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Literatura Wrestling | Yes! My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania - Capítulo 26


Está de volta a Literatura Wrestling, o espaço de traduções do blog que vos traz uma obra biográfica, na íntegra, reveladora das origens, vida e decorrer da carreira de alguns dos mais marcantes wrestlers que percorreram os ringues que acompanhámos com tanto gosto.

Todas as semanas vos traremos um excerto do livro "Yes!: My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania", publicado em 2015 por Daniel Bryan e pelo co-autor Craig Tello, a contar o crescimento e peripécias do "Yes! Man" até à sua chegada à WWE e ao main event da Wrestlemania. Boa leitura!


26. Yes! Ele conseguiu!
Domingo, 6 de Abril, 2014 - 21:51

Magoado mas implacável, Daniel Bryan consegue manter Batista e Randy Orton na baía, até o baile a três começar a lembrar mais um cenário de handicap, e não a favor de Bryan. Ele é explosivo apesar de uma exaustiva exibição com o The Game meramente duas horas antes; a luta dentro de Daniel Bryan é inconcebível.

A audiência arrebatada apenas fica mais barulhenta a cada momento que passa. A voz colectiva de setenta-e-cinco mil indivíduos em New Orleans parece sugerir que não há uma única alma na plateia que não esteja a torcer pelo "Yes! Man"... excepto duas almas deploráveis chamadas Triple H e Stephanie McMahon.

Eles tentam de tudo para intervir, até vir equipados com o seu próprio árbitro corrupto, um retornado Scott Armstrong (visto pela última vez a roubar o título a Bryan sete meses antes). Bryan persiste. Ele força o Game a comer uma marreta, e em seguida executa um dive de "Flying Goat" anti-Authority para o exterior. No meio da sua fúria, os seus adversários atingem com força. A sua vil inovação para arrumar o barbudo herói? Uma combinação de Batista Bomb-RKO através da mesa de comentários - um resultado letal de uma reunião dos Evolution, como se fosse 2004.

O WWE Universe recusa-se a desistir de Daniel Bryan, e ele faz o mesmo. A meio do transporte numa maca, o grappler cabeludo rola para fora da mesma e regressa à acção contra Batista e Orton enquanto se dizimavam um ao outro. Joelhadas à carga caíram para ambos rivais; a seguir é a fiel manobra a partilhar nome com o Movimento que rende um novo WWE World Heavyweight Champion. Finalmente, o Animal, Batista, é domado por submissão. Ele desiste perante o "Yes! Lock," e uma brilhante nova era começa na WWE.

Confetti cai de todos os cantos do Mercedes-Benz Superdome e envolve a área fora do ringue inteira, incluindo o novo Campeão coroado da WWE. A "Ride of the Valkyries" nunca soou tão bem.

A euforia é infecciosa dentro do estádio. Envoltos em confetti púrpura e dourado, fãs da WWE tiram fotos para capturar o momento em que o "Yes! Movement" - a sua crusada - alcançou a Terra Prometida. No ringue, a estrela indie tranformada em marco da história da Wrestlemania implora à sua irmã e família para desfrutar e saborear este emocional triunfo dentro do ringue. O irmão mais novo de Billie Sue já avançou muito desde que dormia no seu sofá nas digressões a lutar. Nesta noite, esta humilde família de Aberdeen, Washington, senta-se no epicentro do WWE Universe inteiro.



Ao entrar, pude notar que a plateia estava diferente do primeiro combate algumas horas antes. Toda a atmosfera tinha mudado após a derrota do Undertaker, e apesar da Bri, a Nicole, e as restantes Divas terem feito um bom trabalho, o público estava de volta a um silêncio desconfortável. Eu entrei em último, após o Randy Orton e o Batista. Enquanto eu fazia o "Yes!" pela rampa abaixo, algumas pessoas alinharam, mas nem perto de como tinha sido no início. Nos primeiros sete ou oito minutos do combate, a audiência ainda estava relativamente calada, apesar de todos os três de nós estarmos a dar o litro. Quanto mais tempo passava, contudo, mais a plateia começava a entrar na cena. Quando prendi o Randy no "Yes! Lock" e o Triple H veio para puxar o árbitro para fora do ringue, os fãs verdadeiramente ganharam vida. Já os tínhamos após isso. Foram sugados para a história, o underdog com tudo alinhado contra ele enquanto tentava alcançar o seu sonho. Finalmente a audiência voltou a desfrutar do que estava a ver.

Abordámos eventos que tinham acontecido meses antes, como trazer o Scott Armstrong como o árbitro pessoal do Triple H, visto que ele foi o árbitro que me tramou no Night of Champions. Mas dei uma patada na cabeça do Scott enquanto eu estava no chão e ele caiu abaixo do ringue; depois voei para cima dele e do Triple H. A seguir, o Hunter tentou atingir-me com a marreta, a sua arma de eleição há anos, mas eu parei-o e atingi-o com ela. Mesmo quando parecia que eu poderia bater a Authority, o Randy e o Batista estavam de volta ao controlo e começaram a dar-me um excerto de porrada.

A coisa mais assustadora que fizemos a noite toda foi um spot onde o Batista se colocou encima de uma mesa de comentários, fez-me um powerbomb para a outra, e o Randy saltou de uns degraus e fez-me o seu RKO durante a minha descida. O espaçamento era difícil, porque o Batista não conseguia ver com a powerbomb, e mesas são sempre imprevisíveis para dizer o menos. Por sorte, escapámos todos sem ninguém se magoar, apesar do Randy ter ficado o mais próximo, aterrando encima de um monitor na sua queda. O público entrou em erupção com aquele espectáculo. Após isso, a staff médica amarrou-me a uma maca e começou a levar-me para os bastidores, mas pouco depois de eu ter passado o ringue, eu comecei a batalhar pela minha saída da maca. Foi como uma cena de filme com o herói a ser espancado quase até à morte mas a recusar-se a desistir. Mesmo quando parecia que o Batista ia derrotar o Randy, eu entrei a correr e atingi-o com o Flying Knee e prendi-o no "Yes! Lock." Houve este momento no tempo, entre eu colocar o Batista na manobra e ele realmente desistir, onde houve uma energia incrível a emanar a toda a nossa volta. É a energia da expectativa, que o que tu esperavas que fosse acontecer pode realmente estar a acontecer naquele momento exacto. Não sei se essa foi a minha própria energia interna ou a energia da plateia, ou talvez até tenha sido tudo na minha cabeça.

Quando o Batista desistiu, de repente, um sonho tornou-se uma realidade. Não só eu tinha encabeçado a Wrestlemania 30, eu ganhei o WWE World Heavyweight Championship. Eu estava preenchido com o combate ter sido tão bom como esperávamos e que a plateia reagiu a ele como tal. Enquanto serpentinas roxas e douradas desceram, eu comecei a içar os dois pesados títulos no ar, a gritar "Yes!" fui até ao exterior do ringue e abracei a minha mãe, as minhas duas sobrinhas pequenas, e a minha irmã, Billie Sue, depois disse-lhe para subir ao ringue com a minha sobrinha mais velha. Uma grande maioria do estádio ainda estava de pé e a cantar comigo.

Tudo aquilo não se sentia real. Foi como estar no corpo de outra pessoa, a viver a vida de outra pessoa. A única coisa a impedir-me de sair deste momento foram os produtores a passar a instrução de continuar o "Yes-ing." Após dois combates longos e difíceis e o meu braço direito a estar tão fraco como estava, estar a levantar cada um dos títulos de vinte libras vezes e vezes seguidas era exaustivo. Pouco depois apenas tentei ignorá-los a dizer-me para fazer o "Yes!" o máximo possível e, em vez disso, simplesmente desfrutei do momento. Isto era tudo que eu desejava desde que era um miúdo.

Quando experiencias um momento assim, há sempre coisas que pensas que podiam torná-lo melhor ainda. Neste caso, eu gostava que a Bri tivesse vindo ao ringue para se juntar à celebração. (Ela queria mas foi impedida na "Gorilla" e foi-lhe dito que não podia.) Não temos qualquer fotografia na nossa casa que indicaria a alguém que algum de nós lutou sequer. Eu gostaria de ter tido uma foto com a Brie, eu, a minha irmã e a minha sobrinha no ringue cheio de confetti para o maior momento da minha carreira. O meu único outro desejo era que o meu pai pudesse ter estado lá em New Orleans para também ter visto isso ao vivo, mas ele não pôde ir até à Wrestlemania.

No próximo capítulo: Bom, como já devem calcular, já não há muito mais a contar até ao lançamento do livro e podem verificar que atingiu o seu culminar. Esta obra que tens acompanhado até agora está mesmo mesmo a chegar ao fim e, na próxima semana, teremos as reacções dos colegas de Bryan à sua vitória e as suas emoções no momento pós-conquista.

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