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Literatura Wrestling | Yes! My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania - Capítulo 15 - Parte 2


Está de volta a Literatura Wrestling, o espaço de traduções do blog que vos traz uma obra biográfica, na íntegra, reveladora das origens, vida e decorrer da carreira de alguns dos mais marcantes wrestlers que percorreram os ringues que acompanhámos com tanto gosto.

Todas as semanas vos traremos um excerto do livro "Yes!: My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania", publicado em 2015 por Daniel Bryan e pelo co-autor Craig Tello, a contar o crescimento e peripécias do "Yes! Man" até à sua chegada à WWE e ao main event da Wrestlemania. Boa leitura!


(...)

O Royal Rumble teve lugar em Boston nesse ano, e a Bri ia ao Museu Isabella Stewart Gardner antes do evento pay-per-view. Ela sabia que eu adorava museus, então convidou-me para ir com ela. Fui buscá-la ao seu hotel, e ela contou-me todas as coisas óptimas que ela tinha ouvido sobre o museu. Quando lá chegámos, era lindo. Havia um jardim num pátio no centro do local com três pisos de galerias a rodeá-lo. Enquanto estávamos no segundo andar, a Bri estava a apontar para uma pintura, e um dos trabalhadores chegou lá e reprimiu-a com um forte "Nada de apontar!" Eu nunca tinha ouvido semelhante coisa, e rimo-nos bastante com isso. Nunca chegámos ao terceiro andar devido a restrições de tempo, mas passámos um excelente bocado, apesar de toda a cena do apontar. Apesar de nenhum de nós o ter considerado na altura, hoje pensamos no Museu Isabella Stewart Gardner como o lar do nosso primeiro encontro.

Nós na verdade não começámos a namorar até algumas semanas mais tarde. Tudo começou com um espectáculo em Victoria, British Columbia, em que tivemos que apanhar uma barca de volta para Vancouver após o show. Enquanto esperávamos pela barca, alguma espécie de equipa feminina de dança do liceu saiu do seu autocarro, viu as nossas Divas, e fizeram uma pequena dança. Era como aquele filme "Bring It On" - a equipa do liceu parecia estar a desafiar as Divas para um "dance-off." Eu imediatamente disse à Bri e à Nicole, "Não têm coragem para ter um 'dance-off' com estas gajas," e isso foi tudo o que elas precisavam de ouvir. De repente, a Bri, a Nicole, a Maryse e a Eve Torres começaram a batalhar, com dança, aquelas adolescentes ali mesmo. Foi à vez, com uma equipa a fazer uma dança e depois a outra. Ficou de loucos quando a Nicole fez a "worm" no chão molhado e, com isso, tornou-se claro que as Divas eram as verdadeiras vencedoras.

Após voltarmos à barca, fui sentar-me sozinho no nível mais baixo, a precisar de alguma paz e sossego. A Bri estava com toda a gente no segundo nível - incluindo o Miz, que estava nas suas disposições faladoras e sempre a dar à língua, algo que eu não conseguia suportar na altura - e ela começou a mandar-me mensagens a dizer para subir e visitar. Eu convidei-a para se vir sentar comigo, mas ela não sabia como inventar uma desculpa para deixar o grupo e descer para vir falar comigo. (Não é que ela me tivesse dito isso na altura.)

Dois dias depois, o Raw era em Anaheim, California, no Dia de S. Valentim, e após o espectáculo, o Teddy, o Sheamus e eu estávamos a guiar para San Diego, onde o Smackdown tinha lugar no dia seguinte. A Bri e a Nicole não estavam no Smackdown, mas a Nicole vivia em San Diego, então a Bri estava com ela por alguns dias, e mandou-me mensagem durante a viagem, a convidar-me para jantar com ela e os amigos após o Smackdown. A Bri disse-me para também levar o Teddy e o Sheamus, mas após o espectáculo, estavam cansados e iam simplesmente para os seus quartos. Decidi ir e encontrar-me com a Bri e os amigos para jantar, e depois disso, ficámos todos por casa da Nicole. Quando eu estava pronto para vir embora, a Bri acompanhou-me até ao meu carro, que estava estacionado um pouco longe, e depois levei-a de carro de volta à entrada da Nicole.

E é aqui que a Bri e eu temos uma grande disputa sobre o que realmente aconteceu.

A minha versão: Nós estávamos a meio da conversa no carro quando a Bri rapidamente se despachou com "OK, tenho que ir. Falo contigo depois. Tchau!" e depois saiu a correr do carro, fechando a porta atrás dela.

A versão da Bri: Ela achava que estávamos a falar há uma eternidade e eu não estava a fazer um avanço para a beijar, então ela desistiu e disse boa noite.

No geral, eu sou muito paciente, e a Bri vê isso como lento de muitas formas. Após tudo isso, eu estava a conduzir de volta para o meu hotel a pensar na noite divertida que tínhamos tido, quando a Bri me mandou uma mensagem que dizia algo como, "Uau, eu pensava que um cavalheiro teria a cortesia de dar a uma senhora um beijo de boa noite." Eu instantaneamente respondi, "Não me incites. Eu viro este carro agora mesmo." Foi o que fiz. Alguns momentos mais tarde, eu estava de novo à porta da Nicole. Quando estacionei, estava a chover, e a Bri despachou-se pela chuva para vir até ao portão. Eu saí logo do carro, fui ter com a Bri, agarrei-a e beijei-a. Não dissemos nada, apenas nos beijámos sob a chuva que caía. Foi a 15 de Fevereiro mas ainda olhamos para o Dia de S. Valentim como o aniversário do nosso primeiro beijo.

Na semana seguinte, o Raw foi em Fresno, na California, e foi a primeira vez que tentámos fazer sexo. Bri e eu decidimos na altura não contar a ninguém sobre o beijo ou que tínhamos interesse um no outro. Sou muito bom a guardar segredos, então não contei a ninguém. Literalmente ninguém. Após o Raw, o Teddy e o Sheamus convidaram-me a jantar com eles, mas eu disse que ia ficar a relaxar. Foi uma mentira inocente, porque na verdade planeava jantar fora com a Bri. Quando ela veio buscar-me, porém, o Teddy e o Sheamus viram-na a colher-me. Eles apontaram para nós em descrença e começaram a rir-se. Tinham-nos apanhado, mas depois disso, arrancaram para ir jantar. Pensava que nos iam deixar em paz.

Após o jantar, a Bri e eu voltámos para o meu quarto e começamos a fazer as cenas adultas - vou poupar-vos os detalhes. Estávamos nus e prestes a fazer a nossa cena quando de repente ouvimos o som da maçaneta da porta a girar e em seguida a porta abre-se. A Bri saltou para debaixo dos cobertores enquanto o Teddy e o Sheamus invadiam o quarto, embriagados quanto podiam estar, com o "Ahhh, fella!" e tudo isso. Este foi um daqueles raros momentos em que fiquei mesmo mesmo zangado. Soltei um raivoso "Mas que merda?!" e em pelotas, a partir dos pés da cama, tentei pontapear o Teddy na cara. Como que em câmara lenta, um Teddy bêbado - com os seus reflexos ridículos - desviou-se do pontapé como se fosse o Keanu Reeves no Matrix, depois dirigiu a cabeça de volta para onde estava antes para olhar para mim com ar confuso. Entretanto, o Sheamus tinha-se sentado na cama ao pé da Bri, que estava debaixo do lençol, e estava a fazer-lhe festinhas na cabeça. Em alguns minutos, fui capaz de os retirar do quarto, mas fiquei ali sentado confuso sobre como uma noite que tinha começado tão bem podia acabar assim. Depois disso, a Bri e eu desistimos, e acabamos apenas por dormir.

No dia seguinte, o Sheamus contou-me a história toda. Eles sabiam o número do meu quarto, mentiram na recepção sobre perderem a chave, dizendo que era o quarto deles, a apenas esperaram que eu não tivesse trancado a porta. Eu nunca tranco o meu quarto de hotel; era ingénuo a esse ponto. Desnecessário será dizer que a Bri e eu trancámos sempre as nossas portas de hotel desde então.

No próximo capítulo: Pensavam vocês que as coisas iam começar aqui a escaldar e afinal veio esse hilariante balde de água gelada! Do melhor em toda esta biografia! Mas ainda há muita coisa boa para ler, como o próximo capítulo, o décimo-sexto. O que também está a custar a aquecer é a carreira de Daniel Bryan que só encontra percalços. Leiam, na próxima semana, sobre um deles: o seu primeiro fiasco na Wrestlemania! Lembram-se? Claro que não, não o viram! Leiam o sempre pertinente ponto de vista do próprio...

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