A Alternativa Fenomenal #40: Torneios de Wrestling
Saudações a todos, e bem-vindos a este retorno da Alternativa Fenomenal. Peço desculpas pela longa ausência, mas precisei me dedicar aos estudos durante esta larga pausa. Porém, agora já concluídos, posso retomar as atividades deste pequeno espaço que possuo no WN. Então, sem mais delongas, vamos ao texto;
Hoje podemos ver que um clássico formato utilizado na luta livre voltou a ficar muito popular, especialmente devido à larga utilização que a WWE vem apresentando. Este formato, é o dos famosos torneios, existentes desde os primórdios da modalidade, e costumeiramente utilizados como "tapa-buracos", seja para coroar um novo campeão (ou campeões) ou para encontrar um desafiante para este.
Entretanto, alguns torneios acabaram adquirindo um status de enorme importância, tanto pela premiação oferecida pelo mesmo, como pela quantidade de edições realizadas do mesmo. Um dos mais famosos exemplos é o King of the Ring da WWE, bem como a série de "Classic Tournaments" iniciada em 2015.
Considerando também que os torneios costumam ser palco de combates de qualidade superior, e apresentam uma interessante forma de entretenimento, hoje trago a vocês alguns exemplos de torneios realizados mundo afora e que adquiriram notoriedade no meio do wrestling profissional. São eles:
Obs: Apesar de alguns desses torneios já terem sido citados em edições anteriores do Alternativa, convém detalhá-los novamente, visto o espaço de tempo entre o lançamento deste artigo e dos anteriores.
The Battle of Los Angeles (PWG) - Criado em 2005 pela Pro Wrestling Guerrilla, o Battle of Los Angeles é considerado o maior torneio do cenário independente mundial. Realizado anualmente nos meses de agosto ou setembro (apesar de duas edições terem ocorrido no mês de novembro), o BOLA atrai a atenção de vários lutadores famosos tanto na cena indy, como nas companhias mainstream, sendo bastante comum a participação de lutadores ativos de empresas como AAA, New Japan e a atual GFW.
Durante sua existência, a competição teve diversos formatos para sua realização. Em sua primeira edição, o torneio seguiu o formato convencional de 16 participantes, sendo que já no ano seguinte, com o aumento de competidores para 24, o formato mudou para um sistema de três blocos, com três semifinais, e uma 3-Way match como final.
Durante sua existência, a competição teve diversos formatos para sua realização. Em sua primeira edição, o torneio seguiu o formato convencional de 16 participantes, sendo que já no ano seguinte, com o aumento de competidores para 24, o formato mudou para um sistema de três blocos, com três semifinais, e uma 3-Way match como final.
A última mudança de formato ocorreu em 2014, quando o torneio volta ao sistema de 24 lutadores, que se mantém até hoje. Por se tratar de uma competição multi-promocional, não há recompensas adicionais ao vencedor do torneio, que recebe um troféu por sua vitória.
Troféu da edição de 2015 do BOLA
Ao todo, 120 lutadores disputaram (ou disputarão) o BOLA, e Chris Hero detém o recorde de aparições, com 8 participações no torneio. Desde sua criação, nenhum lutador conseguiu vencer o BOLA mais de uma vez, tendo Chris Bosh sido o primeiro vencedor, em 2005, e "The Villain" Marty Scurll sendo o atual campeão do torneio.
A edição deste ano da Battle of Los Angeles será realizada nos dias 1,2 e 3 de setembro em Reseda, Califórnia (local de realização mais comum, com 10 torneios tendo sido apresentados na cidade), e contará com lutadores como Brian Cage, Zack Sabre Jr, Jeff Cobb (Matanza Cueto), Ricochet (Prince Puma), Sami Callihan (Jeremiah Crane), Dezmond Xavier e Trevor Lee.
Rey de Reyes (AAA) - Criado em 1997 pela atual Lucha Libre AAA Worldwide, o Rey de Reyes é um torneio anual com importância similar ao King of the Ring da WWE. Com exceção da primeira edição, realizada em fevereiro, o torneio é realizado no mês de março, tendo majoritariamente 16 competidores, que disputam quatro Fatal 4-Way's qualificatórias, onde os vencedores se enfrentam numa Fatal 4-Way final, onde é decretado o campeão da disputa.
Este formato foi usado nos seis primeiros anos do torneio, sendo que em 2003 houve uma única semifinal com 6 lutadores, onde dois seguiram para a final (formato mantido em 2004). De 2005 a 2007, o torneio foi realizado no formato de uma única Elimination match, voltando ao sistema original em 2008.
Em 2010 e 2013, a final foi contestada na forma de uma 3-Way Elimination match (repetido em 2016, quando um dos competidores da 4-Way final, Blue Demon Jr, não compareceu ao evento), e em 2011 e 2017, o torneio foi realizado novamente como uma final única. Nos demais anos, ele seguiu o modelo tradicional mencionado anteriormente.
Usualmente, a vitória no Rey de Reyes serve para firmar a posição de um lutador no topo da empresa, ou para alavancar a carreira de alguém que a companhia veja como futuro main eventer. Ao vencedor, é entregue uma espada que simboliza sua supremacia sobre os demais competidores, porém nenhuma outra recompensa adicional costuma ser dada (ainda assim, em algumas edições, o campeão recebeu o direito de competir pelo AAA Mega Championship).
Pentagón Jr como vencedor do Rey de Reyes de 2016
O torneio costuma ser realizado em um uma única noite, num evento em pay-per-view, que conta com disputas adicionais, inclusive title matches. Em algumas poucas edições, entretanto, as lutas classificatórias ocorreram ao longo de fevereiro, com a final acontecendo em março.
Este formato foi usado nos seis primeiros anos do torneio, sendo que em 2003 houve uma única semifinal com 6 lutadores, onde dois seguiram para a final (formato mantido em 2004). De 2005 a 2007, o torneio foi realizado no formato de uma única Elimination match, voltando ao sistema original em 2008.
Usualmente, a vitória no Rey de Reyes serve para firmar a posição de um lutador no topo da empresa, ou para alavancar a carreira de alguém que a companhia veja como futuro main eventer. Ao vencedor, é entregue uma espada que simboliza sua supremacia sobre os demais competidores, porém nenhuma outra recompensa adicional costuma ser dada (ainda assim, em algumas edições, o campeão recebeu o direito de competir pelo AAA Mega Championship).
Pentagón Jr como vencedor do Rey de Reyes de 2016
O torneio costuma ser realizado em um uma única noite, num evento em pay-per-view, que conta com disputas adicionais, inclusive title matches. Em algumas poucas edições, entretanto, as lutas classificatórias ocorreram ao longo de fevereiro, com a final acontecendo em março.
Ao todo, 112 lutadores disputaram o Rey de Reyes, com La Parka sendo o lutador com mais participações (12 no total) e o único a vencer mais de uma vez o torneio, com 4 vitórias (em 2001, 2003, 2005 e 2007). Latin Lover foi o primeiro vencedor do torneio, em 1997, e Argenis é o atual vencedor.
Tournament of Death (CZW) - Criado em 2002 pela Combat Zone Wrestling, o Tournament of Death, como o nome sugere, é uma disputa que envolve vários lutadores especializados em deathmatches, sendo diversas variações desta estipulação usadas nos combates do torneio. O evento é sempre realizado em um único dia, sendo que em sua primeira edição o torneio aconteceu no mês de agosto, da segunda a quinta no mês de julho, e a partir da sexta no mês de junho.
O número de participantes do ToD costuma ser variável, indo de 8 (formato mais comum) a 16 competidores (formato usado uma única vez, na sétima edição do torneio). Como citado anteriormente, cada combate utiliza uma estipulação de deathmatch diferente, sendo de 4 a 6 combates na primeira rodada, com duas ou três semifinais (dependendo do número de participantes), e um combate final, que pode variar de um combate 1-on-1 até um Fatal 4-Way.
O vencedor do torneio recebe um troféu como premiação, sem nenhuma recompensa adicional, à exceção da primeira edição do torneio, onde o vencedor se tornou o inaugural CZW DeathMatch Champion. Ainda assim, grandes nomes da cena indy e ultraviolent participaram do torneio, como Nick Mondo, Necro Butcher, Jimmy Havoc, Ian Rotten e Mad Man Pondo.
Rickey Shane Page com o troféu de vencedor do ToD 15
Para além dos ToD numerados, que ocorrem anualmente, em quatro ocasiões houveram ToD's adicionais. Em 2007, ocorreu a edição Fast Forward do torneio, que serviu para coroar um novo CZW Ultraviolent Underground Champion (o título estava vago na altura). Em 2009, ocorreu o ToD Rewind, onde o Ultraviolent Underground Title também estava em jogo.
O número de participantes do ToD costuma ser variável, indo de 8 (formato mais comum) a 16 competidores (formato usado uma única vez, na sétima edição do torneio). Como citado anteriormente, cada combate utiliza uma estipulação de deathmatch diferente, sendo de 4 a 6 combates na primeira rodada, com duas ou três semifinais (dependendo do número de participantes), e um combate final, que pode variar de um combate 1-on-1 até um Fatal 4-Way.
O vencedor do torneio recebe um troféu como premiação, sem nenhuma recompensa adicional, à exceção da primeira edição do torneio, onde o vencedor se tornou o inaugural CZW DeathMatch Champion. Ainda assim, grandes nomes da cena indy e ultraviolent participaram do torneio, como Nick Mondo, Necro Butcher, Jimmy Havoc, Ian Rotten e Mad Man Pondo.
Rickey Shane Page com o troféu de vencedor do ToD 15
Para além dos ToD numerados, que ocorrem anualmente, em quatro ocasiões houveram ToD's adicionais. Em 2007, ocorreu a edição Fast Forward do torneio, que serviu para coroar um novo CZW Ultraviolent Underground Champion (o título estava vago na altura). Em 2009, ocorreu o ToD Rewind, onde o Ultraviolent Underground Title também estava em jogo.
Em 2010, ocorreu o ToD vs Gorefest, evento conjunto da CZW com a wXw realizado na Alemanha (este foi o primeiro torneio realizado fora dos EUA), onde Nick Gage precisou defender o Ultraviolent Title pelo torneio. Por fim, em 2012, ocorreu o ToD Europe, também realizado na Alemanha, sendo esta a única das disputas adicionais onde o Ultraviolent Title não estava em jogo.
G1 Climax (NJPW) - Criado em 1991 pela New Japan Pro Wrestling, como uma versão renovada do World League Tournament, o Grade One Climax (ou G1) é um dos torneios anuais mais antigos ainda ativos. O G1 sempre foi realizado ao longo do mês de agosto e, dependendo do número de participantes, sua duração varia entre 2 a 4 semanas.
Além de lutadores da própria New Japan, vários lutadores advindos de outras promotoras japonesas e competidores estrangeiros já participaram do evento. Nomes como Bam Bam Bigelow, Vader, "The Great Muta" Mutoh Keiji, "Stone Cold" Steve Austin, Hashimoto Shinya, Ric Flair e William Regal já competiram no G1.
"Ravishing" Rick Rude em sua participação no G1 Climax 2, em 1992
O torneio, tal como os outros citados, também assumiu diversos formatos ao longo de sua história, tendo número de participantes variando de 8 a 22 lutadores. Em sua primeira edição, o torneio seguia o modelo de disputa em dois blocos, onde cada lutador enfrentava outros 7 oponentes, e os dois melhores de cada chave se enfrentavam em um combate final.
Já no ano seguinte, 1992, o torneio sofreu uma mudança e passou a usar o sistema de eliminação única tradicional, tendo voltado ao sistema de blocos em 1994. Em 1995, os dois primeiros colocados de cada bloco seguiram para combates semifinais, algo inédito para o G1, que porém não foi usado no ano seguinte. Nos anos de 1997 e 1998, a disputa voltou ao sistema de eliminação única, mas desde 1999 o sistema de blocos é o único formato utilizado.
Além de lutadores da própria New Japan, vários lutadores advindos de outras promotoras japonesas e competidores estrangeiros já participaram do evento. Nomes como Bam Bam Bigelow, Vader, "The Great Muta" Mutoh Keiji, "Stone Cold" Steve Austin, Hashimoto Shinya, Ric Flair e William Regal já competiram no G1.
"Ravishing" Rick Rude em sua participação no G1 Climax 2, em 1992
O torneio, tal como os outros citados, também assumiu diversos formatos ao longo de sua história, tendo número de participantes variando de 8 a 22 lutadores. Em sua primeira edição, o torneio seguia o modelo de disputa em dois blocos, onde cada lutador enfrentava outros 7 oponentes, e os dois melhores de cada chave se enfrentavam em um combate final.
Já no ano seguinte, 1992, o torneio sofreu uma mudança e passou a usar o sistema de eliminação única tradicional, tendo voltado ao sistema de blocos em 1994. Em 1995, os dois primeiros colocados de cada bloco seguiram para combates semifinais, algo inédito para o G1, que porém não foi usado no ano seguinte. Nos anos de 1997 e 1998, a disputa voltou ao sistema de eliminação única, mas desde 1999 o sistema de blocos é o único formato utilizado.
O vencedor do G1 Climax recebe como prêmio um troféu e o direito de disputar o IWGP Heavyweight Championship, entretanto, os detentores deste título também podem competir e eventualmente ganhar o torneio (caso de Mutoh Keiji em 1995 e Sasaki Kensuke em 2000). Desde 2012, o vencedor recebe um contrato que lhe dá o direito de disputar o IWGP Title no Wrestle Kingdom, maior evento da companhia, tendo que defendê-lo ao longo do ano.
Ao todo, 121 lutadores competiram no G1 Climax, com Tenzan Hiroyoshi sendo o recordista de participações, com 21 aparições, e Chono Masahiro sendo o lutador com mais vitórias no torneio, saindo vencedor em 5 ocasiões, além de ser o campeão inaugural do torneio. O último vencedor foi "The Cleaner" Kenny Omega.
Cabe lembrar que a edição deste ano do G1 (aquando da data de publicação deste texto) ainda está acontecendo, e os leitores podem acompanhar a competição pelo WN, clicando aqui.
Como notado, os torneios constituem uma forma interessante de elevar lutadores, seja com a entrega de prêmios importantes ou apenas incluindo o nome dos vencedores na história das companhias realizadoras. Não é difícil perceber a importância do formato, nem do valor agregado à carreira dos lutadores que logram vitórias nestas disputas.
Desta forma, apresentados estes exemplos, deixo agora para os leitores que digam qual o seu torneio favorito, e qual gostariam de ver sendo mostrado aqui (uma segunda parte pode ocorrer dependendo da aceitação desta). Novamente peço desculpas pela ausência de artigos, e desejo a todos uma boa leitura. Até a próxima.