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MMA: UFC on Fuel TV 8 - Silva vs. Stann - Antevisão + Pesagens


O UFC regressa ao Japão para seu evento anual pela segunda vez seguida. O UFC On FUEL TV 8, que acontece neste sábado, na Saitama Super Arena, na cidade de Saitama, traz de volta um dos maiores heróis dos fãs japoneses em todos os tempos.....

O ex-campeão e recordista de nocautes do PRIDE Wanderlei Silva volta ao país que o consagrou para encarar o fuzileiro naval Brian Stann, em combate válido pela categoria dos meio-pesados. Subindo um nível na escala de peso, o holandês Stefan Struve e o neozelandês Mark Hunt lutam pela inacreditável posição de ficar perto de uma chance pelo cinturão.

Outro ídolo local que estará em ação é o ex-campeão peso leve do PRIDE Takanori Gomi. Ele vai bater de frente com Diego Sanchez, que retorna à categoria depois de quase três anos. Em duelo válido pela divisão dos médios, o ex-desafiante Yushin Okami recebe outro mão de bigorna em seu país. O adversário da vez é o ex-campeão do Bellator Hector Lombard.

Dois duelos abrem a porção principal do UFC Japão 2013. O peso pena brasileiro Rani Yahya fará sua terceira luta em dois anos. Quem estará do outro lado do octógono é o ex-campeão do Sengoku e DEEP Mizuto Hirota, que estreia no UFC. Já o sul-coreano Dong-Hyun Kim terá que dar conta dos punhos de pedra do afegão Siyar Bahadurzada.~~

Como de costume, o card preliminar dá muita ênfase a combates entre orientais (japoneses e sul-coreanos, mais especificamente) contra o “resto do mundo”. Nesta parcela do evento, dois brasileiros tentam emendar a segunda vitória consecutiva e apagar a controvérsia da luta anterior: Cristiano Marcello enfrenta o estreante local Kazuki Tokudome, na divisão dos leves, enquanto Marcelo Guimarães enfim realiza a luta marcada para Novembro passado contra o também estreante Hyun Gyu Lim, da Coreia do Sul, uma divisão acima, a dos meio-médios.

No peso galo, dois duelos que devem ser muito animados, entre o incansável Takeya Mizugaki e Bryan Caraway e o carismático Alex Caceres enfrentando outro debutante sul-coreano, Kyung Ho Kang, este último também um duelo adiado de Novembro. Fechando o card preliminar, um dos mais sólidos atletas asiáticos da actualidade, Riki Fukuda, enfrenta o americano Brad Tavares, em boa luta pela categoria dos médios.

O card completo do UFC on Fuel 8 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-pesado: Wanderlei Silva x Brian Stann
Peso-pesado: Mark Hunt x Stefan Struve
Peso-leve: Takanori Gomi  x Diego Sanchez
Peso-médio: Yushin Okami x Hector Lombard
Peso-pena: Mizuto Hirota x Rani Yahya
Peso-meio-médio: Dong Hyun Kim x Siyar Bahadurzada

CARD PRELIMINAR

Peso-médio: Riki Fukuda  x Brad Tavares
Peso-galo: Bryan Caraway x Takeya Mizugaki
Peso-leve: Cristiano Marcello x Kazuki Tokudome
Peso-galo: Alex Caceres x Kyung Ho Kang
Peso-meio-médio: Marcelo Guimarães  x Hyun Gyu Lim



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:00 horas do Brasil e 00:00 horas de Portugal 

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Card Preliminar

Riki Tosaki (JAP) vs Bradley Tavares (EUA)

Riki Fukuda (pseudônimo de Riki Tosaki), assim como outros famosos atletas japoneses, praticou wrestling (luta olímpica) e pro-wrestling (modalidade que mescla luta com encenação, o popular telecatch) antes de optar pelo MMA. Com isto, criou uma sólida base em jogo de quedas, com muita agilidade, mas normalmente seus combates ficam devendo em emoção.

Sua trajetória inclui os eventos japoneses Pancrase, DREAM e DEEP, além do americano EliteXC, com vitórias importantes sobre Murilo Ninja, Yuya Shirai, Steve Cantwell e Tom DeBlass – as duas últimas já pelo UFC. No octógono, Fukuda teve ainda uma derrota contestadíssima para Nick Ring, quando Dana White inclusive lhe pagou a bolsa de vitória, e outra clara e incontestável para Costa Philippou.

Seu bom jogo na luta agarrada tem como contraponto uma trocação simplória e defensiva. Além disso, o japonês sente falta de poder de definição, o que fica bem claro em sua alta taxa de vitórias por decisão, principalmente contra adversários de bom nível. Riki tem 31 anos, 1,83m de altura e dois centímetros a mais de envergadura. Seu cartel é de 19-6 (com sete nocautes e uma submissão a seu favor), só foi nocauteado uma vez (no já distante Janeiro de 2006) e jamais foi finalizado.

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Brad Tavares participou com certo sucesso da 11ª edição do “The Ultimate Fighter”. Na primeira eliminatória, venceu Jordan Smith com uma bonita joelhada em um minuto de luta, depois passou por James Hammortree e Seth Baczynski (por desqualificação), até parar na semifinal, submetido pelo futuro campeão Court McGee. No dia da final, venceu novamente Baczynski, dessa vez por decisão.

Ele recebeu em seguida o semi-aposentado Phil Baroni e passou certo sufoco até nocautear o exausto adversário ainda no round inicial. Conheceu sua primeira derrota profissional em luta chatíssima contra Aaron Simpson e voltou a vencer um adversário de acesso fácil, o sul-coreano Dongi Yang, por decisão. Novamente lançado contra um adversário mais decente, Tavares conseguiu uma boa vitória sobre o duro Tom Watson, na estreia do inglês na organização.

Praticante de luta olímpica e boxe, com razoável poder de nocaute, Tavares faz parte da equipe que era liderada pelo falecido Shawn Tompkins e consegue mesclar, também com certa qualidade e quase nenhuma emoção, um bom wrestling com um boxe eficiente. O jovem americano tem 25 anos, 1,85m de altura, 1,88m de alcance e possui cartel de 9-1, com quatro nocautes e duas submissões.

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Luta bem casada, sem vantagem clara para qualquer dos atletas. Enquanto Fukuda tem um grappling mais técnico, Tavares leva vantagem na trocação e tem maior força física. Ainda assim, a aposta é em uma vitória do nipônico por decisão, naquela que provavelmente será a luta mais chata da noite.

Takeya Mizugaki (JAP) vs Bryan Caraway (EUA)

Takeya Mizugaki é uma espécie de “Korean Zombie” do segundo escalão, já que seu estilo de trocar pancadas como se não houvesse amanhã e sua razoável técnica em todos os ramos do jogo o tornam um dos lutadores mais legais de se assistir no peso galo. O japonês está em uma inacreditável gangorra, desde dezembro de 2008 sem repetir um resultado, seja ele de vitória ou derrota. Mas nunca deixa de mostrar seu jogo agressivo, queixo duro e muita raça.

Neste intervalo, deixou escapar a chance de faturar o cinturão do WEC em um quebra-pau antológico contra Miguel Torres e perdeu para os outros tops Scott Jorgensen, Urijah Faber e Brian Bowles. Venceu atletas menos cotados como Jeff Curran, Reuben Duran e Jeff Hougland e ainda os bons lutadores Rani Yahya e Cole Escovedo. Poderia ter evitado a gangorra contra Chris Cariaso, mas perdeu em uma luta de resultado tão controverso que Dana fez o mesmo que fizera com Fukuda contra Ring.

Mizugaki está com 29 anos, tem 1,70m de altura, 1,77m de alcance e cartel profissional de 16-7-2, com cinco vitórias por nocaute e uma submissão quando ainda lutava no Japão. Nas suas derrotas, apenas duas pelas vias rápidas: foi finalizado por Faber e nocauteado há mais de seis anos, ainda no Japão.

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Brian Caraway é um daqueles típicos lutadores do Team Alpha Male, que mescla wrestling com jiu-jítsu e impõe forte ritmo desde o início dos combates, mas também tem, como a maioria de seus companheiros de equipe, problemas com a trocação. Fez parte da excelente safra do TUF 14, quando foi eliminado pelo campeão Diego Brandão na semifinal. Antes disso, havia deixado para trás Eric Marriot por decisão e Marcus Brimage em um bonito mata-leão.

Apesar de relativamente jovem, Caraway tem bagagem de 22 lutas e passagem por Strikeforce, WEC e EliteXC. Ele é namorado da ex-campeã do Strikeforce e actual atleta do plantel do UFC Miesha Tate, e também um de seus treinadores. Aos 28 anos, com 1,73m de altura e 1,70m de alcance, o “Garoto Relâmpago” costuma ser perigoso nas submissões, método que lhe rendeu 14 de suas 17 vitórias. Bryan nocauteou ainda dois adversários e perdeu outras cinco lutas.

***

Mizugaki é aquele típico atleta que tem um limite bem definido, e a metade de cima da divisão lhe parece inalcançável. Já Caraway parece mais apto a vencer este combate, romper esta barreira de nível e manter Mizugaki no seu perde-e-ganha.

Cristiano Marcello (BRA) vs Kazuki Tokudome (JAP)

Cristiano Marcello é um dos treinadores mais importantes do MMA brasileiro e mundial, uma figura actuante desde os tempos em que integrava a famosa equipe Chute Boxe, de onde saiu para fundar a sua CM System, onde o faixa preta quarto dan de jiu-jítsu, aluno de Rickson e Royler Gracie, treina e compartilha seu conhecimento com nomes fortes do MMA. Como atleta, Cristiano focou obviamente o jogo no jiu-jítsu e, se isso o deixa perigosíssimo na luta de solo, também o tornava previsível e unidimensional. Cristiano tenta mudar este panorama com intercâmbios com a Team Alpha Male, na Califórnia.

O brasileiro participou da 15ª edição do TUF americano, quando venceu a luta inicial e foi nocauteado por Justin Lawrence durante o programa e por Sam Sicilia no dia do evento final. Mostrou melhoras em sua trocação na luta contra Sicilia, acertando bons golpes no americano e, principalmente, no duelo contra Reza Madadi no UFC Rio 3 quando, após uma guerra insana e violenta, conseguiu uma vitória, ainda que deveras controversa. O carioca tem 35 anos de idade, 1,77m de altura, com 1,84m de alcance e um cartel de 13-4, com nove submissões e dois nocautes.

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O adversário de Cristiano será o estreante Kazuki Tokudome, atleta com experiência profissional no judo, arte da qual é faixa preta segundo dan. Mas, ao migrar para o MMA, Tokudome não se prende ao seu passado na luta agarrada, buscando sempre combates agressivos e dinâmicos. Seu portfólio ainda inclui a faixa roxa de jiu-jítsu e pequenas experiências em boxe amador.

Tokudome fez quase toda a carreira no evento japonês Pancrase, que tem algumas regras específicas distintas das Regras Unificadas de Conduta do MMA, e era o segundo peso leve no ranking da organização quando foi convidado pelo UFC para essa estreia dentro de casa. Kazuki está com 25 anos, tem 1,80m de altura e 1,83m de envergadura. Seu cartel de 11-3 inclui cinco vitórias por nocaute e três por submissão.

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Cristiano Marcello é o favorito deste combate, pois mesmo que o japonês leve alguma vantagem na trocação, o brasileiro deve conduzir o combate ao chão e conseguir uma submissão em algum momento.

Alex Caceres (EUA) vs Kyung Ho Kang (COR)

Alex Caceres é mais uma revelação do TUF a pisar a arena de Saitama. No programa, ganhou certa popularidade graças a um inegável carisma, a vasta cabeleira black power (com direito a tridente espetado) e ao simpático apelido de “Bruce Leroy”, inesquecível personagem do filme “O Último Dragão”, um grande clássico oitentista da “Sessão da Tarde”. Depois de ser eliminado do TUF por Michael Johnson, Caceres levou duas piabas já dentro do UFC, como peso pena, para Mackens Semerzier e Jimy Hettes, e então resolveu descer para o peso galo.

O sorridente rapaz de Miami passou a lutar bem melhor, com um estilo criativo e solto. Derrotou o experiente Cole Escovedo e venceria o também perigoso Edwin Figueroa, mas dois pontos deduzidos de forma incomum (embora correta, sob o prisma da regra) deram a vitória ao seu adversário. Caceres então se recuperou com um triângulo que forçou Damacio Page a desistir e uma vitória por decisão dividida sobre o recém demitido Motonobu Tezuka.

Bruce Leroy diminuiu as brincadeiras que fazia durante as lutas e parece mais focado, com um jogo ofensivo e habilidoso, mas ainda defensivamente frágil. O americano está com 24 anos, tem 1,78m de altura e 1,90m de envergadura, dimensões maiúsculas para um peso galo. Seu cartel apresenta oito vitórias (quatro submissões e dois nocautes) e cinco derrotas (quatro por submissão).

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O sul-coreano Kyung Ho Kang é outro asiático que começou no mundo das lutas através da luta agarrada antes de migrar para o MMA. O faixa-preta participou de alguns torneios de jiu-jítsu em sua terra natal, conseguindo inclusive o título de campeão nacional da arte suave. Com esta base, é natural que Kang busque sempre a luta de solo para por em prática o seu perigoso jogo de transições, que muitas vezes chega às costas de seus oponentes e termina em um justo mata-leão.

Agora, Kang precisa convencer que, em um evento que reúne a elite do MMA mundial, pode impor este jogo que o levou a conquistar o torneio e o cinturão do evento Road FC, disputado em seu país. O curioso é que ele era o adversário original de Caceres no UFC Macau, mas acabou se contundindo e substituído por Tezuka. O sul-coreano está com 25 anos, tem três centímetros a menos na altura e sete na envergadura que seu oponente. Seu cartel é de 11-6, com oito vitórias por submissão e duas por nocaute.

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Caceres é um lutador melhor que aquele do TUF e do início no UFC, mas esta é uma boa luta para se apostar em uma surpresa. E ela virá em forma de submissão do asiático.

Marcelo Guimarães (BRA) vs Hyun Gyu Lim (COR)

Marcelo Guimarães é mais um atleta que chegou ao UFC usando como trampolim o cinturão do Jungle Fight. No maior evento da América Latina, Marcelo fez praticamente toda a sua carreira, bateu o eficiente Ildemar Marajó há pouco menos de dois anos para então conquistar o cinturão vago dos médios em duelo contra Lucas Rota. Ao acertar com o UFC, foi escalado para enfrentar Dan Stittgen no UFC On FUEL TV 4.

Guimarães e Stittgen fizeram uma luta pouco movimentada nos dois primeiros rounds. Entretanto, no terceiro, a animação de Marcelo – que gritava alucinadamente a cada soco disparado, principalmente no clinch – pode ter ajudado os árbitros laterais a decidirem pela vitória do brasileiro. O “Magrão” é faixa preta de jiu-jítsu, dono de jogo de chão muito correto e trocação ainda rudimentar. Assim como seu adversário, ainda não está totalmente adaptado à categoria dos meio-médios e passa muito sufoco para bater o peso. Ele está com 29 anos, tem 1,83m de altura e 1,85m de envergadura. Em seu cartel constam oito vitórias e um empate. Duas destas vitórias foram por submissão e uma por nocaute técnico.

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Seu adversário, o sul-coreano Hyun Gyu Lim é muito perigoso na trocação. Com origem no boxe, adicionou bons chutes ao seu repertório, além de ter um jiu-jítsu decente, que usa para evitar os ataques de submissão e ainda arrisca alguns botes a partir da guarda.

O tamanho do asiático é um assunto à parte, pois Lim é absolutamente gigantesco para um meio-médio, com 1,88m de altura e 2,10m de envergadura – em entrevistas, já declarou que recupera cerca de quinze quilos para as lutas, o que lhe faz atuar com mais de 90 quilos. Todavia, teve problemas justamente no corte de peso na véspera do que seria sua estreia pelo UFC, na mesma edição de Macau em que seu compatriota Kyung Ho Kang também saiu do card. Após passar mal no processo de desidratação, foi impedido pelos médicos de continuar o procedimento e, por consequência, de lutar.

O atleta da Korean Top Team chega ao UFC sob expectativas de fazer uma boa carreira na organização, pois assinou em um momento propício, após superar um início de carreira irregular e se estabilizar nas organizações em que lutou. Com 27 anos, seu cartel actual tem 10-3-1, com sete vitórias por nocaute e duas por submissão, tendo vencido as suas últimas cinco lutas no primeiro round.

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Marcelo precisa lutar bem mais que na sua estreia, porque o coreano é melhor que Stittgen, principalmente na trocação. A táctica ideal para o brasileiro é levar o combate para o solo, jogando por cima, enquanto Lim deve procurar a luta na distância. A aposta é em vitória deste último, na leitura das papeletas.

Card Principal

Wanderlei Silva (BRA) vs Brian Stann (EUA)

Uma rápida análise das últimas lutas de Wand no UFC mostram porque ele é tão idolatrado. Desde que o PRIDE acabou, o curitibano fez oito lutas na organização americana. Metade foi bonificada como a melhor da noite e uma foi o melhor nocaute. As outras três que não levaram bónus não ficaram devendo nada.

A explicação para a idolatria de Wand fica ainda mais fácil se voltarmos um pouco mais no tempo. No país em que vai acontecer a luta de sábado, ele tornou-se campeão do hoje extinto PRIDE. Lá ele era o dono da maior sequência invicta, do maior número de vitórias, do maior número de nocautes, da maior quantidade de defesas de cinturão e o primeiro a ter conquistado um cinturão e um GP na história da organização japonesa.

Isto tudo com um estilo feroz, sempre ofensivo e implacável, que mescla um thai clinch violento, punhos de concreto e muita habilidade no jiu-jítsu, característica até pouco explorada em seu jogo devido à volúpia no muay thai. Nenhum lutador da história do MMA soube como entreter tanto os fãs dentro de um cage ou ringue.

Porém, os anos passam. O queixo de Wand já não é mais o mesmo. E isto acabou se tornando um pesadelo, visto que seu sistema defensivo na trocação é muito falho. A idade também parece ter afectado sua sanha ofensiva. Salvo a blitz que quase deu cabo de Rich Franklin no segundo round do UFC BH, o superastro pouco fez no combate.

Hoje com 36 anos, Wand volta ao Japão seis anos e meio depois de ser violentamente nocauteado por um chute alto de Mirko Cro Cop, nas semifinais do GP absoluto do PRIDE. Ele tem cartel profissional de 34-12-1 e um no contest, sendo 4-7 no UFC, contando sua passagem ainda no século 20. O Cachorro Louco aplicou 24 nocautes e só finalizou um oponente em sua carreira, mas fez outros dois pedirem para parar sob espancamento. Jamais foi finalizado, mas acabou nocauteado em seis oportunidades, metade delas no UFC.

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O ex-integrante do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos chegou a causar temor nos oponentes quando baixou para peso médio, mas Chael Sonnen e Michael Bisping relembraram o que Phil Davis havia mostrado como meio-pesado: Stann é bastante limitado na luta agarrada. Fora isto, o “All-American” conquistou três brutais nocautes em suas últimas cinco apresentações, inclusive sobre Chris Leben, último a nocautear Wand.

Desde que mudou de categoria, Stann ficou um monstro fisicamente. Seus punhos pesados foram moldados pela faixa preta no sistema de artes marciais dos Marines americanos. Ele tem uma trocação não muito versátil, mas onde bate não nasce pelo. Dono de um condicionamento atlético acima da média, Brian tem o maior buraco no jiu-jítsu e no wrestling: ele conseguiu a proeza de ser finalizado por Krzysztof Soszynski e levou um vareio constrangedor de Sonnen.

Atleta da equipe de Greg Jackson, mas que provavelmente não terá o treinador em seu córner, Stann está com 32 anos e tem retrospecto profissional de 12-5, sendo 6-4 pelo UFC. O ex-campeão dos meio-pesados do WEC conquistou nove vitórias por nocaute, oito no round inicial, e finalizou o pobre-coitado do Mike Massenzio, já devidamente chutado do UFC. Foi nocauteado por Steve Cantwell, quando perdeu o cinturão do WEC, e finalizado por Sonnen e K-Soz.

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O caminho para vencer Stann é claro como água limpa. Wand tem totais condições técnicas de encurtar a distância, pegar o oponente no clinch, levar ao solo e finalizá-lo. Mas será que ele vai optar por esta abordagem? Acho difícil.

O Cachorro Louco é um lutador emotivo e provavelmente vai querer saciar a saudade dos japoneses, ávidos por ver o “Assassino do Machado” de volta. Se ele fizer isto, pode transformar o combate com Stann num legítimo quebra-pau. Caso isto aconteça, a probabilidade de Wand acabar nocauteado é enorme. Por outro lado, basta um erro de Stann para Wanderlei deixá-lo em situação precária, como aconteceu com Cung Le.

Portanto, temos uma situação clara. Ou Wand luta com a cabeça, ou com o coração. Conhecendo o curitibano, apostaria que ele vai seguir o segundo caminho. Sendo assim, Stann deverá conseguir o nocaute mais importante de sua carreira.

Stefan Struve (HOL) vs Mark Hunt (NZL)

Como quem não quer nada, o lutador mais alto da história do UFC vai se aproximando do topo da divisão. Ele havia vencido os pouco cotados Pat Barry, Dave Herman e Lavar Johnson, mas conseguiu em sua última luta parar o perigoso prospecto Stipe Miocic com um grande nocaute. Fora a derrota para Travis Browne, Struve tem seis triunfos nos últimos sete combates.

Apesar de ser pupilo desde os 14 anos do kickboxer Bob Schrijber e de representar também o time do também kickboxer Antoni Hardonk, o Dynamix MMA, o maior destaque no jogo do “Arranha-céu” é a luta de solo. Parecendo um polvo, com braços e pernas gigantescos, Struve tem uma guarda mortal. E como possui uma capacidade incomum de suportar castigo, acaba se tornando um oponente perigosíssimo, mesmo debaixo de ground and pound. De uns tempos para cá, finalmente ele resolveu fazer jus à maior envergadura da história do UFC (empatado com Jon Jones), evoluindo o uso dos jabs, adicionando bons chutes e desenvolvendo pegada capaz de nocautear. Mas o principal foi diminuir as muitas brechas dadas na trocação, algo perigoso demais contra Hunt.

Struve tem mais lutas que aniversários. Aos 25 anos, o holandês tem histórico profissional de 25-5, com 9-3 pelo UFC. Esta conta soma 16 vitórias por submissão e outras sete por nocaute. E o mais interessante: a vitória sobre Paul Buentello, no UFC 107, foi sua única luta decidida pelos juízes. Ou seja, o garoto mata ou morre (foi violentamente nocauteado por Junior Cigano e Roy Nelson, além de Browne). E sempre é bom lembrar: nem lutar com o rosto lavado de sangue é capaz de parar o rapaz. O gigante tem 2,11m de altura e 2,15m de envergadura.

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Acredite se quiser, mas Hunt também vem deixando seu nome na boca de quem tenta escalar title shots nos pesados. O neozelandês descendente de samoanos, que chegou ao UFC com cartel negativo e lutou apenas para cumprir um compromisso de Dana White com os antigos donos do PRIDE, já tem três vitórias seguidas, que tornaram seu cartel positivo, inclusive um violento nocaute sobre Cheick Kongo, na edição japonesa do ano passado.

Primeiro homem a vencer Wand no PRIDE, evento em que ainda bateu Mirko Cro Cop no auge do croata, Hunt era um kickboxer de respeito, campeão do K-1 em 2001 com direito a vitórias sobre os lendários Francisco Filho, Jérôme Le Banner e Stefan Leko. Tinha no jogo de solo sua maior deficiência (na verdade o jiu-jítsu simplesmente inexistia para Hunt), mas vimos na horrorosa luta contra Ben Rothwell que os treinos com Ricardo Libório na American Top Team começaram a render algum fruto.

No extremo oposto de Stefan, Hunt é o mais baixo peso-pesado do UFC, com apenas 1,78m de altura, 33 centímetros a menos que o próximo adversário. A envergadura é dez centímetros maior que sua altura, mas ainda 27 menor que a de Struve. A idade também será um diferencial enorme a favor do holandês, 13 anos mais novo que o representante da Oceania. Hunt tem patético cartel de 8-7 no MMA, mas um inacreditável 3-1 na maior organização do mundo. O Super Samoano venceu cinco por nocaute e obviamente nunca finalizou ninguém, mas já foi pego seis vezes em submissões.

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Ainda que Hunt tenha melhorado no jiu-jítsu, ele não vai conseguir fazer frente a Struve se a luta for para o chão. E ainda que Stefan adore sair na mão, provavelmente ele não vai querer dar chance ao azar de ser pego por uma pedrada de Mark. Podemos esperar para este duelo que o holandês faça uso de sua envergadura para encurtar a distância com segurança, derrube Hunt e o finalize no primeiro round, colocando um pouco de ordem na categoria dos grandalhões.

Takanori Gomi (JAP) vs Diego Sanchez (EUA)

Assim como Wand, Gomi é outra lenda do PRIDE, outro herói dos fãs japoneses. E, assim como Wand, o Fireball Kid também não conseguiu expressar no UFC seu domínio obtido no extinto evento. Perdeu metade dos combates no UFC, mas vem com duas vitórias seguidas, algo que não conseguia desde 2009. Gomi virou para cima de Eiji Mitsuoka no UFC Japão 2012 e passou por Mac Danzig em luta complicada, mas com sua melhor actuação desde o PRIDE, no UFC Macau.

A vitória sobre Danzig parece ter sido um sinal de recuperação de confiança do japonês, que melhorou depois que se juntou à American Kickboxing Academy. Ele tem uma base tipicamente americana no MMA, que junta o wrestling ao boxe, com punhos rápidos e pesados que abriam caminho para quedas e ground and pound. No duelo contra Danzig, os chutes passaram a ser usados com mais eficiência. O jiu-jítsu é o grande calo em seu jogo: foi finalizado em todas as derrotas no UFC, foi pego por um mata-leão de BJ Penn e apagou num katagatame de Marcus Aurélio quando vivia seu auge no PRIDE.

Um lutador com o talento de Gomi jamais pode ser menosprezado, mas a impressão que ele passa é que os 34 anos já estão um tanto pesados para seu estilo explosivo. Com 1,73m de altura e 1,78m de envergadura, Takanori tem retrospecto profissional de 34-8 e uma luta sem resultado, com 3-3 no UFC. Enquanto as derrotas no UFC aconteceram apenas para a elite da divisão dos leves (Kenny Florian, Clay Guida e Nate Diaz, todas por finalização), suas vitórias vieram em cima de representantes das castas mais baixas (Danzig, Mitsuoka e o já decadente Tyson Griffin). Ele já finalizou duros oponentes como Johnny Eduardo e Tatsuya Kawajiri, mas não vence ninguém deste modo desde 2006.

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Integrante da prestigiosa leva do TUF 1, Sanchez envolveu-se com drogas e acabou caindo numa gangorra de resultados. Depois de ser espancado por BJ na disputa do cinturão dos leves, fez 2-2 como meio-médio e agora retorna à categoria anterior.

Sanchez é outro lutador deste card que ganha as multidões com uma coragem do tamanho do globo terrestre. O rapaz já levou algumas surras antológicas, como contra Penn, John Hathaway, Martin Kampmann e Jake Ellenberger, mas jamais para de atacar. Seu wrestling e o ground and pound são muito fortes, assim como o preparo físico, mas Diego já mostrou que é também perigoso mesmo quando joga por baixo. A trocação levanta a torcida, mas o expõe a golpes em demasia, que normalmente lhe custam as lutas.

O lutador que mudou o apelido de “Pesadelo” para “Sonho” depois que resolveu seus vícios está com 31 anos, mede 1,78m de altura e cinco centímetros a mais de envergadura, tornando-se um dos maiores pesos leves, fisicamente falando, no UFC. O faixa-marrom de jiu-jítsu, integrante da equipe de Greg Jackson, tem cartel de 23-5, com 12-5 pelo UFC. Seis oponentes foram nocauteados, outros seis finalizados e três pediram penico sob pancadas. O nocaute para BJ, que aconteceu por causa de um profundo corte que forçou o médico a parar a luta, foi a única vez que Sanchez foi derrotado antes de uma luta terminar.

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Gomi poderia ter uma chance grande se encaixar uma porrada logo no começo. Porém, Diego já se mostrou praticamente inocauteável. Circular e bater na distância não é uma opção, visto que é praticamente impossível que o japonês consiga cansar o americano. E Gomi ir para o clinch contra um adversário habilidoso neste quesito e fisicamente muito mais forte será o caminho mais curto para uma derrota.

Sendo assim, ou Gomi tira um coelho da cartola ou vai acabar derrotado por decisão, cansado de ser lançado ao solo e martelado.

Yushin Okami (JAP) vs Hector Lombard (CUB)

Okami sempre foi um óptimo lutador, muito bom no clinch e com um boxe decente, mas Anderson Silva pareceu ter-lhe roubado a alma no UFC Rio. O japonês retornou contra Tim Boetsch diante de seu povo, dominou inteiramente dois rounds e foi brutalmente nocauteado no terceiro. Mas ele se recuperou nocauteando o mediano Buddy Roberts e sendo o Okami velho de guerra contra Alan Belcher.

O Okami velho de guerra é um lutador com enorme facilidade em travar seus oponentes no clinch e dominá-los no solo por cima, sem dar espaço sequer para o sujeito respirar. Esta característica foi reforçada desde que o nipónico juntou-se à Team Quest de Portland, onde treina com Chael Sonnen desde que foi vencido pelo americano no UFC 104. Uma bela excepção aconteceu contra Nate Marquardt, dominado pelo “Trovão” no boxe. Na outra ponta, o queixo não tem sido algo a se confiar.

Formado pela Wajyutsu Keisyukai de Tóquio antes de se juntar à Team Quest, Okami tem 31 anos e é um enorme peso médio de 1,88m de altura e 1,83m de envergadura. Apresenta cartel de 28-7, com belo retrospecto de 12-4 no UFC, já tendo vencido Belcher duas vezes, Mark Muñoz, Toquinho e Mike Swick. O nocaute com uma violenta joelhada sobre o ex-campeão Evan Tanner foi a única vez que Okami nocauteou alguém sem que o árbitro mandasse parar, o que aconteceu em outras oito oportunidades. Ele tem também quatro vitórias por submissão, 13 por decisão e a famigerada vitória por desclassificação contra Anderson.

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Depois de chegar ao UFC ostentando gigantesca série invicta e o cinturão do Bellator, Lombard foi derrotado por Boetsch em péssima luta. O cubano se recuperou com um espancamento sobre Toquinho em Dezembro, na Austrália, país que o acolheu desde que largou a ilha de Fidel.

Judoca que participou dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, pelo seu país natal, Lombard tem, além do belo e eficiente jogo de quedas, duas bigornas das mais pesadas nas mãos. Quem viu sua vitória sobre Falaniko Vitale no Bellator não vai nunca esquecer da cena do havaiano nocauteado em pé, enquanto Lombard sorria olhando para o oponente. Além de faixa-preta quarto dan de judô, Hector foi agraciado com a mesma faixa no jiu-jítsu por Conan Silveira, em 2010.

Nascido em Matanzas, Cuba, naturalizado australiano e residente na Flórida, onde treina na American Top Team, Lombard tem 35 anos e é profissional desde 2004. A derrota para Boetsch deu fim a uma série de 25 lutas de invencibilidade, com apenas um empate neste intervalo. Com 1,73m de altura e 1,80m de envergadura, o “Relâmpago” é um dos mais baixos pesos-médios, mas um dos fisicamente mais fortes. Seu recorde profissional é de 32-3-1 e uma luta sem resultado, com 1-1 no UFC. Foram dezoito vitórias por nocaute e sete submissões.

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Novamente a história pode ser facilmente resumida. Em qualquer momento do combate, se Lombard colocar suas mãos sobre o rosto de Okami, será fim de linha para o japonês. Em compensação, a táctica mais segura para Yushin será usar o jogo de pernas para variar a distância e aproveitar seu bom trabalho de jabs para conduzir Hector para o clinch e minar sua resistência. Se o cubano aguentar a pressão, o japonês passará quinze minutos na iminência de ser nocauteado. Se Lombard cansar, provavelmente perderá por decisão.

Dong-Hyun Kim (COR) vs Siyar Bahadurzada (AFE)

Kim é uma versão coreana e pouco menor de Okami. Também com base no judô, ele é mestre na arte de grudar nos oponentes e sufocá-los no chão, sem dar espaço para nada. Foi assim que Paulo Thiago sofreu no UFC Macau em quinze minutos de luta contra o cobertor coreano.

Ainda que sua evolução na trocação seja evidente, com muitos golpes em linha reta, o boxe de Kim serve basicamente para encurtar a distância. Quando está corpo a corpo com o adversário, ele costuma ser letal nas quedas e joga o corpanzil sobre os oponentes, trabalhando no ground and pound sem clemência, comprovando seu apelido de Stun Gun, aquela arminha de eletrochoque que serve para paralisar a vítima.

Kim é um enorme meio-médio de 1,85m de altura e 1,93m de envergadura. Seu cartel no MMA profissional é de 16-2-1, sendo 7-2 no UFC. Ele só foi derrotado por uma violenta joelhada voadora de Carlos Condit e sucumbiu a uma costela machucada contra Demian Maia. Fora isso, venceu seis vezes por nocaute e finalizou um japonês em 2006.

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Uma luta contra o mesmo Paulo Thiago foi o exemplo de como Bahadurzada é totalmente diferente de Kim. O afegão precisou apenas de um gancho perfeito em contragolpe, aplicado antes do primeiro minuto, para fazer o Caveira cair desacordado.

Siyar The Great foi moldado na Golden Glory pelo génio do muay thai Ramon Dekkers, falecido há dois dias. Antes disso, havia passado toda sorte de veneno na guerra em seu país. Esta conjunção de factores criou um lutador forte mentalmente e extremamente agressivo. Além de “colecionar cabeças”, Bahadurzada passou também a dar um pouco mais de ênfase à luta agarrada, sua maior deficiência, depois de se juntar à Blackzilians.

Nascido em Cabul, capital do Afeganistão, mudado para Deventer, na Holanda, e hoje residente em Boca Raton, Flórida, Bahadurzada foi campeão mundial do Shooto e tem 28 anos, com 1,80m de altura e quatro centímetros a mais de envergadura. Seu cartel é de respeito, com 21-4-1 e 1-0 no UFC. Onze vitórias por nocaute e uma submissão por socos mostra seu poder de fogo. Siyar não perde desde 2008, quando foi finalizado por Jorge Santiago, na categoria de cima, no Sengoku.

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A história aqui pode ser bem parecida com a luta de Okami com Lombard. O coreano vai tentar encurtar a distância e levar o afegão para o solo, mas, se for alvejado por uma pedrada de Bahadurzada, Kim acordará com a lanterninha do médico no olho, na mais profunda das valas. Como Siyar sabe evitar clinches, ele pode quebrar as casas de apostas com uma vitória por nocaute, forte candidato ao bónus do evento. Mas caso Kim leve a luta para o solo, ele terá grande chance de capitalizar uma das brechas que Bahadurzada dá no chão, ou mesmo vencer por decisão. Esta é a aposta.

Rani Yahya (BRA) vs Mizuto Hirota (JAP)

Talvez por lutar pouco, o brasiliense é um dos brasileiros menos lembrados no UFC. O que é uma pena, visto que o jiu-jítsu de Rani está num dos mais altos níveis, o que ficou comprovado com a grande finalização sobre Josh Grispi com uma norte-sul em agosto passado.

Faixa-preta segundo dan de jiu-jítsu, campeão do ADCC em 2009, Rani não demonstra em outras áreas do MMA, inclusive o wrestling, a sua maestria na arte suave. Se no chão Yahya é um terror para qualquer oponente, sua trocação serve apenas para induzir os adversários ao clinch. E isto será muito perigoso contra um oponente agressivo como Hirota.

Aos 28 anos, Rani segue na Constrictor Team depois da debandada que aconteceu na equipe brasiliense. Ele tem 1,68m de altura e 1,70m de envergadura. Fez bom papel no WEC, finalizando o ex-campeão peso galo Eddie Wineland e Mark Hominick. Outro ex-campeão que tombou foi Mike Brown, este já no UFC. O cartel de Yahya é de 17-7, com 2-1 no UFC (ele não foi páreo para o wrestling de elite de Chad Mendes). Quinze de suas vitórias aconteceram por finalização e as outras duas foram apontadas pelos juízes laterais. A única vez que foi finalizado foi quando tentou lutar de peso leve, mas foi pego por Gesias Cavalcante.

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Hirota já estava no radar da Zuffa há mais tempo, mas a derrota sofrida para Shinya Aoki, que lhe quebrou o braço no Dynamite 2009, o deixou de molho por mais de um ano. Recuperado, ele conquistou o cinturão do DEEP e foi chamado para o Strikeforce, onde caiu diante do renovado Pat Healy em luta dura.

O japonês tem um estilo fluido, oriundo de bases distintas como o boxe e o sumô. Hirota tem um belo poder de nocaute para a categoria e aplica boas quedas laterais, que normalmente abrem caminho para um ground and pound frenético.

O “Pugnus” tem 31 anos e 1,70m de altura. Estreante no UFC, ele tem retrospecto de 14-5-1, com oito vitórias por nocaute e seis por decisão. Quatro de suas derrotas vieram também pelas papeletas dos juízes laterais.

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Por mais que Hirota só tenha sido finalizado por Aoki, nem é preciso dizer que ir para o chão não é uma opção viável, mesmo que seja por cima, no ground and pound. O caminho para o japonês será usar combinações rápidas de jab-direto-gancho, impedindo que Rani se aproxime. Mas como Hirota deixa brechas, numa delas o brasileiro conseguirá levar o combate para o chão e vencer uma luta duríssima.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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Sem precisar de dieta para bater o limite de 93,4kg da categoria meio-pesado, o brasileiro Wanderlei Silva confirmou presença no UFC Japão 2013 deste sábado, em Saitama. Ele marcou 92,5kg para seu duelo com o americano Brian Stann, que registrou 93,4kg, no limite de uma libra (454g) de tolerância da divisão para lutas que não valem cinturão - o valor exato para pesos-meio-pesados é de 93kg. No resto da pesagem desta sexta-feira, vários lutadores precisaram tirar a roupa inteira para bater os limites de suas categorias.

O brasileiro, que retorna ao Japão após mais de seis anos desde sua última luta no país, onde fez história como um dos principais ídolos do Pride, foi ovacionado ao subir ao palco para se pesar e se curvou, no típico cumprimento japonês, para reconhecer o apoio do público. Após tirar dois casacos de patrocinadores, uma camisa e uma bermuda, subiu à balança e pesou 92,5kg. Após beber um pouco de líquido, o "Cachorro Louco" foi para a encarada, mas não mostrou seu tradicional "olhar psicótico": apenas encarou, com seriedade, seu adversário. Os dois se cumprimentaram após.

Outros três brasileiros lutam no evento deste sábado, e todos conseguiram alcançar os limites de suas categorias. O sacrifício de Marcelo Guimarães na sauna nas horas anteriores à pesagem valeu a pena e o capixaba bateu 77,6kg, no limite de tolerância do peso-meio-médio, logo em sua primeira tentativa. O brasiliense Rani Yahya passou com tranquilidade pela balança e marcou 66,2kg para seu duelo com Mizuto Hirota pelos pesos-penas.

O carioca Cristiano Marcello, por sua vez, roubou a cena: entrou usando uma máscara japonesa e fez uma encarada tensa com o japonês Kazuki Tokudome. Entre esses dois momentos, precisou tirar a cueca para bater o limite de 70,8kg dos pesos-leves.

Aliás, a pesagem deste sábado foi um festival de "cabaninhas" de toalhas para lutadores que precisaram tirar a cueca para bater os limites de suas categorias. Foram cinco atletas que precisaram desta tática: Marcello, Alex Caceres, Mizuto Hirota, Hector Lombard e Diego Sanchez. Este último não conseguiu ficar dentro da libra extra de tolerância nem pelado: marcou 71,7kg, cerca de 900g acima dos 70,8kg permitidos para os pesos-leves, e cedeu 20% de sua bolsa para seu adversário, o japonês Takanori Gomi.

Confira os pesos marcados por cada um dos lutadores na pesagem do UFC Japão 2013:

CARD PRINCIPAL


Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Wanderlei Silva (92,5kg) x Brian Stann (93,4kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Mark Hunt (120,7kg) x Stefan Struve (117,9kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Takanori Gomi (70,8kg) x Diego Sanchez (71,7kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Yushin Okami (83,9kg) x Hector Lombard (84,4kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Mizuto Hirota (66,2kg) x Rani Yahya (66,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Dong Hyun Kim (77,6kg) x Siyar Bahadurzada (77,6kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-médio (até 84,4kg): Riki Fukuda (84,4kg) x Brad Tavares (83,9kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Bryan Caraway (61,2kg) x Takeya Mizugaki (61,7kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Cristiano Marcello (70,8kg) x Kazuki Tokudome (70,3kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Alex Caceres (61,7kg) x Kyung Ho Kang (61,2kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Marcelo Guimarães (77,6kg) x Hyun Gyu Lim (77,6kg)

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