Análise e Pensamentos do WWE RAW: Extreme Fools (parte 2)

A WWE regressou ontem ao USA Network para mas uma edição do Monday Night RAW que aconteceu em St. Louis, Missouri e apresentou o go home show do PPV Extrem Rules que acontecerá no próximo Domingo em East Rutherford, New Jersey...

ASSISTAM AO MONDAY NIGHT RAW EM
http://wrestlingnoticias.blogspot.pt/2014/04/wwe-monday-night-raw-28042014.html

Mas não pareceu!

Não, isto pareceu algo diferente. Em vez de ser um show a anteceder um grande PPV, isto pareceu mais um rotineiro Smackdown com metade dos lutadores a não estarem presentes. Só que aqui eles estavam na força máxima mas somente um conjunto de performance se destacou perante algum wrestling que foi do medíocre ao mau a que se juntou alguns segmentos terríveis e entrevistas que arrasam qualquer angle.

Normalmente este espaço apresenta as impressões que dou sobre o show em tempo real, mas vou alterar o formato e apresentar algo novo. Vou falar dos maiores angles e segmentos e dar algumas pequenas impressões.

Escondam os vossos filhos pois eles estão a fazer lavagens cerebrais

Os fãs de John Cena são crianças. Todos nós sabemos disso, a WWE sabe disso. Eles foram tema nas suas promos, nomeadamente nas rivalidades contra The Rock e CM Punk. Nas promos, ninguém pode tocar nas crianças, nem mesmo sendo heels. Não nesta era.

Isso é o que tornou isto tão extraordinário.

Alguém tinha que se chegar à frente e colocar essas crianças contra Cena. Vocês não podem ser como ele e viver o lema do hustle, loyalty and respect. Ele tem o seu mercado centro nisso. Não, vocês precisam de uma aproximação nova.

As crianças adoram Cena por este ser colorido, fazer a suas palhaçadas e ser uma figura quase paternal que lhes dá segurança. Uma criança sente que está em boas mãos com um tipo como Cena. Ele forte e duro mas também meigo e com compaixão. As crianças gostam disso tudo.

Mas as crianças também gostam de canções estúpidas e de se vestirem de modo diferente. Bray Wyatt usou a sua retórica e suavidade para fazer uma lavagem cerebral nestas crianças – ele na verdade já começou essa lavagem há várias semanas com essa canção – e deu a essas crianças roupas próprias para depois se voltarem contra Cena.

E depois providenciou uma imagem que certamente transforma o sonho do herói um pesadelo. Sorrindo como um louco, ele balançou a sua cadeira com uma criança no colo que usava a máscara de ovelha.

Isto foi um storytelling genial que levou para outros níveis a forma de actuar como heel. Wyatt vinha em queda há várias semanas depois ter falhado em derrotar Cena na WrestleMania e no RAW apesar de estar em vantagem física com os seus comparsas. Assim porque é que este fim-de-semana teremos um steel cage match? Não era preciso.

Mas agora é necessário pois Wyatt virou essas crianças para o seu lado e Cena precisa salvar elas.

Há a esperança que ele não precise pois a sua personagem necessita desesperadamente de uma mudança.

Classificação do segmento: A (até mesmo com Cena a quase a arruiná-lo com a entrevista que deu mais tarde a Renee Young)

"Tu pareces ridículo, para de te mexer. Isto não é uma piada”

Quando fazem algo de bom, é quase sempre impossível seguir isso com algo de igual valor. Hugh Jackman, a estrela de um conjunto de filmes que conseguem sempre manter a qualidade fez ontem parte de um segmento que foi um milhão de vezes mais divertido do que aquele onde ele esteve envolvido a última vez que esteve no RAW.

Ao inicio não parecia. Ele estava com o hipster Dolph Ziggler e ao microfone fazia a rotina habitual de buscar aplausos junto do púbico de St. Louis que até o estava a receber bem. Fizeram referência a Jackman ter esmurrado Ziggler na primeira vez que esteve na WWE, mas agora tinham feito as pazes para gáudio do público.

Então surge Damien Sandow Magneto.

Eu sabia que era o Magneto pois ele estava a usar uma roupa genial que certamente foi feita por uma das crianças da Make-A-Wish que tinha como sonho ser costureira na WWE. Parecia uma versão adulta do disfarce de Magneto para o Halloween.

Sandow começou a fazer uma promo sobre o Wolverine e este homem é tão dedicado à sua personagem que ele leva esta muito a sério e isso foi o mais divertido que viu no RAW em muito tempo. Toda a gente na arena estava na gargalhada e isso incluía Jackman e Ziggler. Sandow estava aborrecido pois ele não é uma piada e estava a esforçar-se para dizer isso e eles não o queriam ouvir.

A forma como ele esteve em todo o segmento e não quebrou a sua personagem é o que me cativa. Ele merece um prémio por isso.

Jackman acabou a aplicar um hip toss a Sandow – o publico aplaudiu em grande pois – VEJAM É UAM CELEBRIDADE QUE SABE UM MOVE DE WRESTLING – e era claro que ele estava a divertir-se com o que estava a fazer e nós só tínhamos de ficar felizes com isso.

Isto foi o tipo de comédia no pro wrestling que é feita de modo correcto, com as pessoas e situação adequadas e a forma 100% correcta de como se deve usar a participação especial de uma estrela de cinema.

Classificação do segmento: A+

O demónio

Se este show nos ensinou algo, e que Kane só é um demónio quando coloca a sua máscara – completa com cabelo – é a máscara que lhe dá os poderes de um DEMÓNIO. Estes poderes incluem também a capacidade de se esconder durante longos períodos de tempo debaixo dos ringues, sair debaixo deste para raptar pessoas e até mesmo chegar fogo a alguém.

Se há algo para apreciar aqui é Stephanie McMahon que está a fazer o melhor trabalho da sua carreira e que ontem teve uma mudança súbita de consciência e quis desejar o melhor para o seu campeão.

Ela até foi mais longe e para provar as suas intenções concedeu a Brie Bella uma title shot imediata. Até pode ter sido uma artimanha mas nós devemos acreditar e agora será tempo da magra Bella entrar no MODO BRIE e ir contra a patroa.

Isto é o melhor que se retira disto. Uma rivalidade entre Stephanie McMahon e Brie Bella deverá ser fantástica.

Kane tentar raptar pessoas e arrastá-las para debaixo do ringue em 2014 é uma abominação, especialmente se considerarmos que isso nunca foi bem executado e que toda a gente fica mal. Bryan por exemplo precisou quase de um golpe acrobático para afastar Kane enquanto a sua esposa precisou de o pontapear várias vezes e gritar alto.

Classificação do segmento: D+ 

Tempos passados e fora do lugar (personagem em destaque possivelmente embriagada)

Ric Flair foi membro dos Evolution. Ele era o membro do grupo que representava o passado. Isso foi em 2004.

Avancemos o tempo uma década e já sendo generosos.

Eu vi este segmento várias vezes e ainda não entendi qual foi o objetivo disto. Flair relembrou o tempo em que andava com os seus companheiros, misturou algumas palavras, parecia confuso e acabou a colocar os The Shield over ao dizer que eles têm futuro.

Basicamente, ele fez o que o Triple havia feito nas últimas semanas mas que a diferença é que Flair estava possivelmente embriagado.

Mais uma vez, não entendo.

Para piorar as coisas, Flair após ter cumprimentado cada membro dos The Shield, virou-se para os Evolution e piscou-lhe o olho. A resposta deles não foi de aprovação ou algum sinal que percebessem aquilo. Eles estavam confusos como nós.

Se a ideia era “O Flair vai aparecer, dizer algo e nós vamos ficar aqui como idiotas até ele ir embora”, então a missão foi atingida.

Isto foi mau. O combate Roman Reigns contra Randy Orton que se seguiu não levou a nada, a brawl seguinte foi igualmente desinspirada – mas eu nunca me canso de ver Dean Ambrose atacar violentamente alguém e especialmente se esse alguém for Triple H – e o final não me deixou da forma como seu supostamente deveria ficar

Classificação do segmento: D

O melhor do resto da noite:

Os Usos podem ser campeões combativos que ficam overs com vitórias, mas seria bom se eles começassem a vender as lesões durante os combates. Ou decidirem que lesões têm de vender e fazerem isso. São esses detalhes que fazem toda a diferença no mundo das lutas a fingir.

Mais pessoas poderiam se interessar pela separação de Cody Rhodes e Goldust se a WWE desse uma boa razão para isso. Actualmente, Cody parece um parvo pois está sempre a perder e que fica aborrecido por o Goldie o querer ajudar. Estes dois tiveram em grande o ano passado, agora não nem por isso.

Tive mais interesse em Heath Slater ter ganho um combate do que esta rivalidade entre o El Torito e Hornswoggle que parece que nunca mais acaba e que consiste apenas em Torito ir contara as partes baixas da pessoas e com JBL a cantar piadas secas de cada vez que isso acontece. É do pior.

Bad New Barrett mereceu ganhar esta shot ao título intercontinental de Big E no Extreme Rules. Depois de muitos anos com pushes falhados, pode ser que este resulte.

O grande push de Verão do Cesaro começa com uma triple threat contra Jack Swagger e Rob Van Dam? É uma forma de começar.

Paul Heyman a contar a piada do knock knock sobre Brock Lesnar ter derrubdo a streak de Undertaker. Foi bom.

Quem é que Sheamus irritou?

Quando classificam um go home show, temos de avaliar se ficam com mais interesse em ver o PPV que o show estava a tentar criar interesse. Este show falhou a quase todos os níveis. Ainda assim aconteceram alguns segmentos que foram um sucesso perante algumas promos/angles e até mesmo de wrestling de baixo nível neste show e que fizeram este de foma geral ficar no medíocre a mau.

Clasisifcção:  D+

Original de Geno Mrosko com tradução de Wolve