele a terminar espetado e o campeão… assim continuou.
Muito surpreendido no geral com este combate.
Algo que não esperava: ver várias trocas de domínio, num combate praticamente even. Na verdade, pensei ver Rossi a dominar a maior parte do combate, para que o Nelson tivesse um “false comeback” no final.
Pensamento geral com o post-match: a Cláudia deve ser a próxima desafiante, depois de ter salvo o seu melhor amigo, impedindo um ataque bárbaro e desnecessário com mais arame farpado.
Nota: deixei o comentário a este combate praticamente in-kayfabe, propositadamente. Acho que a história contada e as duas personagens assim o pedem.
Nota: deixei o comentário a este combate praticamente in-kayfabe, propositadamente. Acho que a história contada e as duas personagens assim o pedem.
Comentário Final
Tudo se pode resumir numa promessa: hei de voltar mais vezes. Muitas mais, sempre que possa. Não foi a Super J Cup 1994, mas para quem duvida da qualidade do wrestling que se apresenta em Portugal, neste caso, no CTW, fica apenas o conselho: venham ver com os vossos olhos. Por favor. Entertaining do princípio ao fim, com diversidade existente nos quatro combates do cartaz.
O combate da noite… discutível.
Para quem gosta mais de técnica: Red Eagle vs. Tajiri.
Para quem gosta de momentos hardcore: Leo Rossi vs. Nelson Pereira.
Eu gosto de ambas as coisas, portanto é muito difícil de desempatar.
De resto, é impossível apontar algo que não me tenha agradado ou que tenha prejudicado a experiência. O ambiente na sala é também soberbo.
Posso dizer com toda a certeza: não me vou arrepender dos gastos do show (um bilhete VIP, um normal e duas t-shirts do CTW – mais gasolina e portagens, se formos picuinhas) e fica a promessa que mais vezes irei estar presente.
Obrigado a todo o pessoal envolvido no show!
O combate da noite… discutível.
Para quem gosta mais de técnica: Red Eagle vs. Tajiri.
Para quem gosta de momentos hardcore: Leo Rossi vs. Nelson Pereira.
Eu gosto de ambas as coisas, portanto é muito difícil de desempatar.
De resto, é impossível apontar algo que não me tenha agradado ou que tenha prejudicado a experiência. O ambiente na sala é também soberbo.
Posso dizer com toda a certeza: não me vou arrepender dos gastos do show (um bilhete VIP, um normal e duas t-shirts do CTW – mais gasolina e portagens, se formos picuinhas) e fica a promessa que mais vezes irei estar presente.
Obrigado a todo o pessoal envolvido no show!
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Um grande obrigado ao trabalho fotográfico de Gonçalo Castelo Soares, cujo trabalho podem acompanhar:
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