MMA: UFC Fight Night 42: Henderson x Khabilov - Antevisão + Pesagens
Uma semana após colocar uma perna no Brasil e outra na Alemanha no mesmo dia, o octógono mais famoso do mundo volta a seu país de origem no próximo sábado. O Tingley Coliseum de Albuquerque, no estado americano do Novo México, será palco do UFC Fight Night: Henderson vs Khabilov, que terá um card principal explosivo, onde a categoria mais pesada será a dos leves....
No confronto mais importante da noite, o ex-campeão dos leves Ben Henderson medirá forças com a máquina de quedas Rustam Khabilov, duelo que deixará o vencedor próximo de Anthony Pettis.
Pela mesma categoria, a chinela vai cantar em mais três combates. Diego Sanchez e Ross Pearson devem fazer duelo sangrento, Rafael dos Anjos tenta se reorganizar contra Jason High e Yves Edwards terá o violento Piotr Hallman como oponente.
As duas divisões mais leves do UFC estarão muito bem representadas. Os ex-desafiantes dos moscas John Dodson e John Moraga terão mais uma oportunidade de expor suas veias nocauteadoras, enquanto a jovem sensação mexicana Érik Pérez fará muitos compatriotas cruzarem a fronteira para vê-lo em ação contra Bryan Caraway.
O card completo do UFC Fight Night 42 é o seguinte
CARD PRINCIPAL
Peso-leve: Ben Henderson x Rustam Khabilov
Peso-leve: Diego Sanchez x Ross Pearson
Peso-mosca: John Dodson x John Moraga
Peso-leve: Rafael dos Anjos x Jason High
Peso-leve: Yves Edwards x Piotr Hallman
Peso-galo: Erik Perez x Bryan Caraway
CARD PRELIMINAR
Peso-galo: Yaotzin Meza x Sergio Pettis
Peso-meio-médio: Bobby Voelker x Lance Benoist
Peso-mosca: Scott Jorgensen x Danny Martinez
Peso-leve: Jon Tuck x Jake Lindsey
Peso-meio-pesado: Patrick Cummins x Roger Narvaez
Peso-leve: Ben Henderson x Rustam Khabilov
Peso-leve: Diego Sanchez x Ross Pearson
Peso-mosca: John Dodson x John Moraga
Peso-leve: Rafael dos Anjos x Jason High
Peso-leve: Yves Edwards x Piotr Hallman
Peso-galo: Erik Perez x Bryan Caraway
CARD PRELIMINAR
Peso-galo: Yaotzin Meza x Sergio Pettis
Peso-meio-médio: Bobby Voelker x Lance Benoist
Peso-mosca: Scott Jorgensen x Danny Martinez
Peso-leve: Jon Tuck x Jake Lindsey
Peso-meio-pesado: Patrick Cummins x Roger Narvaez
O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:00 horas do Brasil e 01:00 horas de Portugal
------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------
Peso leve: Benson Henderson (EUA) vs Rustam Khabilov (RUS)
O reinado de Henderson (20-3 no MMA, 8-1 no UFC) como campeões dos leves do UFC rendeu apelidos para o lutador. “Rei das Decisões” e “Amigo dos Juízes” foram os mais repetidos. Além de ter só ter vencido no UFC por decisão (nenhum lutador na história da organização abriu sua carreira com 8 decisões seguidas), os triunfos sobre Frank Edgar (principalmente o segundo), Gilbert Melendez e Josh Thomson (este já depois de perder o cinturão para Anthony Pettis) rendem reclamações de parte dos fãs até hoje. De qualquer modo, Ben é o único ex-campeão dos leves a vencer o combate posterior à perda do título.
Polêmicas à parte, Henderson faz parte da elite da divisão mais equilibrada do MMA mundial. Sua mistura étnica se reflete na soma do wrestling americano com o taekwondo coreano, nacionalidades de seus pais. Além das boas quedas, do ótimo trabalho de clinch e do arsenal de chutes, principalmente os baixos e os que atingem o corpo dos oponentes, o “Smooth” é muito perigoso no chão, tanto ofensiva quanto defensivamente. O pacote completo ainda tem muita força física e condicionamento cardiorrespiratório acima da média.
Alguns lutadores já chegam no UFC impactando. Khabilov (17-1 no MMA, 3-0 no UFC) é um destes. Estreou nocauteando Vinc Pichel com um suplê. Em seguida, cravou Yancy Medeiros no chão e quebrou o polegar do havaiano. Na terceira luta, mudou a tática e bateu o trocador Jorge Masvidal na especialidade do oponente.
Khabilov vive momentos curiosos no UFC. Rafael dos Anjos aceitou lutar com ele achando que se tratava de Khabib Nurmagomedov. O mesmo aconteceu com Henderson. E o motivo da confusão não se resume ao fato do nome de um parecer o sobrenome do outro, ou de serem russos do Daguestão. Ex-campeão mundial de sambô de combate, Rustam foi treinado na arte russa por Abdulmanap Nurmagomedov, pai de Khabib. A evolução dos treinos se deram na mudança para a Jackson’s MMA, onde Mike Winkeljohn faz um ótimo trabalho apurando a troca de golpes do Tigre.
Como Henderson é um tipo físico diferente dos três oponentes anteriores de Khabilov, será interessante ver se o russo conseguirá derrubar um wrestler de ótima base e tronco forte como o americano ou também se suportará o ritmo de alguém mais do que acostumado a lutar cinco rounds sem deixar a bola cair (Ben tem 6-1 em lutas nesta duração entre WEC e UFC). Por outro lado, normalmente é preciso negociar um rim ou um pulmão em troca de bater um daguestani.
Um risco que Henderson corre na luta é ter a perna agarrada num chute e sofrer uma queda de retorno. Quando cai por cima, Khabilov é perigoso tanto no ground and pound quanto nas tentativas de finalização. O russo pode também repetir o que Thomson fez com sucesso, encontrando o tempo certo entre a troca constante de golpes e a rápida transição para o clinch em posição de domínio – Josh pegou as costas de Ben algumas vezes.
O que poderá fazer diferença aqui é a maior experiência contra competição qualificada em grandes eventos, além da resiliência de Henderson. A aposta é que o combate chegue ao quinto round empatado e o americano consiga controlar um oponente mais cansado no fim, levando a vitória por decisão.
Peso leve: Diego Sanchez (EUA) vs Ross Pearson (ING)
Henderson não será o único “amigo dos juízes” em ação em Albuquerque. O retrospecto recente de Sanchez (24-7, 13-7 UFC) é de 3-5, mas que poderia muito bem ser 1-7 se não fossem os presentes que ele recebeu nas vitórias contra Takanori Gomi e Martin Kampmann. Nos dois últimos compromissos, Diego perdeu uma batalha insana contra Gilbert Melendez e não viu a cor da bola contra Myles Jury.
Sanchez é um wrestler versado em jiu-jítsu, bom de quedas e finalizações, com guarda ativa, mas seu maior trunfo é o coração maior que o octógono. Ele pode estar sendo completamente dominado por um adversário tecnicamente superior, mas jamais desiste de avançar famintamente. Ele conseguiu trazer Melendez para dentro de um quebra-pau alucinado no terceiro round, quando conseguiu um knockdown e deixou o atual desafiante em situação crítica. Porém, contra Jury, a pancadaria não veio e o resultado foi um passeio do jovem prospecto.
Assim como seu oponente, Pearson (15-6 no MMA, 7-3 no UFC) também andou trafegando entre categorias de peso. O corte para pena não funcionou bem e gerou uma derrota por nocaute para Cub Swanson, mas o retorno aos leves rendeu nocautes brutais contra George Sotiropoulos e Ryan Couture. Ele chegou a começar um aguardado duelo contra Melvin Guillard, mas uma joelhada ilegal do americano transformou a luta em no contest e a posterior demissão de Guillard inviabilizou a revanche.
A grande questão na hora de enfrentar Sanchez é ter a mente forte na hora que ele soltar os cachorros. Aceitar a confusão de socos e chutes proposta por Diego é vontade de transformar a luta em loteria. Neste ponto, Pearson se encaixa perfeitamente. Dono de um boxe técnico e alinhado, com bom jogo de pernas e defesa de quedas, o inglês não costuma se afobar e sabe a hora de trabalhar as combinações em busca de aberturas para tentar definir a parada. Deu muito certo contra G-Sots e Couture e tem tudo para funcionar no sábado.
A movimentação será fundamental para Pearson pontuar e impedir que Sanchez faça a transição do boxe-ventilador para as quedas. Mantendo-se de pé, como Jury fez, o britânico terá que manter a calma ao ver que o americano não vai parar de avançar mesmo se estiver com o rosto deformado e sangrando por todos os poros. Se a juizada não favorecer mais uma vez Diego – nascido e criado em Albuquerque –, o palpite é que Ross vença por decisão.
Peso mosca: John Dodson (EUA) vs John Moraga (EUA)
Desde que se credenciou a disputar o cinturão da categoria, Dodson (15-6 no MMA, 4-1 no UFC) viveu altos e baixos. Ele foi o que chegou mais perto de derrotar Demetrious Johnson ao aplicar dois knockdowns no campeão, mas levou a virada e acabou derrotado na decisão dos juízes. Recuperou-se com um violento nocaute sobre Darrell Montague, mas lesionou o joelho quando faria uma aguardada luta contra Ian McCall e amargou cinco meses de estaleiro antes de voltar aos treinos.
Dodson ainda hoje pode ser considerado a principal ameaça para o Super Mouse. O dínamo da Jackson’s MMA é o único lutador que rivaliza com Johnson em velocidade, tanto que fez o campeão buscar o clinch no confronto de janeiro de 2013. Além de muito veloz, o Mágico se tornou um versátil kickboxer com punhos de pedra, especialmente o esquerdo, que inclusive derrubou o atual campeão dos galos TJ Dillashaw na final do TUF 14 (foi a única derrota por nocaute sofrida por TJ). Sua origem foi no wrestling escolar, mas atualmente esta modalidade lhe serve mais no âmbito defensivo.
Moraga (14-2 no MMA, 3-1 no UFC) também disputou o cinturão no ano passado, mas não chegou nem perto de incomodar Demetrious Johnson, sendo finalizado no quinto assalto. Seu retorno aconteceu em janeiro de 2014 e não foi nada satisfatório: ele venceu Dustin Ortiz em uma decisão dividida altamente controversa, onde a maioria esmagadora dos analistas viu resultado oposto.
Por um lado, Moraga foi alçado à disputa de cinturão precipitadamente. Por outro, não é tão ruim quanto suas duas últimas atuações possam pressupor. Ele é um peso mosca de ótima capacidade de nocautear, ainda que menos que o oponente de sábado. O wrestling também é uma ferramenta que se mostrou importante em vários momentos, ainda que tenha servido pouco contra Johnson – a biografia de Moraga mostra dois status de All-American pela Arizona State University, fato que nunca aconteceu na realidade. Apesar de ser um lutador talentoso, falta a Moraga a velocidade para trocar com um pegador rápido como Dodson.
O fato de terem o mesmo nome e terem sido desafiantes de Johnson em 2013 não são as únicas semelhanças que unem Dodson e Moraga. Eles já se enfrentaram em 2010, na República Dominicana, num dos eventos mais desorganizados já vistos. Dodson venceu por decisão numa luta que durou cerca de 18 minutos por conta de problemas com cronômetro. Além disso, eles levaram calote em suas bolsas e tiveram que lutar com luvas usadas, pois não havia pares em número suficiente para todos os atletas.
Três anos e meio depois, Dodson evoluiu mais do que Moraga. A mistura da versatilidade com potência e velocidade de Dodson fazem com que a troca de golpes seja altamente prejudicial a Moraga. O melhor que este tem a fazer é buscar a luta na curta distância, trabalhando o dirty boxing no clinch. O problema é executar esta missão contra um cara rápido como Dodson sem ter a velocidade de Demetrious. O fim deverá ser duro contra Moraga: a aposta é em nocaute de Dodson.
Peso leve: Rafael dos Anjos (BRA) vs Jason High (EUA)
O carioca Dos Anjos (20-7 no MMA, 9-5 no UFC) vinha numa das melhores sequências da categoria, com cinco belas vitórias, incluindo uma atuação maiúscula contra Donald Cerrone, quando passou a ser considerado no bolo dos candidatos a desafiante. O UFC então resolveu escalá-lo contra Khabib Nurmagomedov, que tinha o mesmo retrospecto recente e mirava a mesma vaga de Rafael. Resultado: o pupilo de Roberto Gordo passou praticamente 15 minutos preso contra o sólido wrestling do russo, sem oferecer resistência, tampouco reação, mesmo quando esteve no chão.
A derrota para Nurmagomedov deve servir mais para valorizar o russo do que para depreciar o brasileiro. Quando entrou no UFC, em 2008, pouco se esperava dele. Cinco anos depois e o mundo do MMA aplaudia a grande evolução de Rafael, que adicionou ao seu jiu-jítsu de alto nível a habilidade no muay thai desenvolvida com campeões mundiais na Evolve MMA, em Singapura, além de um preparo físico superior ao da média de seus compatriotas.
Diferentemente do usual, não foi uma série de derrotas que motivou a mudança de categoria de High (18-4 no MMA, 2-2 no UFC). Pelo contrário. Após reestrear no UFC sendo facilmente finalizado por Erick Silva em Fortaleza, o Bandido de Kansas City se vingou em cima de James Head com uma guilhotina e superou Anthony Lapsley. Depois disso, High resolveu voltar aos leves, categoria em que nunca lutou no UFC, mesmo na primeira passagem, em 2010.
A principal ferramenta do americano é seu wrestling, notavelmente evoluído quando ele trocou a liga júnior universitária pela Divisão I da NCAA defendendo a University of Nebraska em Lincoln, um dos programas mais fortes da luta americana e onde se formou em História. O wrestling, contudo, é a única área além da força física onde High mostra superioridade em relação a Rafael.
Para o bem do esporte, a técnica costuma prevalecer sobre a força. A diferença, principalmente na troca de golpes, deverá ser o fiel da balança neste combate. High tem jogo de pernas precário e dificuldade de criar ângulos. Já Rafael se movimenta com muito mais fluidez e é capaz de mesclar socos, chutes e joelhadas com muito mais propriedade. Ainda que High consiga uma brecha para derrubar o brasileiro, terá que lidar com a guarda do faixa preta. Caso não consiga finalizar seu adversário, Rafael deverá voltar para casa com sua sétima vitória por decisão no UFC.
Peso leve: Yves Edwards (BAH) vs Piotr Hallman (POL)
Provavelmente muita gente estranhou o fato de Edwards (42-20-1 no MMA, 10-8 no UFC) ainda estar empregado no UFC. Afinal, o veterano de 37 anos e mais de 60 combates nas costas só venceu uma luta desde o fim de 2011, contra Jeremy Stephens, no combate que sucedeu o episódio da prisão de Stephens no dia que o combate deveria ter acontecido pela primeira vez. Na sequência, o bahamense foi batido por Isaac Vallie-Flagg, apesar de um juiz ter lhe dado erradamente a vitória, voltou a tombar em decisão dividida, esta bem mais equilibrada, contra Daron Cruickshank, e viu uma derrota por nocaute para Yancy Medeiros virar no contest depois que o oponente foi pego com maconha no antidoping.
Apesar do retrospecto negativo, Edwards segue empregado por fazer lutas animadas, calcadas no kickboxing, preferência da maior parte do público não tão aficionado, além do salário baixo. Seu repertório de chutes é variado e o poder de nocaute rendeu a primeira derrota por esta via a Stephens (além de outras 15). Edwards já mostrou um dia competência no solo, mas ultimamente vem tendo poucas oportunidades nesta área.
A estreia de Hallmann (14-2 no MMA, 1-1 no UFC) no UFC foi, digamos, uma espécie de batismo de fogo. O polonês veio ao Brasil encarar Francisco Massaranduba, um dos mais populares lutadores do país. E o europeu foi aprovado em todos os quesitos, visto que suportou a pressão inicial do parrudo oponente e o finalizou em território hostil quando o gás se foi. O passo seguinte apresentou uma bela subida no nível técnico e Piotr acabou sucumbindo ao jogo completo de Al Iaquinta, mas não sem antes dar um calor na joia de Matt Serra.
O que fez Hallmann passar no teste de Massaranduba e dar pressão em Iaquinta, mesmo sem ter o mesmo nível técnico, é o fato de o polonês ter sido forjado no inferno esportivo. O oficial da Marinha polonesa construiu fama de matador em quebra-paus homéricos disputados em eventos com regulamentação muito mais permissiva que as Regras Unificadas de Conduta do MMA: ele já lutou valendo tiro de meta, pisão, joelhada na cabeça de oponente caído e todo o rol de quase barbáries que as comissões atléticas baniram do esporte. Isso sem contar um torneio sem regras, tempo e juízes, no melhor estilo vale tudo. Obviamente um camarada desse se sente mais confortável lutando no infighting, minando a concorrência num clinch violento, apesar de ter começado no caratê e ter praticado até capoeira em seu país.
Além do clinch, o maior perigo que o polonês apresenta é na luta de chão, onde provavelmente será o caminho para ele explorar contra um trocador como Edwards. Mais jovem, fisicamente mais forte e capaz de aguentar surra sem sucumbir, Hallmann terá quinze minutos para encurtar a distância, punir o caribenho na luta corporal e buscar as costas do adversário. Se este cenário não demorar a acontecer – ou seja, se Hallmann não der espaço para Edwards atuar confortavelmente na distância -, o polonês deverá abocanhar uma vitória por decisão.
Peso galo: Érik Pérez (MEX) vs Bryan Caraway (EUA)
Um dos principais nomes para conduzir o MMA no México, Pérez (14-5 no MMA, 4-1 no UFC) se posicionou como um dos mais interessantes prospectos nas categorias mais baixas. El Goyito abriu seu caminho no UFC com três interrupções no primeiro round (dois nocautes e uma submissão), tornando-se o único da história da organização a alcançar tal feito entre os galos. No passo seguinte, a falta de experiência e de um leque maior de recursos o fez parar diante do jogo de pressão corporal de Takeya Mizugaki, mas pelo menos a segunda parte dos problemas citados foi deixada para trás na bela vitória sobre Edwin Figueroa.
Pérez sempre fundamentou seu jogo no boxe, como todo bom natural do país número um da nobre arte no mundo. Explosivo e veloz, apaixonado por trocar socos alucinadamente, ele sabe combinar seus golpes em ângulos e tem ótimo jogo de pernas. De um tempo para cá, especialmente no último ano, Greg Jackson vem tendo sucesso em controlar a fúria do garoto e fazê-lo entender que quedas também são importantes no complexo jogo do MMA. Érik entendeu o recado, aplicou sete delas em Figueroa e o maltratou no ground and pound. Agora é possível dizer que o menino da máscara de lucha libre está a caminho de se tornar um lutador verdadeiramente misto.
O namorado de Miesha Tate, que chegou a ser dispensado do WEC, retomou seu caminho na Zuffa depois de integrar o ótimo elenco do TUF 14. Caraway (18-6 no MMA, 3-1 no UFC) então pegou Dustin Neace e Mitch Gagnon em mata-leões quando era azarão em ambas as ocasiões e, assim como Pérez, parou em Mizugaki, mas não sem dar calor no japonês em Saitama. No compromisso seguinte, mostrou que é osso duro de roer ao pegar o muito maior fisicamente Johnny Bedford numa guilhotina no apagar das luzes. A vitória rendeu uma história curiosa: Caraway brigou com o UFC por aumento nos bônus de performance, mas viu Pat Healy ficar com o de melhor finalização. Bryan só colocou a mão na grana quando Bam Bam caiu no antidoping.
Basta uma olhada no retrospecto de Caraway, com uma vitória por nocaute, uma por decisão e 16 por submissão (dez vezes catando pescoços pelas costas), para sacar qual é a dele. Ele integrou a equipe da Central Washington University na Divisão II da NCAA na luta universitária americana e de lá migrou para a equipe de MMA de Dennis Hallmann, onde desenvolveu o gosto pelas finalizações.
Este combate apresentará uma tarefa espinhosa para Caraway. O americano, que tem nível técnico de trocação suficiente para encurtar distâncias e chegar à sua zona de conforto, vai encarar um adversário muito superior em pé, tanto no uso dos punhos quando dos pés e canelas. Fosse na fase pré-Mizugaki e Caraway provavelmente encontraria uma abertura na ferocidade do mexicano para colocá-lo de costas para o chão. O problema é que estes buracos têm aparecido cada vez em menor quantidade em Pérez. Deste modo, a expectativa é que o latino mantenha a distância com socos e chutes baixos, trabalhe golpes na cabeça e no corpo do americano e chegue ao nocaute em algum momento.
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Ben Henderson foi a grande atração da pesagem do UFC: Henderson x Khabilov, nesta sexta-feira, em Albuquerque. O americano, que fará a luta principal contra Rustam Khabilov, homenageou o russo, brincou com os torcedores e fez um selfie antes de se pesar. O brasileiro Rafael dos Anjos passou tranquilo pela balança e fez a encarada mais tensa da noite com Jason High. Nenhum lutador excedeu o limite de suas categorias.
Rustam Khabilov subiu na balança e pesou 70,8kg, exatamente no limite do peso-leve para lutas que não valem cinturão. Logo depois, um animado Ben Henderson apareceu, vestido com a camisa do rival, com a frase "Máquina de suplês" escrita. O americano chegou cumprimentando o público e ainda aproveitou para fazer um selfie antes de subir na balança.
Rafael dos Anjos pesou no limite dos leves, com 70,8kg, cerca de 800g acima de Jason High. Na hora da encarada, o brasileiro chegou muito próximo do americano, protagonizando uma encarada tensa. No coevento principal, Diego Sanchez e Ross Pearson se respeitaram na hora de se encarar. Os moscas John Dodson e John Moraga também passaram com tranquilidade pela balança.
Yves Edwards roubou a cena ao subir na balança comendo batata chips. Ele e seu rival, Piotr Hallman, confirmaram o combate. Edwards ainda ofereceu o lanche ao adversário polonês, que aceitou e o encarou com batata na boca. Abrindo o card principal, os pesos-galos Erik Perez e Bryan Caraway bateram o peso e, na hora da encarada, viraram para o público posando para as fotos.
No card preliminar, os lutadores do segundo combate chamaram a atenção. Jake Lindsey pesou de óculos e seu rival, Jon Tuck, subiu na balança com um colar. Antes deles, na primeira luta, Patrick Cummins e Roger Narvaez não tiveram problemas para bater o peso. Scott Jorgensen e Danny Martinez, no peso-mosca, Lance Benoist e Bobby Voelker, nos meio-médios, e Sergio Pettis e Yaotzin Meza, nos galos, também ficaram dentro do limite de suas divisões.
Confira o peso dos lutadores no UFC: Henderson x Khabilov
CARD PRINCIPAL
Peso-leve (até 70,8kg): Ben Henderson (70,5kg) x Rustam Khabilov (70,8kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Ross Pearson (70,5kg) x Diego Sanchez (70,3kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): John Dodson (56,7kg) x John Moraga (57,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Rafael dos Anjos (70,8kg) x Jason High (70kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Yves Edwards (70,3kg) x Piotr Hallman (69,9kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Bryan Caraway (61,2kg) x Erik Perez (61,7kg)
CARD PRELIMINAR
Peso-galo (até 61,7kg): Yaotzin Meza (61,7kg) x Sergio Pettis (61,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Lance Benoist (76,7kg) x Bobby Voelker (77,3kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Scott Jorgensen (56,9kg) x Danny Martinez (56,5kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Jake Lindsey (69,7kg) x Jon Tuck (70kg)