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Slobber Knocker #125: Rescaldo do Survivor Series


Já passou quase uma semana, já devem estar todos mais calmos com os acontecimentos do Survivor Series. Mas é precisamente sobre todos eles que venho falar, até daqueles que quase ninguém se lembra - se já era difícil ter algo memorável quando o evento acabou daquela maneira, ainda mais quando é chouriço.

Muita coisa ainda dança na cabeça dos fãs de wrestling e já lá vou. Muita coisa aconteceu primeiro e é nelas que me debruçarei antes de chegar àquelas coisas. É a habitual revisão ao evento, é a cumprir hábito.

Fandango derrota Justin Gabriel no Kickoff


Não era aqui que procuravam algo para roubar o espectáculo. Foi mesmo só para introduzir uma personagem remodelada. Que por acaso já andava na mó-de-baixo sem grande rumo. Uma renovação e uma apresentação com uma vitória fácil é o método tradicional, agora veremos se é para dar nalguma coisa concreta.  Portanto, foco agora nas partes boas ou razoáveis: Fandango é resgatado, parece vir a ter um push mínimo e lá arranjaram posto para a Rosa Mendes sem ser no ringue ou na fila do desemprego.

Já as partes menos boas: Rosa Mendes também não é propriamente genial nisto, mas sempre se vai safando melhor. O que mais me chateia é a mudança da música, essa é que vou ter problemas em superar. A melodia está lá mas já não é a "Cha La La". A attire antiga dele também era de valor mas acho que isso supero mais facilmente. De resto, tudo bem por mim. O combate, claro, não há nada a apontar aqui, foi apenas uma apresentação com uma simples e fácil vitória sobre um jobber. Que se repetiu no Raw. As coisas mais a sério devem estar ainda para vir e estou contente e aberto a isso. Sempre fui fã do Fandango. Mas continuo a preferir a música antiga.

Jack Swagger derrota Cesaro no Kickoff


Um combate que, também servindo como chouriço, apenas deixa questões. A primeira é aquela que se pergunta todas as semanas e que apenas causa frustração e desânimo de continuar a perguntar: porque é que o Cesaro continua a perder sem qualquer propósito? Eu que até gostei do modo troll dele no último Raw antes do Survivor Series, aqui pouco a nada fez. A outra questão: Jack Swagger foi atacado e retirado da Team Cena. Mas afinal já estava bem agora e até durante a semana no Main Event. Ou seja, até já estava apto para integrar a equipa na mesma. Usemos a versão da "miúfa". Preferiu ficar quieto e deixar outra pessoa fazê-lo. É o que fica mais engraçado.

O combate também não tem grande coisa que se lhe diga. Ocupou os cinco minutos finais e foi uma forma de dizer: estes dois estiveram semi-envolvidos na história principal e queremos lembrar isso, sem dar a entender que pouco a nada quisemos saber deles. Aproveitaram-se de uma promo pró-Authority de Cesaro, reacenderam uma feud antiga e amanharam um curto combate que viu Swagger sair vitorioso sobre um Cesaro que desistia perante um Patriot Lock. Para desgosto do povo. Se não é desta, pode ser para a próxima, Cesaro...

The Miz & Damien Sandow derrotam Gold & Stardust, The Usos e Los Matadores num Fatal 4-Way Tag Team pelos WWE Tag Team Championships e ganham os títulos


Tinha boas expectativas para isto, apesar da construção desmazelada. Fizeram vários combates entre as diversas equipas em questão, trocando vitórias e envolvendo-os em confusões. Ficava confusa a ideia de quem seriam os candidatos principais aos títulos, com tanta gente "igual" a trocar vitórias. Optaram por aquilo que assumimos que fosse e colocaram as quatro equipas a disputar pelos cinturões. Num anúncio rápido e pouco aprofundado, mas transmitiu a ideia para nos deixar à espera disto. Que, para mim, foi uma abertura muito boa.

Com tanta equipa em ringue, era garantido que desse em acção descontrolada e que eventualmente fosse tudo aos arames e nos dessem daqueles spots marados que gostam de fazer quando há muita gente em ringue. Isso é a base, depois têm toda a história a contar e já sabíamos que não ia ser aos Matadores ou ao El Torito que o público ia prestar atenção. Os Usos tinham pouco mais que a sua enérgica presença e os bizarros irmãos "Dust" eram os portadores dos títulos e tinham que vender as suas "bizarrices" para manter as suas "Cosmic Keys". Então para quem sobra a atenção? Claramente para o senhor que veio do fundo do poço para se tornar um dos favoritos dos fãs, o hilariante "show stealer" Damien Mizdow, com quem parecem estar, felizmente, a atinar.

Tinham que continuar o ritual habitual enquanto ele ainda resulta: The Miz executa algo e Mizdow repete de forma hilariante; The Miz faz uma taunt e ouve altos apupos, Mizdow repete e a casa fica histérica; The Miz sofre alguma manobra, Mizdow vende-a que nem um lorde em pleno combate com o homem invisível da Japonesa DDT. Ainda dá para umas risadas e vai mantendo ambos bastante over. Tome-se o próprio Miz como exemplo. Não só esta recente gimmick o tem no seu melhor em muito tempo - para mim, o melhor desde os seus tempos como WWE Champion, quando gostava imenso dele para minha própria surpresa - como ainda tem uma ajudinha de Mizdow cuja tão grande reacção criou o acto das reacções aos gestos: Miz tem bom heat, graças a Mizdow e sabemos bem como ele já teve problemas em conseguir puxar uma reacção sequer - e isso que ele também já puxou das bem boas, no que diz respeito a heat.

E não se quiseram ficar apenas pelo destaque a eles no combate. O destaque teve que ser pleno e, após uma troca bastante equilibrada de galhardetes entre todas as equipas numa acção rápida que vendia a ideia de que podia ter qualquer um como vencedor - vendia a ideia, nenhum de nós acreditava que os Matadores fossem ganhar, claro - tiveram que criar o final esperto, através de uma esperteza roubada por um esperto que roubava a esperteza a um outro esperto. Mizdow não só roubou o show como roubou o pin e o rápido e inteligente tag em Miz, permitiu-lhe vencer e ganhar os títulos para si e o "A Lister", num momento de emancipação daquele que dita todos os seus movimentos. Sabemos que isto vai dar em muita boa história e para já sabemos de uma parte: Miz é que anda com os dois cintos e Mizdow contenta-se com réplicas. Isto vai ser bom...

Team Fox (Alicia Fox, Natalya, Emma e Naomi) derrotam Team Paige (Paige, Cameron, Layla e Summer Rae) num 4-on-4 Divas Traditional Survivor Series Elimination Tag Team


Foi para encher, para dizer que tinham dois combates tradicionais e que as Divas também já têm esta tradição, desta vez numa versão mais reduzida. E não foi assim grande coisa, mas não se podia esperar algo por aí além também. Se utilizar aquele esquema de olhar para as partes boas e depois para as partes más, posso avançar para as boas: Paige. Pronto, estão aqui muitas. Para além disso, Emma, que até foi bem utilizada. E também me posso considerar satisfeito por deixarem-nas competir normalmente como estando num combate a sério deste género e não como o trambolho do ano passado em que elas quase eram eliminadas com correntes de ar.

As partes menos boas. Talvez não seja grande fã do "clean sweap". Satisfaz-me a ideia de que desta forma, não faziam a Emma ser a primeira eliminada, mas não me enche muito a ideia de uma equipa liderada por Paige não se governar. Acredito que seja para vender a ideia de que Paige realmente não se dá com ninguém e não consegue liderar uma equipa ou cooperar com colegas, prejudicando-a. A ideia realmente passada é de que ela tinha a Cameron, mas isso é outra história.

Aparentemente, existe aqui uma feud entre Paige e Alicia Fox, algo que foi construído com pouco empenho e apenas se baseou num ataque de Paige a Alicia porque a beldade Inglesa não consegue manter amigas e farta-se depressa. Com isso, Fox teve uma Face Turn "by default" o que, tendo em conta o seu estatuto como "Porco no espeto", que podem verificar na edição do Slobber Knocker que aborda esse assunto e que a inclui, é mais uma voltinha de graça para menina bonita - mas ela que não se preocupe, que um outro senhor que personifica esse termo voltou a fazer das dele mais tarde nessa mesma noite.

O combate não foi nada demais, não se podia esperar. Mas não o arrasto logo para a categoria de "mau". Foi mediano e temos que ter em conta que nem todas as competidoras estavam ao mesmo nível. Houve sempre alguma atrapalhação aqui e ali mas elas lá se foram safando, sem nunca surpreender. Deixaram Paige sozinha, no fim, como forma de a vender como a solitária persistente. Também não facturou e foi pelo mesmo caminho que as parceiras. Lá nos deram um "clean sweap" num combate com pouco propósito e praticamente nenhuma implicação. Alicia Fox vingada, será?

Bray Wyatt derrota Dean Ambrose por desqualificação


O primeiro momento derradeiramente alto da noite estava aqui. A antecipação já lá estava e só faltava a concretização. Foi no Hell in a Cell que se iniciou esta feud daquelas que até podemos nem saber muito bem porque está a acontecer mas sabemos que a queremos ver. Explicaram isso com a obsessão de Bray Wyatt em salvar almas perdidas, principalmente aquelas semelhantes a ele mesmo, como ele assim apontou Dean Ambrose. Tornou as coisas mais pessoais ao falar no pai e tinhamos uma rivalidade intensa já com pernas largas para andar. E dois tremendos Superstars, no topo da cadeia do plantel actual, com capacidade de dar show a recordar.

De modo geral, este foi o combate de "aquecimento" da feud e, assumimos logo e tivemos a certeza no final, que um embate mais físico e sério se daria no próximo PPV. Apesar do nível pessoal a que levaram o confronto, foram limitados por regras báscias e um combate sem estipulação. Isso fez com que o encontro tivesse um desenvolvimento mais tradicional, começando com uma base mais de tapete e aumentando, progressivamente, a intensidade. Talvez fosse de estranhar em dois tipos com estilos que combinem melhor com o "brawling", mas ambos são suficientemente talentosos para carregar um combate com uma excelente psicologia em ringue, de qualquer forma.

Do tal desenvolvimento tradicional, acabou por florir a porrada mais "da velha" e quando já víamos corpos a virar do avesso com clotheslines da fazer eco, já sabíamos que a faísca estava a aumentar. A coisa tornou-se muito mais entusiasmante e ao nível do que esperávamos destes dois talentos de topo e favoritos. Mas não quiseram fechar a coisa de forma decisiva, para já. Fazendo um paralelismo e "throwback" à Wrestlemania e ao seu embate com John Cena, Wyatt oferece uma cadeira a Ambrose e convida-o a soltar o monstro que tem em si e basicamente arriá-lo. Erro: o Ambrose não é o Cena e está-se bem marimbando para morais e éticas e desatou a fazê-lo comer o aço da cadeira. Insatisfeito. Vai Wyatt por uma mesa dentro. Insatisfeito. Voam cadeiras para o ringue e que se deixe Wyatt enterrado nelas. Insatisfeito. Traz uma escada e... Sobe-a só e faz taunt para o técnico de som adivinhar que ele já tinha acabado e tocar a música dele. Talvez a escada tenha dado um falso alarme aos fãs, que pensavam que ele se fosse atirar, mas só estava ali para transmitir uma mensagem e contar uma história: o próximo passo a tomar nesta feud cujo primeiro combate se ficou por uma agridoce desqualificação.

Num caso raro, foi já neste PPV que ficou marcado o combate para o próximo: um TLC no PPV com esse mesmo nome e tema. Do belo. Nós cá ficamos á espera que estes dois se partam ao meio e que dêem possivelmente o combate da noite. Assume-se que seja um TLC diferente à base de pin - como foi a estreia dos Shield em finais de 2012 - e também se assume que seja uma daquelas coisas que, recorrendo a um registo linguístico cuidadíssimo, seja do caraças. Este combate já foi de qualidade, esperemos então como sairá esse Tables, Ladders & Chairs. Mesmo que o booking da feud não tenha sido dos mais convictos - ainda teve óptimos segmentos - há muito bom combate que se pode fazer para a tornar memorável.

Adam Rose & The Bunny derrotam Slater Gator (Heath Slater e Titus O'Neil)


Fasquias elevadíssimas para este combate, de facto. Os dois minutos e meio que aquela plateia mais ansiava ver. Ou seja, foi chouriço e nem sequer foi de boa qualidade. E que nem enche assim tanto. Mas eles precisavam de alargar o card - acredito que seja mais isso que queimar tempo, dado o pouco que isso fez nesse campo. E aqui tenho razões para lamentar pois existem aqui indivíduos de quem sou fã: Adam Rose e Heath Slater. Cujo aproveitamento desanima qualquer um que se denomine aquilo que eu me denominei - mas confesso que este novo Adam Rose Heel abre-me a curiosidade e pode ser bom se fizerem a coisa bem feita.

Primeiro tivemos um segmento no backstage a promover uma nova linha de brinquedos da WWE. Parece fazer parte do emprego de Adam Rose e deve estar nalguma cláusula a negrito no seu contrato. Dessa se livrou o Santino, ao menos - que regresso no Raw seguinte de uma forma que não me agradou, carregando o convidado que ninguém queria ver. Foi a partir de brinquedos que se iniciaram conflitos entre Adam Rose e a equipa de Slater e Titus que já se parecem dar bem. Adam Rose mostrou a sua nova atitude e marcou o combate para essa noite, enquanto se ouvia a plateia a gritar "No! No! No!" Pronto, mensagem recebida. Ou não.

O combate deu-se e muito rapidamente se deu. Foi uma brincadeira para ocupar um punhado de minutos, para colocar o Bunny um pouco mais over - até parece estar a cair no goto da malta - e azedar a relação entre este e o seu "Deus" Adam Rose, como este gosta de ser classificado agora. Um combate com uma história muito simples: o Bunny consegue a vitória por si mesmo e deixa Rose frustrado por o superar mais uma vez. Heath Slater e Titus O'Neil não passaram dos peões no meio disto. E a história continua. Que até podia nem ser má, o Adam Rose Heel pode dar coisas boas, acreditem. Mas eles insistem em não lhes dar os segmentos certos. E no caso de dúvida, o Bunny irrompe em alguma actividade de "humping" em pleno ringue, capaz de fazer corar até o Edge e a Lita!

Nikki Bella derrota AJ Lee pelo Divas Championship e ganha o título


Tendo em conta que praticamente não houve combate, vou analisar isto por partes onde dê que falar por fora do combate. Mas primeiro, uma observação sobre o combate: deve ter havido muito boa gente que nem caiu logo no combate e no que acabara de acontecer. Ainda estavam todos tão embasbacados com aquele beijo que nem repararam que a AJ tinha perdido em meio minuto.

Analisando a decisão: como praticamente toda a gente, não estou virado para a Nikki Bella como Campeã, nem acho que tenha feito alguma coisa até agora que lhe faça valer isso. É uma das Divas que andava a frustrar os espectadores a cada aparição e a ela é premiada o cinto, garantindo ainda mais a sua presença, agora como a "Diva superior". Quanto á decisão do combate em si, os acontecimentos da Wrestlemania XVIII com Daniel Bryan e AJ, que agora era a vítima, foram assim tão bons que tinham que se repetir? Ou foi a ideia que lhes ocorreu para despachar o número de combates para encher o card e dispensar o tempo para o main event? Como seja, é segunda vez que fazem uma coisa que nunca deviam ter feito a primeira. Mesmo que esta seja referencial, não vejo grandes louvores a dar-lhe. Ainda para mais sem premissa, feito só porque sim e com ar de que foi o que se lembraram na altura.

E uma palavra em relação a Brie Bella. Já está uma Heel Turn executada? Juntando os factores "vingar-se de AJ pelo que ela fez ao agora marido, na Wrestlemania, numa altura em que ainda não era" a uma espécie de "síndrome de Estocolmo" para com a irmã que tinha vindo a servir ao longo do passado mês, talvez se tenha o que é necessário para Brie voltar a aceitar a irmã, saltar para o lado dela e fazer a viragem. Mas faz assim tanto sentido, tendo em conta os acontecimentos pessoais tão fortes que aconteceram ainda agora? Ainda vêm da mesma história! Todos sabemos que há pouca continuidade no wrestling e que graças a Turns os piores inimigos podem ser os melhores amigos daqui a uns meses. Mas no decorrer de uma história em que uma irmã deseja a outra que morresse no ventre e trata-a com abuso como uma escrava... Semanas são suficientes para se voltar a aliar? Eles lá sabem. Ou elas lá sabem. Ao que elas continuavam a partilhar a conta do Twitter, não havia de demorar muito realmente.

Nova nota rápida e conclusiva em relação ao final. Foi o que foi. Não adianta lamentar muito, veremos o que vão fazer daqui para a frente. Ao menos serviu para a AJ fazer uns trocadilhos engraçados no Raw e mandar umas bocas daquelas fortes. Há que tirar proveito de tudo.

Team Cena (John Cena, Dolph Ziggler, Big Show, Erick Rowan e Ryback) derrotam a Team Authority (Seth Rollins, Kane, Mark Henry, Rusev e Luke Harper) num 5-on-5 Traditional Survivor Series Tag Team e a Authority perde o poder


De forma muito breve, para introduzir, dirijo-me ao combate em geral e, como um mero fã de wrestling que gosta de ser bem entretido e ter as suas emoções à baila quando está sentado a ver um show, não podia estar mais satisfeito. Dos melhores combates "Survivor Series" que se possa ter memória nos últimos tempos. Mesmo que tenha defeitos lá nos seus sítios, é assim que se constitui um combate deste calibre e desta dimensão. E as altas implicações, essas estavam bem vendidinhas para mim. Foquemo-nos então em tópicos:

- O resultado: fizeram um bom trabalho em vender a ideia de que qualquer um podia vencer, apesar de nenhum poder e nenhum dar a entender que ia permitir uma derrota. No momento em que Vince anunciou que a Authority perderia o poder se perdesse, pensamos logo que o resultado estava spoilado ali mesmo. No entanto, as coisas ficam mais equilibradas quando Triple H anuncia o despedimento de todos os membros da Team Cena, à excepção do próprio, no caso de derrota. Mudamos de ideias. E vemos que até têm implicações fortes e que temos que esperar de tudo e mais alguma coisa. Venceu a Team Cena e mantiveram-se empregos - que nunca acreditamos que se perdessem - ficando a Authority sem poder. Mas ainda se ganha mais interesse porque sabemos que os voltaremos a ver.

- O confronto entre Rowan e Harper: ainda soube a pouco. Mas acredito que ainda seja só um cheirinho e que se crie uma feud a sério entre ambos, assim que Rowan desocupar as mãos de Big Show e Harper avançar do Ziggler.


- Eliminação imediata de Mark Henry: um momento previsível do qual já estava à espera mas que nem considero num mau sentido. Esperava que acontecesse mas quando aconteceu, até bati uma palma que nem um mark entusiasmado. Foi uma boa manobra de mostrar a seriedade do combate e  disposição dos membros da Team Cena. E um momento de vulnerabilidade da ditadora autoridade também é bonito de se ver, mesmo que se admire o grupo líder.

- Eliminação de Rusev: eles a ser inteligentes e como esperávamos que fosse. Muitos consideravam Rusev como o travão da vitória da Team Cena porque eles certamente não lhe iriam dar a sua primeira derrota num combate colectivo onde já havia demasiadas coisas de grande dimensão a acontecer para ofuscar esse acontecimento. Mas não é preciso pensar muito para lembrar que há mais maneiras de se eliminar e que uma desqualificação ou contagem. Meter-se à bulha com outro pelo backstage fora até serem os dois contados é uma opção, mas já a utilizaram demasiadas vezes. Uma forma de dar esperteza ao adversário, que calhou ser Ziggler que de forma não oficial contaria aqui mais uma eliminação - mas assim não conta e já igualava o recorde que o Roman Reigns igualou e agora não convém. Rusev não ficou a parecer burro porque Ziggler pareceria KO a qualquer um, nem fraco porque quase chegava ao ringue. Têm que ser minimamente inteligentes de vez em quando.


- Heel Turn de Big Show: parece que é aquela altura do ano. Muda de acordo com a cor das folhas. Big Show deve ter aquela sensação de desconforto no corpo, que sentimos na cama quando temos insónias e temos a necessidade de nos virar, mesmo que seja em vão e tenhamos que nos virar outra vez. Tenho esse problema com muita frequência. E o Big Show também aparentemente, mas é em ringue. Deve ser por ser gigante, tem muito para dar como Face ou Heel. Mas pronto, foi um bom momento de choque - porque achei que isto das turns fosse acalmar agora, não porque é algo que nunca aconteceria. A verdadeira questão é: quantas vezes é que o Cena vai continuar a confiar nele?

- Interferência de Triple H: manobra de Heel desesperado e irritante. Eu mesmo já estava a ficar frustrado com aquilo. É verdade, já estava a viver aquilo, quando foi a última vez que me aconteceu? Parei para reflectir que aquilo era bom, estava bem desempenhado e que gosto e sempre gostei do Triple H, especialmente a Heel. Mas já estava mark e isso é óptimo. Pensem o que quiserem e chamem-me o que quiserem, mas já estavam a conseguir fazer-me viver o combate como se tivesse 12 anos outra vez: e isso é óptimo. Foi aqui que me apercebi imediatamente que este seria um combate Survivor Series que eu melhor recordaria no futuro. Talvez não seja para todos. Mas eu estava nas minhas quintas.


- Sting: Era de escrever uma asneira aqui. Mas era pela exaltação. Mas lá está, finalmente aconteceu. Talvez a última coisa que estava na lista de coisas a fazer: trazer o Sting. E os anos que isso demorou. E nem foi preciso tanto contexto, assumimos que Sting não estava a gostar nadinha dos planos do Triple H e queria a Authority fora dali. Pensamos nisso? Não, demasiado ocupados a markar e a poppar que nem uns tolos. Claro que há sempre aquele céptico que não vê vantagens nesta sua vinda e vejo isso justificado, mas para mim é secundário. Numa de "preocupo-me com isso depois", é algo que faltava acontecer e que aconteceu de forma brilhante. Ainda por cima no estado de espírito em que já estava, não tinha grande força com que contestar. Nem tinha razões para isso. Mas suspirem e digam: Sting já estreou na WWE!

- O heroísmo de Dolph Ziggler: no entanto o acontecimento história anteriormente mencionado tem que ser colocado, no meu patamar, ao lado de um outro acontecimento que também me deixou a largar fogo: o destaque dado a Dolph Ziggler como último sobrevivente capaz de derrotar outros três fortes competidores. Era isto que estava a faltar a um dos Superstars mais subvalorizados daquele plantel e por quem o público mais implora por um push a sério. Isto devia já pregá-lo no main event mas esperemos que não mudem de ideias e lhe dêem isto como a sua "Andre the Giant Memorial Battle Royal" do Cesaro, que entretanto desvanecer-se-á e é no midcard baixo e sem rumo que o vêem melhor. Nada disso, já que fizeram uma coisa tão bem como isso - que nem um verdadeiro underdog - agora que mantenham e não façam cagada, recorrendo a termos de outros campos semânticos de menos classe. Este pode ser o momento que define Ziggler e convém que o seja. Ganhou ao último com ajuda de Sting? Que seja, não é por aí que se dá por fraco. Agora o que se quer é mais disto em Dolph Ziggler. À tolo, que leve essa determinação até ao Brock Lesnar, caramba!


Como podem ver, pela forma como me referia a muitos destes acontecimentos, foi um main event que me encheu as medidas e até as superou. Por mim, assim é que deve ser. E com certeza que opiniões vão diferir e nada faço a não ser deixar e compreender, e até podem achar que não passei de um mark a descrever essas coisas e até confesso que o foi, era assim que estava durante o combate. E digam o que quiserem, mas para mim o wrestling é isto. Até nem sentia isso há um tempo. Para mim salvou o PPV, mas não o fez. Porque, de facto, o resto do evento foi demasiado repleto de mediocridade e recorrem-se a pouquíssimos dedos para enumerar o que de bom houve antes do main event: Ambrose vs Wyatt e os novos Campeões Tag Team. É um problema e está aí exposta uma fraqueza: muito foco em bookar bem o main event mas o resto fica à balda. A corrigir.

Com toda a análise feita e toda a minha justificação ao entusiasmo final, não fica muito a dizer e o artigo é entregue a vós, como é habitual. Pegando no meu "markanço" e tudo até vos deixo a questão para que abra ainda mais asas para concordarem ou discordarem:

"Acham que o main event do Survivor Series correspondeu a todo o buzz que criaram à sua volta?"

Com isso me retiro e espero cá voltar na próxima semana com um novo tema que já não terá estes acontecimentos em vista. Lá veremos e por lá vos vejo. Façam por ficar bem que eu tentarei o mesmo.

Cumprimentos,
Chris JRM

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