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MMA: UFC 158: GSP vs Diaz - Antevisão + Pesagens


O octógono mais famoso do mundo volta ao Canadá para um dos mais aguardados eventos do primeiro semestre. O Bell Centre, em Montreal, será palco do antecipado duelo de estilos entre o supercampeão dos meios-médios Georges St-Pierre e o controverso desafiante número um Nick Diaz..

Dois outros combates devem clarear a parte de cima da mesma categoria. Johny Hendricks, o homem que perdeu o posto de desafiante para Diaz, terá a dura missão de passar pelo segundo melhor da divisão, Carlos Condit. Já Jake Ellenberger, que enfrentaria Hendricks, agora bate de frente com Nate Marquardt, que volta ao UFC dois anos depois de ser escurraçado por Dana White.

Outros dois combates devem garantir movimentação na abertura do card principal. Enquanto o americano Chris Camozzi e o canadense Nick Ring se reencontram depois do TUF 11, o canadense Mike Ricci e o inglês Colin Fletcher fazem o duelo de vice-campeões das últimas edições do TUF (16 e Smashes), válido pela categoria dos leves.

No card preliminar, na divisão dos galos, o vice-campeão do The Ultimate Fighter 14 TJ Dillashaw enfrenta o japonês Issei Tamura, enquanto o grandalhão George Roop abre a noite de lutas contra o ameaçado Reuben Duran. Uma divisão acima, um combate de estilos entre o ascendente americano Darren Elkins e o canadense Antonio Carvalho.

Pela superlotada divisão dos leves, John Makdessi terá um desafio espinhoso contra o talentoso e problemático Daron Cruickshank. Outras três lutas movimentarão a categoria dos meio-médios: Patrick Côté travará duas guerras, uma contra a balança e outra contra Bobby Voelker. Canadense como Côté, Jordan Mein estreia no octógono tendo como oponente o velho de guerra Dan Miller. Já o instável Rick Story busca a redenção contra o ex-Strikeforce Quinn Mulhern.

O card completo do UFC 158 é o seguinte

CARD PRINCIPAL

Peso-meio-médio: Georges St-Pierre x Nick Diaz
Peso-meio-médio: Carlos Condit x Johny Hendricks
Peso-meio-médio: Jake Ellenberger x Nate Marquardt
Peso-médio: Nick Ring x Chris Camozzi
Peso-leve: Mike Ricci  x Colin Fletcher

CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Patrick Cote x Bobby Voelker
Peso-pena: Antonio Carvalho x Darren Elkins
Peso-meio-médio: Dan Miller x Jordan Mein
Peso-leve: John Makdessi x Daron Cruickshank
Peso-meio-médio: Rick Story x Quinn Mulhern
Peso-galo:TJ Dillashaw x Issei Tamura
Peso-galo: George Roop x Reuben Duran

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 20:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão-------------------------------------------

Card Preliminar

Patrick Côté (CAN) vs Robert Voelker (EUA)

Após um início muito ruim no UFC (estreou na edição 50), com derrotas para Tito Ortiz, Joe Doerksen e Chris Leben, Patrick Côté fez umas lutas por eventos menores no Canadá e foi resgatado pelo TUF 4, que reuniu meia dúzia de barangas lutadores desprezados para dar uma nova chance para os melhores no octógono, com direito a um surpreendente title shot para os campeões. Côté perdeu a final para Travis Lutter, mas deu um jeito em sua carreira, com cinco vitórias seguidas, sendo quatro delas pelo UFC, com duas bonificações de nocaute da noite. Com o marasmo que se encontrava a divisão dos médios, o canadense foi alçado à condição de desafiante do espetacular Anderson Silva.

Patrick, assim como os fãs de MMA, foi feito de palhaço pelo astro brasileiro por dois rounds e estourou o joelho no terceiro, levando sua carreira a um declínio pior que o de sua primeira passagem. Após apresentações em forma física bizarra e nova demissão, mais um comeback na carreira: venceu quatro combates seguidos, incluindo uma luta no AFC contra Gustavo Ximu. Na nova chance dada pela Zuffa, aparência rechonchuda e derrota para Cung Le e depois conseguiu a proeza de ser surrado por Alessio Sakara, mas viu o atraso virar vitória devido à burrice à demência à má escolha do italiano, que desferiu uns setenta golpes ilegais na nuca do canadense. Inacreditavelmente para quem vinha tendo problemas em bater o peso, Patrick decidiu cortar mais peso e lutar de meio-médio.

O “Predador” tem um boxe muito bem ajustado, qualidades interessantes no wrestling e no jiu-jítsu e, apesar de visivelmente talentoso, parece ter problemas em se concentrar nos treinamentos e se manter na melhor forma. Ele está com 33 anos, tem 1,80m de altura, 1,90m de alcance e cartel profissional de 18-8, com 5-8 no UFC. Oito de suas vitórias foram por nocaute e três por submissão. Foi submetido três vezes e nunca nocauteado (apenas a contusão contra Anderson foi registrada como nocaute técnico, mas podemos afirmar que o Spider e Sakara quebraram seu galho neste ponto).

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O UFC 158 marcaria a revanche entre Sakara e Côté, mas uma contusão do italiano abriu espaço no card para a estreia de Bobby Voelker, o primeiro de vários originários do Strikeforce neste texto. Voelker teve carreira apagada no MMA, vagando por eventos principalmente no Kansas e em Iowa, com derrotas para os nomes mais famosos que enfrentou, como Jacob Volkmann, até que recebeu uma chance para lutar no Strikeforce, sempre pelos eventos nomeados como Challengers, com atletas menos conhecidos que a linha principal. Venceu Erik Apple e Cory Devela na decisão dos juízes laterais e nocauteou duas vezes Roger Bowling, após perder uma polêmica luta por decisão técnica, quando Bowling alegou não ter mais condições de lutar por conta de um dedo acidental no olho.

Com estilo baseado no boxe, Voelker tem punhos pesados, é alto e forte para a divisão e possui técnica mediana, com dificuldade contra grapplers mais qualificados. O “Vicious” (Violento) está com 33 anos, é três centímetros mais alto e tem dois a menos de envergadura que Côté. Apresenta uma carreira com 24 vitórias, sendo 15 por nocaute e quatro oponentes que desistiram debaixo de chuvas de socos, além de oito derrotas, uma por submissão e duas por nocaute. Há cinco anos, desde que foi nocauteado por Kevin Burns, não sai derrotado sem ouvir a decisão dos juízes.

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Alguém ainda acredita em Patrick Côté? Apesar de mais talentoso, seus problemas chegaram a um ponto em que até um atleta limitado, mas voluntarioso, como Voelker torna-se favorito contra ele. A primeira luta do canadense será contra a balança e nem nesta eu consigo acreditar nele. Voelker, por nocaute.

Antonio Carvalho (CAN) vs Darren Elkins (EUA)

Antonio Carvalho, um canadense que começou nas artes marciais através do caratê, procurou a academia de Sylvio Bhering disposto a aprender jiu-jítsu e aplicá-lo no MMA. Demonstrou talento para a arte suave, recebeu a faixa preta e, de quebra, o apelido de “Pato”. Fez carreira entre o Canadá e o Japão e, entre um e outro adversário inexpressivo, derrotou o astro Hatsu Hioki. Estreou no UFC Rio 2 começando a luta bem, mas acabou derrotado na decisão por Felipe Sertanejo.

Carvalho conseguiu a redenção no seu Canadá, ao nocautear o perigoso Daniel Piñeda em pouco mais de um minuto de luta. Em seguida, enfrentou outro brasileiro, Rodrigo Damm, mas desta vez na sua casa, e conseguiu a vitória em luta equilibrada e interessante. Assim como a ave que lhe originou o apelido que, segundo a sabedoria popular, anda, voa e nada sem ser especialista em nenhum dos três, Pato troca, derruba e luta no solo, mas também não é um perito em quaisquer das três áreas. Carvalho tem 33 anos, 1,75m de altura, com três centímetros a mais de envergadura e cartel profissional de 15-5, com sete vitórias por nocaute e três por submissão. Sofreu dois nocautes no Shotoo japonês, jamais foi submetido e tem ainda três derrotas por decisão.

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Darren Elkins estreou pelo UFC ao substituir um lesionado Spencer Fisher na primeira edição do UFC Live, contra Duane Ludwig. Como peso leve, venceu por lesão do oponente logo no início do duelo. Discretamente, “The Damage” foi conquistando seu espaço na organização, mesmo atuando sempre contra concorrência de respeito. Em seguida, o estreante brasileiro Charles do Bronx o finalizou em apenas quarenta segundos, trazendo desconfiança sobre sua capacidade e fazendo com que Elkins seguisse a direção do peso pena. Ganhou de presente dos juízes uma vitória contra Michihiro Omigawa, no UFC 131, mas conseguiu mostrar seu valor dominando o chinês Tiequan Zhang, o explosivo brasileiro Diego Brandão e o ascendente e talentoso Steven Siler nas lutas seguintes, chegando a cinco vitórias em seis lutas no UFC.

Darren escora seu jogo no wrestling, modalidade que praticou no ensino médio e no superior com relativo sucesso nos dois estilos (livre e greco-romano) e tem muita resistência e preparo físico. Sua trocação é defensiva, normalmente faz o suficiente para evitar maiores riscos e deixa para atacar no solo, ainda assim, de forma comedida. Elkins está com 28 anos, tem 1,78m de altura e 1,80m de envergadura. Apresenta cartel profissional de 15-2, com cinco vitórias por nocaute (mais o nocaute técnico decretado contra Ludwig) e três por submissão. Cada uma de suas duas derrotas aconteceu por uma das vias rápidas.

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Pato teve dificuldades contra Sertanejo no grappling, sofrendo quedas e ground and pound do striker brasileiro, entretanto conseguiu manter a luta em pé contra o bom wrestler Rodrigo Damm, utilizando-se de violentos chutes baixos. Darren, por sua vez, controlou Brandão, um striker mais agressivo que o canadense, de maneira exemplar, além de dominar os faixas-pretas Zhang e Siler sem correr maiores riscos. Nesta comparação, o favoritismo recai sobre o americano, que deve vencer na leitura das papeletas.

Daniel Miller (EUA) vs Jordan Mein (CAN)

Dan Miller, assim como seu irmão mais jovem e mais talentoso Jim, é essencialmente um atleta de luta agarrada, faixa preta de jiu-jítsu com deficiências marcantes na trocação. Dono de muita raça e resistência, ele costuma dar bastante trabalho a seus adversários, mas contra oposição qualificada, sempre assiste ao adversário ter o braço erguido no fim das lutas. Após um início promissor, com três vitórias seguidas no UFC, foi lançado às feras e igualou o cartel na organização, com derrotas para Chael Sonnen, Demian Maia e Michael Bisping.

Abriu mais uma margem de duas vitórias contra os inexpressivos John Salter e Joe Doerksen, todavia “zerou” novamente o cartel contra Nate Marquardt e Rousimar Toquinho. Em sua última luta, Miller se reencontrou com a vitória ao pegar Ricardo Funch em uma guilhotina, na sua estreia como meio-médio. O americano está com 31 anos, tem 1,83m de altura e 1,88m de envergadura. No seu cartel profissional de 14-6 (e uma luta sem resultado), nove vitórias foram por submissão e, embora tenha enfrentado oponentes expressivos, jamais foi finalizado ou nocauteado.

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Jordan Mein é aquilo que se costuma chamar de funcionário do MMA. Com apenas 23 anos, o canadense já tem mais de trinta lutas profissionais na carcaça, quase todas em pequenos eventos no seu país natal. Mas isto não quer dizer que a concorrência era cega, levando-se em consideração que Jordan venceu os experientes Josh Burkman, Joe Riggs e Marius Žaromskis Sua prestação mais importante deu-se no Strikeforce, quando usou uma chuva de cotoveladas para nocautear o perigoso, porém pouco durável brasileiro Evangelista Cyborg e dominou o desconhecido Tyler Stinson. Entre as duas lutas, serviu de escada para Tyron Woodley conseguir um title shot, mas não sem antes dar muito trabalho ao americano.

Quando o Strikeforce e seu contrato acabaram, Mein não ficou melindrado: como um bom funcionário, arrumou uma luta e aproveitou para surrar o ex-UFC Forrest Petz em apenas um minuto e meio, fazendo com que a Zuffa o convidasse para o seu melhor palco. Este praticante de kempô tem boa defesa de quedas e trocação muito eficiente, com joelhos e cotovelos perigosos e bem coordenados. Jordan tem a mesma altura que seu oponente e uma pequena desvantagem de dois centímetros no alcance. Seu cartel profissional é incrível para um atleta tão jovem: 26-8, com quatorze nocautes e sete submissões a seu favor. Metade de suas derrotas foi por submissão e foi nocauteado uma vez, entretanto, ninguém conseguiu uma interrupção contra o “Young Gun” nos últimos cinco anos.

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Dan Miller deve fazer o de sempre: lutar com muita raça, dar trabalho. Mas Jordan é mais talentoso e deve levar. Como consolo, Miller seguirá sem ser finalizado de nenhuma forma.

Daron Cruickshank (EUA) vs John Makdessi (CAN)

Daron Cruickshank foi convocado para o TUF 15 após disputar o cinturão do King of the Cage, conquistar o do Ringside MMA e chegar a assinar um contrato com o Bellator. Chegou ao programa com ares de favorito, devido à grande forma que apresentava. Após vencer Drew Dober e conquistar seu lugar na casa, a soberba acabou atrapalhando o rapaz que, lutando de maneira displicente, sofreu um traumático nocaute para James Vick com uma joelhada precisa quando Cruickshank tentava um double-leg telegrafado e estranho. O “Detroit Superstar” conseguiu se recuperar no dia do evento final, dominou Chris Tickle e levou o combate na decisão dos juízes.

Mas foi na luta seguinte, contra o talentoso Henry Martinez, que Cruickshank finalmente exibiu suas habilidades de forma plena no octógono. Após um excelente primeiro round, com domínio na luta agarrada e na trocação, Daron acertou um belo chute alto que deu cabo de seu adversário imediatamente. Wrestler nos tempos de faculdade, disputou a divisão III da NCAA e ostenta ainda a faixa preta de taekwondo. Está com 27 anos, tem 1,73m de altura e 1,82m de alcance. Seu cartel atual é de 12-2, com sete nocautes e uma submissão.

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John Makdessi foi convidado pelo UFC para estrear contra Pat Audinwood na edição 124, após vencer sete lutas seguidas em pequenos eventos canadenses. Usou muito bem os chutes – arma preciosa de seu repertório – até vencer na decisão. Depois, conseguiu um lindo nocaute com soco rodado contra Kyle Watson, no UFC 129. Na edição 140, a organização propôs uma subida de nível, mas Makdessi foi submetido por Dennis Hallman, sucumbindo diante da enorme experiência do americano. Na edição 145, escalado para fazer um duelo de kickboxers contra Anthony Njokuani, o canadense acabou deixando a maior envergadura do nigeriano fazer a diferença, causando sua segunda derrota seguida.

A recuperação do “Bull” (Touro) veio no UFC 154, contra seu experiente compatriota Sam Stout, com boa atuação, apesar de a luta não ter se desdobrado de forma muito emocionante. Dono de chutes criativos e razoável poder de nocaute, este faixa-preta de caratê shotokan está com 27 anos, tem 1,73m de altura e de envergadura, seu cartel profissional é de 10-2 (3-2 no UFC), com sete nocautes conquistados na carreira.

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Makdessi é perigoso, mas pouco versátil, e esta característica será determinante para a vitória de Cruickshank, que virá através de nocaute técnico no ground and pound.

Rick Story (EUA) vs Quinn Mulhern (EUA)

Rick Story é um wrestler persistente e dono de quedas violentas, que vem melhorando na trocação, focada no boxe, além de mostrar grande resistência contra pancadas. Estreou no UFC com derrota para John Hathaway, mas se recuperou de maneira magistral, emendando seis vitórias consecutivas, incluindo sobre dois atletas que, em momentos distintos, foram top contenders da divisão: Johny Hendricks e Thiago Alves. Quando estava na lista de prováveis desafiantes, enfrentaria Nate Marquardt em um possível title eliminator, mas, com a demissão de Nate na véspera da luta, teve Charlie Brenneman como novo oponente e sucumbiu quando Charlie usou o jogo de quedas que Rick estava cansado de fazer contra seus adversários.

No UFC 139, Story perdeu em decisão apertada contra o sempre competente Martin Kampmann e voltou para o fim da fila desta povoada divisão. Venceu o novato Brock Jardine, mas voltou a perder quando foi atropelado por Demian Maia no Rio de Janeiro. Rick tem ainda uma vitória sobre Jake Ellenberger antes de ambos assinarem com a Zuffa. Precisando vencer para se recolocar na elite da categoria, Story ainda convive com críticas de ser um atleta que não busca a definição das suas lutas. O “Horror” tem 28 anos, 1,78m de altura, 1,80m no alcance e cartel profissional de 14-6, com três vitórias por nocaute e mais três por submissão. O mata-leão brutalizado de Demian causou sua primeira derrota sem a leitura das papeletas.

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No lugar do card que pertencia ao atleta local Sean Pierson, que se contundiu, o UFC promove a estreia de Quinn Mulhern, outro atleta oriundo do Strikeforce.

Usando como base um jiu-jítsu ofensivo e até certo ponto inconsequente, Mulhern acumulou vitórias – principalmente por submissão – até pousar no evento recém-adquirido pela Zuffa. Ao chegar, viu que o degrau era mais alto que o de costume, com uma derrota por decisão para Jason High. Após passar longe de alcançar o peso contra Danny Davis, pegou o oponente em um belo katagatame. Ele venceu ainda, por decisão dos juízes, o compatriota David Hullet e a revelação brasileira Yuri Villefort.

A grande atração no jogo de Quinn são as tentativas de todo tipo de submissão, estando por baixo ou por cima do adversário. Já venceu luta por kimura, armlock, triângulo, mata-leão, katagatame e até um raríssimo omoplata sobre o ex-UFC e PRIDE Chris Brennan. O “Campamocha” (inseto que lembra um louva-a-deus) está com 28 anos, tem 1,91m de altura, 1,88m de envergadura e cartel de 18-2, com onze submissões e três nocautes. Foi nocauteado apenas uma vez, em 2009, pelo ex-UFC e atual Bellator Mike Guymon.

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Com toda a inconstância de Rick Story, fica difícil imaginar o andamento deste combate. O mais provável é que Rick consiga a vitória, com muitas quedas e disposição na luta de solo, mas uma submissão de Mulhern, ao se aproveitar de um apagão de Story, não pode ser descartada.

Tylor Jeffery Dillashaw (EUA) vs Issei Tamura (JAP)

TJ Dillashaw tinha apenas quatro lutas como atleta profissional quando foi convocado para a décima-quarta edição do TUF, considerada uma das mais talentosas da história do reality show. No programa, o californiano nocauteou Matt Jaggers, submeteu o bom grappler Roland Delorme e dominou totalmente o combate semifinal contra Dustin Pague, em campanha que serve bem para ilustrar o quão completo é seu jogo. Contudo, na grande final, Dillashaw foi destruído pelo elétrico John Dodson em apenas dois minutos.

Para tirar a má impressão dessa derrota, TJ conseguiu dois triunfos consecutivos, contra Walel Watson na decisão e sobre Vaughan Lee por submissão no round inicial. Ele é parceiro de Urijah Faber, Joseph Benavidez e Chad Mendes na Team Alpha Male e tem estilo bem parecido com os deles, com quedas explosivas, muita agilidade no solo e preparo físico exemplar. Dillashaw está com 27 anos, tem 1,68m de altura e envergadura. Seu cartel profissional é de 6-1, com três submissões e um nocaute a seu favor e a derrota para Dodson.

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O oponente de TJ será o japonês Issei Tamura, que começou no mundo das lutas através do wrestling, muito forte no Japão entre as categorias mais leves. Companheiro de treinos de Kid Yamamoto na Krazy Bee japonesa, Tamura fez toda a carreira no MMA pelo Shooto, inclusive ganhando um interessante torneio de novatos da organização, em 2008, até ser convocado para substituir um lesionado Leonard Garcia contra o chinês Tiequan Zhang no UFC 144, em seu país natal. Com um mata-cobra de direita, mandou uma das maiores esperanças financeiras de Dana White para a vala mais próxima.

A organização parece ter se empolgado excessivamente com o asiático e o escalou contra o experiente e competente Raphael Assunção, que não tomou o menor conhecimento de Tamura, liquidando a fatura logo no início do segundo round. Issei tem como características principais um bom jogo de quedas, boxe bem alinhado e muita disposição, mas ainda está longe de ter qualidade suficiente para causar algum temor na divisão. O nipônico está com 28 anos, tem 1,65m de altura, 1,70m de envergadura e cartel profissional de 7-3, com dois nocautes e cinco decisões a seu favor e um nocaute e duas decisões contra si.

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Tamura teria um combate mais equilibrado contra Mitch Gagnon, que seria seu adversário originalmente, até se contundir e ceder a vez a Dillashaw, muito mais talentoso. O americano deve conseguir a vitória por nocaute técnico.

George Roop (EUA) vs Reuben Duran (EUA)

George Roop é, certamente, o peso galo mais alto do UFC, com seu 1,86m de puro pele-e-osso (provavelmente o camarada é um dos seres humanos saudáveis mais altos a conseguir alcançar 61 quilos).

Kickboxer de boa técnica, porém lento para a categoria, Roop treina na Team Tompkins junto com Sam Stout, Mark Hominick e Chris Horodecki, todos strikers perigosos de categorias mais leves. Lançado como aperitivo para Hatsu Hioki estrear com vitória no UFC, Roop conseguiu engrossar o combate, perdendo em decisão dividida e apertada. Quase repetiu o papel de estraga-prazeres da Zuffa que havia feito contra Josh Grispi, na estreia de ambos pelo UFC, quando venceu o ex-futuro desafiante ao cinturão de José Aldo. Tem como ponto fraco a luta de solo, onde costuma tentar lançar cotoveladas, mas se expõe demais aos ataques adversários. Outra bela vitória em seu irregular cartel foi quando mandou o “Korean Zombie” Chan Sung Jung para a lona, desacordado, com um belíssimo pé-na-orelha ainda como peso pena e pelo WEC.

Em sua última luta, foi duramente nocauteado por Cub Swanson, e entrou em uma fase de contusões que o tiraram de duas lutas contra Pato Carvalho e Yuri Marajó. Sua única experiência anterior como peso galo foi um tremendo atraso que levou de Eddie Wineland em janeiro de 2010. George está com 31 anos, tem 1,86m de altura e envergadura. Apresenta um retrospecto profissional de 12-9-1, com três nocautes a favor e dois contra. As submissões em suas lutas foram oito, metade a seu favor.

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Reuben Duran construiu sua carreira no evento King of the Cage, famoso celeiro de talentos para o UFC, localizado na Califórnia. Ele estreou no UFC em boa luta contra o japonês Takeya Mizugaki, quando perdeu na decisão dividida, e fez outro bom combate contra Francisco Rivera, quando escapou de boas tentativas de guilhotina, chegou a balançar na trocação, mas conseguiu encaixar um mata-leão que lhe valeu o bônus de submissão da noite no TUF 13 Finale.

Em seguida, o “Hurricane” (Furacão) acabou vítima dos punhos rápidos e precisos de Hugo Wolverine, que o mandou para a vala no primeiro round de sua última luta. Reuben treinou boxe e wrestling na juventude e chegou a disputar alguns torneios importantes de grappling. Ele tem 29 anos, 1,68m de altura e 1,80m de envergadura. Seu cartel atual é de 8-4-1, com três nocautes e quatro submissões.

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Uma espécie de porteiro dos penas, Roop precisa mostrar que dessa vez se adaptou melhor nos galos – o que é bem difícil de acontecer para um camarada tão alto. Em boa forma, ele é o favorito a conseguir o nocaute, mas Duran pode se aproveitar de um eventual cansaço de George para vencer por decisão.

Card Principal

Georges St. Pierre (CAN) vs Nicholas Diaz (EUA)

Depois de passar por uma delicada cirurgia no joelho que podia ter posto fim em sua carreira e uma complicada fase de recuperação, St. Pierre retornou ao octógono dando a impressão que não ficara quase vinte meses parado. Contra Carlos Condit, um campeão atuando o tempo todo na pressão dominou quase que inteiramente o ex-campeão do WEC, que valorizou o serviço de GSP com um knockdown no terceiro round.

Uma atuação daquele nível só pode ser feita por atletas de exceção. Os fãs que conseguirem superar a sanha por corpos estirados têm o privilégio de testemunhar um dos maiores atletas de nosso tempo em ação. Atlético, inteligente, forte, resistente e técnico, muito técnico. Ele não é o melhor em nenhuma das áreas isoladas do MMA, mas nenhum lutador até hoje alcançou um nível tão alto em todas elas ao mesmo tempo quando GSP. O boxe desenvolvido por Freddie Roach e Howard Grant, o kickboxing ajustado por Phil Nurse e Kristof Midoux, o jiu-jítsu aprimorado por Bruno Fernandes e John Danaher, além das perfeitas táticas boladas por Firas Zahabi e Greg Jackson construíram o lutador com menos buraco no jogo que o MMA já viu.

Faixa-preta de karatê shōrin-ryū shidōkan, terceiro dan de caratê kyokushin e primeiro dan de jiu-jítsu, “Rush” tem 1,78m de altura e 1,93m de envergadura. Seu histórico monstruoso só possui duas derrotas em 25 lutas. Das 23 vitórias, 17 aconteceram no UFC (ele é o segundo maior vencedor da história da organização), além das duas derrotas. St. Pierre recebeu três bônus de luta da noite, um de nocaute e um de submissão, além de ter a segunda maior série de defesas consecutivas de cinturão na história do UFC. O canadense foi finalizado por Matt Hughes aos 23 anos e nocauteado por Matt Serra há quase seis, na maior zebra de todos os tempos. Hoje com 31 anos, ele vingou as duas derrotas usando os mesmos artifícios, inclusive a mesma finalização sobre Hughes.

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Em sua segunda passagem pelo UFC, Diaz aprontou de tudo. Bateu BJ Penn com seu boxe de pouca potência e alto volume, mas sucumbiu à estratégia de Carlos Condit, que explorou uma de suas principais deficiências, a defesa de chutes baixos. Em paralelo, perdeu a chance de lutar pelo cinturão por faltar a duas coletivas de imprensa, foi pego no antidoping pela segunda vez por uso de maconha e deu balão na sessão de treinos abertos desta quarta-feira.

Este é um bom resumo de Diaz, um lutador talentoso e péssimo profissional, com sérios problemas de comportamento. Apesar disso (ou exatamente por isso), tornou-se um lutador adorado pelas massas, que vibram com os xingamentos, o boxe de lango-lango, o jiu-jítsu ofensivo e agressivo, principalmente quando está com as costas no chão, o queixo de pedra e a coragem de partir para cima dos oponentes em qualquer situação, além do condicionamento cardiorrespiratório de um triatleta.

Se as qualidades técnicas são muitas, as deficiências também chegam a galope. Diaz é quase incapaz de defender chutes baixos, ataca pouco com as pernas e tem um wrestling defensivo lamentável. O faixa-preta de Cesar Gracie está com 29 anos, tem quatro centímetros a mais que o oponente na altura e a mesma envergadura. Seu cartel no MMA profissional é de 26-8 (com um no contest), sendo 7-5 no UFC. Diaz conquistou 13 nocautes e finalizou oito oponentes, mas mostrou sua conhecida resistência ao ser nocauteado apenas duas vezes, uma delas por interrupção médica, a última no fim de 2007.

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A trocação técnica e versátil de Condit trouxe problemas para Diaz. St. Pierre é melhor que o desafiante anterior. Para piorar, o campeão transita entre a trocação e as quedas com perfeito timing. Isto fará com que GSP não permita que o bad boy imprima seu ritmo, diminuindo assim as chances de uma surpresa.

Seja lá onde a luta transcorrer, St. Pierre levará vantagem, ou usando os chutes baixos que Condit e Evangelista Cyborg usaram, ou com o boxe em ângulos e muita movimentação. Com as vantagens das quedas, “Rush” poderá cair por cima, de onde é praticamente inabalável, lançando seu ground and pound de socos e cotoveladas em quantidade anormal sem dar brechas para os ataques de Nick – o jiu-jítsu defensivo de GSP chegou a um ponto que o último oponente a tentar finalizá-lo foi BJ Penn, no longínquo UFC 58.

Nick Diaz pediu muito por esta luta, mas a verdade é que ele se meteu numa enrascada daquelas. Ou ele sai como um louco, pressiona Georges contra a grade e o mina com socos no corpo ou a zebra passará longe de Montreal. A aposta conservadora é que St. Pierre abocanha outro 50-45 ou 50-44, mas acredito mesmo que Diaz será salvo da chuva de cotoveladas pelo árbitro, que decretará nocaute técnico no terceiro ou quarto round.

Carlos Condit (EUA) vs Johny Hendricks (EUA)

Depois de uma série de cinco vitórias que culminou com a conquista do cinturão interino, Condit teve a chance de unificar a coroa quando St. Pierre retornou de contusão, mas virou estatística com uma performance como nos velhos tempos do canadense.

Ex-campeão do WEC, Condit hoje pode ser considerado o segundo melhor meio-médio do mundo. Kickboxer ágil e versátil, com um jiu-jítsu tão subestimado quanto eficiente e agressivo, Carlos ainda é da escola de Greg Jackson, o que lhe garante normalmente planos de jogo bem alinhados em relação aos oponentes. O chute alto que mandou GSP a knockdown é uma boa mostra da capacidade de Condit – o canadense sequer viu de onde veio o golpe. Para completar, o “Assassino Por Natureza” tem queixo de aço e coração gigante, capaz de suportar sovas de Rory MacDonald e Jake Ellenberger e ainda assim sair com a vitória.

Aos 28 anos, com 1,85m de altura e 1,93m de envergadura, Condit tem retrospecto profissional de 28-6, com 5-2 no UFC. Foi pego em três submissões antes de desenvolver o jiu-jítsu defensivo, mas não é parado por ninguém desde 2006 e jamais foi nocauteado na vida. Por outro lado, tem a respeitável marca de 26 interrupções (mais de 90% de suas vitórias) igualmente divididas em nocautes e finalizações. Carlos ganhou dois bônus de luta da noite no UFC, um no WEC e dois de nocaute no atual emprego.

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Desde que sofreu a única derrota da carreira, para Rick Story, Hendricks entrou numa gangorra curiosa. Ele até venceu as cinco lutas que fez, mas intercala um nocaute violento com um perrengue enorme. Destruiu T.J. Waldburger, complicou-se com Mike Pierce, exterminou Jon Fitch, quase perdeu para Josh Koscheck e enterrou Martin Kampmann.

Competindo na luta olímpica pela famosa Oklahoma State University, o “Bigg Rigg” foi bicampeão da Divisão I da NCAA, uma vez vice e quatro vezes all-american. Mas o wrestler de elite fez fama no MMA com a bigorna que ele carrega no fim do braço esquerdo, com um poder de nocaute raras vezes visto em sua categoria. Apesar destes talentos, Hendricks nunca mostrou nada demais na arte suave e não tem um jogo de pernas dos melhores.

O barbudo que só deixa a barba crescer entre o começo de um camp e o dia da luta tem 29 anos e é um dos menores meios-médios do UFC, com 1,75m de altura e envergadura. A derrota para Story, causada provavelmente por soberba, é a única nas 15 lutas profissionais de Johny, que tem 9-1 no UFC. Oito oponentes foram nocauteados e um sujeito foi finalizado em 2008.

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Kampmann é um striker técnico, mas menos versátil e menos resistente que Condit. Ainda que um petardo de Hendricks provavelmente envie Johny para as profundezas da vala, é difícil imaginar que Carlos vacile a este ponto. Provavelmente o ex-campeão do WEC vai usar sua vantagem na movimentação e no alcance para mesclar socos e chutes, entrando e saindo, diminuindo a chance de Hendricks arrancar-lhe a cabeça. Quando se der conta que vai ficar difícil com os punhos, Johny deve usar seu wrestling de elite e assim equilibrar o combate com clinches e quedas.

Apesar de os juízes valorizarem muito as quedas e adorarem dar uma decisão dividida a favor de Hendricks, Condit deverá estragar os planos de title shot do oponente com um triunfo por decisão baseado em maiores contundência e golpes acertados.

Jacob Ellenberger (EUA) vs Nathan Marquardt (EUA)

Mostrando uma perigosa combinação de quedas com punhos de concreto, Ellenberger conseguiu uma bela sequência de seis triunfos que lhe deram um status maior do que ele realmente possui. Ao bater de frente com Kampmann, ele voltou a sentir na pele o que é começar forte e acabar mal, como acontecera contra Condit em sua estreia no UFC. Em seguida, recuperou-se em luta chata contra o já demitido Jay Hieron.

Antigo assistente-técnico da equipe de luta olímpica da University of Nebraska-Omaha, bicampeã da Divisão II da NCAA, Ellenberger desenvolveu também o boxe, como boa parte dos lutadores estadunidenses. Os grandes problemas do “Juggernaut” (Fanático, personagem do X-Men) residem no jiu-jítsu e resistência deficientes – ele tem uma coleção de momentos difíceis contra Condit, Diego Sanchez, Delson Pé-de-Chumbo e até mesmo Carlos Eduardo Tá Danado.

Ellenberger, 27 anos, 1,82m de altura e três centímetros a mais de envergadura, tem um respeitável cartel de 28-6, sendo 7-2 valendo pelo UFC. Ele tem 17 vitórias por nocaute, duas por submissão debaixo de pancadas e três finalizações clássicas, mas o jiu-jítsu não lhe salva desde 2006. Por outro lado, foi nocauteado por Kampmann e finalizado por Pé-de-Chumbo. Hoje Jake divide seus treinos entre a Reign Training Center de Mark Muñoz e a Kings MMA de Rafael Cordeiro.

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Há quase dois anos, muita gente jurava que Marquardt jamais pisaria no UFC novamente. Ele foi demitido por um enfurecido Dana White na pesagem do confronto contra Rick Story por aparecer com a taxa de testosterona elevada demais. Nate ficou um tempo negociando com o BAMMA e finalmente acertou com o Strikeforce, onde conquistou o cinturão vago dos meios-médios com um nocaute violento sobre Tyron Woodley, mas o perdeu em seguida para os chutes baixos de Tarec Saffiedine.

O ex-peso médio virou um enorme meio-médio. E, como mostrou contra Woodley, sem maiores perdas no condicionamento físico e poder de nocaute. Marquardt tem uma bela base que contempla faixa preta segundo dan de jiu-jítsu e do velho pancrácio, uma preta do ju-jutsu japonês, além de experiências no kickboxing, kenpô e dos treinos com o lendário wrestler Mike Van Arsdale. Porém esta última modalidade é a que mais lhe traz problemas no MMA – Chael Sonnen que o diga.

Com 1,83m de altura e 1,88m de envergadura, provavelmente lutando com cerca de 90 quilos, Nate The Great, 33 anos, tem ótimos técnicos como Greg Jackson e Mike Winklejohn na Jackson’s MMA e Trevor Wittman e Van Arsdale na Grudge Training Center. Seu cartel é de 32-11-2, com 10-4 pelo UFC. Nove adversários foram nocauteados e quinze submetidos, mas só foi parado por gente como Anderson Silva, único a nocauteá-lo, e os grapplers de elite Ricardo Cachorrão e Genki Sudo, únicos a finalizá-lo.

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Dado o poder de nocaute de ambos, podemos esperar um pouco de parcimônia para evitar dar espaços para uma pedrada definitiva. Como Marquardt é mais técnico na trocação e tem um histórico de sofrer contra o wrestling, possivelmente Ellenberger vai encurtar a distância para trabalhar no clinch e nas quedas. Quanto mais ele deixar Nate de costas para o chão, mais perto da vitória por decisão vai ficar. Porém, com seu histórico de cansar no terceiro round, Jake corre belo risco de acabar nocauteado.

Christopher Camozzi (EUA) vs Nick Ring (CAN)

Desde que deixou o TUF 11, Camozzi se enrolou contra os dois oponentes mais fortes e venceu outros menos cotados, mas conquistou sua principal vitória no último combate, ao superar Luiz Banha no UFC Rio 3, causando a demissão do brasileiro.

Camozzi é um dos muitos pesos médios de nível mediano que povoam a categoria no UFC. Tecnicamente ele sabe se virar em qualquer ramo do jogo, mas o faixa-roxa de jiu-jítsu não conseguiu se especializar em nada, muito menos em se tornar um completo e forte lutador. Pelo menos ele é capaz de mudar o curso de uma luta, principalmente contra oposição menos qualificada.

O americano tem 26 anos, 1,91m de altura e 1,92m de envergadura. Ele possui cartel profissional de 18-5, com 5-2 no UFC. Pupilo do Kru Marc Montoya na Factory X MMA, Camozzi venceu cinco por nocaute e seis por submissão, mas foi finalizado em três oportunidades.

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Também revelado pelo TUF 11, de onde saiu contundido depois de ter vencido o futuro campeão, Ring tem um desagradável histórico de vitórias com significativas ajudas dos juízes laterais. Ele estreou sendo jogado contra o solo por Riki Fukuda, que teve a vitória tirada na mão grande no UFC 127, e também viu uma derrota virar triunfo contra Court McGee, vencedor do seu TUF, no último combate. Entre estas lutas, foi atropelado por Tim Boetsch e finalizou James Head. Ele enfrentaria Constantinos Philippou no UFC 154, mas adoeceu no dia da pesagem.

Mais um integrante da Tristar Gym neste UFC 158, Ring é faixa-marrom de jiu-jítsu e preta de muay thai, além de curtas carreiras profissionais no boxe e kickboxing. Mas toda esta formação acaba não se refletindo contra oposição mais qualificada, visto que o canadense foi dominado no boxe por McGee e cansou de ser derrubado por Fukuda e Boestch, sem conseguir dar pressão no solo.

Apelidado de “A Promessa”, Ring, 34 anos, tem cartel no MMA profissional de 13-1, com seis vitórias por submissão e apenas dois nocautes. Ele é seis centímetros mais baixo que o oponente deste sábado e tem quatro de desvantagem no alcance.

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Seja em pé ou no chão, Ring é melhor que Camozzi. Provavelmente a luta deve ser conduzida como um duelo de kickboxing, com vantagem para o canadense, que ainda pode derrubar e buscar transições no chão caso caia em posição de vantagem. A expectativa é de uma vitória de Ring por decisão, em luta de nível técnico abaixo das demais deste card principal.

Mike Ricci (CAN) vs Colin Fletcher (ING)

Integrante mais talentoso da lamentável safra do TUF 16, mesmo lutando na categoria de cima, Ricci alcançou a final depois de um belo nocaute sobre Neil Magny. Na decisão, foi surpreendido pelo forte ritmo do wrestling de Colton Smith, que o derrubou inúmeras vezes e não o deixou lutar.

Companheiro de treinos e melhor amigo de Rory MacDonald, o “Marciano” é um lutador que possui um bom domínio de todos os aspectos ofensivos do MMA, mas deixa brechas que foram exploradas em seus últimos combates antes do TUF. Ele é graduado com a faixa roxa de jiu-jítsu, mas sua base vem do kickboxing.

Ricci tem 26 anos e é profissional desde os 22. Ele tem 1,82m de altura e dez centímetros a mais de envergadura, dimensões avantajadas para um peso leve. Seu cartel profissional é de 7-3, com 0-1 no UFC. Além da derrota na final do TUF, Mike foi brutalmente nocauteado por Pat Curran num torneio dos leves do Bellator e sucumbiu perante Daron Cruickshank. Sua vitória mais valorosa foi contra Jordan Mein. O curioso é que tanto Mein quanto Cruickshank estarão em ação neste sábado, no card preliminar do UFC 158.

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Assim como o rival, o esquisitão Fletcher também foi vice-campeão do TUF. Na edição The Smashes, que contou com a disputa entre as equipes australiana e britânica, ele também foi derrubado inúmeras vezes e, apesar do talento de lutar no chão, não conseguiu superar Norman Parke na final, perdendo por decisão.

“Esquisitão” é quase um elogio para descrever Fletcher. Além de entrar nas lutas fantasiado de palhaço, o que lhe rendeu o apelido de “Freakshow”, ele tem métodos nada ortodoxos de treino em suas costas. Por exemplo, quando viveu na Austrália, fez sparring contra um polvo e melhorar o condicionamento cardiorrespiratório prendendo um cinto de carne na cintura e nadando para fugir de… jacarés! Apesar de ser um peso leve gigantesco, ele usa mal a envergadura e pior ainda a trocação, mas é bastante perigoso lutando no solo.

O ex-motorista de ônibus tem 30 anos e mede 1,88m de altura e 1,98m de envergadura, as mesmas dimensões de Anderson Silva, que é um enorme peso médio. Seu cartel é de 8-2, com 0-1 no UFC. Tirando uma vitória por decisão na última luta antes do TUF, Fletcher venceu todas as demais por submissão, abusando dos estrangulamentos. Antes de tombar diante de Parke, Colin fora nocauteado em seu país natal há quase dois anos.

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A vantagem ofensiva de Ricci é enorme. A melhor chance para Fletcher vencer sem precisar contar com a sorte é levar o combate para o solo em posição de vantagem e encaixar um mata-leão, guilhotina ou triãngulo de mão, como ele gosta. Mas isso dificilmente vai acontecer.

Mesmo com envergadura menor, o canadense vai usar sua movimentação para entrar e sair do raio de ação do inglês, deixando socos e muitos chutes nas pernas. Conforme Fletcher cair de rendimento, será a vez das quedas de Ricci entrarem em ação, abrindo espaço para um violento ground and pound típico da Tristar Gym. Esta combinação pode render tanto uma vitória para Mike por decisão ou até mesmo uma interrupção no terceiro round.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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O campeão dos pesos-meio-médios do Ultimate, Georges St-Pierre, e o desafiante número 1, Nick Diaz, passaram pela balança sem problemas na pesagem oficial do UFC 158, nesta sexta-feira, em Montreal, Canadá. A cerimônia, todavia, teve o momento de tensão que os fãs esperavam desde que o combate foi marcado. Como costumeiramente faz com seus adversários, Diaz tentou provocar uma briga com GSP, mas o presidente do UFC, Dana White, entrou no meio para impedir que a luta acontecesse mais cedo.

Diaz e St-Pierre foram os últimos dois atletas a subir ao palco para a pesagem, mas não decepcionaram. O americano apareceu primeiro, acompanhado de seu irmão mais novo, o peso-leve Nate Diaz, sob intensas vaias da torcida canadense. Ele registrou 76,7kg, cerca de 454g abaixo do limite de sua categoria. Em seguida, surgiu o campeão peso-meio-médio, ovacionado pelo público. Após bater 77,1kg na balança, GSP se dirigiu diretamente à tradicional encarada pré-luta. Diaz aparentemente rasgou um laço e se aproximou, colocando seu braço esquerdo entre os braços do rival. Antecipando confusão, Dana White rapidamente entrou no meio dos dois.

A pesagem da primeira luta do card preliminar teve o primeiro momento interessante: George Roop, já com uma vantagem clara de altura sobre seu adversário, Reuben Duran, chegou bem próximo ao oponente e ficou na ponta dos pés para intimidá-lo. Duran, porém, só sorriu. Na quinta luta apresentada, o veterano Dan Miller precisou tirar a cueca atrás de uma "cabaninha" de toalhas para alcançar o limite de tolerância de 77,6kg permitido para a categoria meio-médio.

O canadense Patrick Cote agradou o público local ao entrar com a camisa do time de hóquei no gelo da cidade, Montreal Canadiens. Não foi a única surpresa do ex-peso-médio, que, bem mais seco que de costume, puxou dois biscoitos do bolso e ofereceu ao adversário, Bobby Voelker. Os dois se encararam com as bocas cheias.

Em seguida, subiu ao palco o "figuraça" Colin Fletcher, apelidado de "Freakshow". O peso-leve apareceu com sua costumeira máscara de palhaço maligno e subiu à balança com uma dentadura de vampiro. Na hora da encarada, porém, foi seu adversário, Mike Ricci, quem foi realmente mau: deixou Fletcher no vácuo quando este estendeu a mão para um cumprimento na hora de deixar o palco.

O americano Johny Hendricks, que faz o coevento principal contra Carlos Condit e vem dizendo que St-Pierre está se escondendo dele, também fez média com a torcida e entrou com a camisa do Canadiens. Todavia, Condit, que lutou em Montreal contra GSP em novembro passado e foi derrotado, foi mais celebrado pelos fãs. Os dois fizeram uma encarada tensa, mas sorriram e se cumprimentaram depois.

Confira os pesos registrados por cada lutador do evento na pesagem desta sexta-feira:

UFC 158
16 de março de 2013, em Montreal (CAN)

CARD PRINCIPAL


Peso-meio-médio (até 77,1kg): Georges St-Pierre (77,1kg) x Nick Diaz (76,7kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Carlos Condit (76,7kg) x Johny Hendricks (77,6kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Jake Ellenberger (77,1kg) x Nate Marquardt (77,6kg)
Peso-médio (até 84,4kg*): Nick Ring (83kg) x Chris Camozzi (83,9kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Mike Ricci (70,3kg) x Colin Fletcher (70,3kg)

CARD PRELIMINAR


Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Patrick Cote (76,7kg) x Bobby Voelker (76,7kg)
Peso-pena (até 66,2kg*): Antonio Carvalho (65,8kg) x Darren Elkins (65,8kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Dan Miller (77,6kg**) x Jordan Mein (77,1kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): John Makdessi (70,3kg) x Daron Cruickshank (70,3kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Rick Story (76,7kg) x Quinn Mulhern (76,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg*):TJ Dillashaw (61,2kg) x Issei Tamura (61,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): George Roop (61,2kg) x Reuben Duran (61,2kg)

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