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Slobber Knocker #42: Rescaldo do Royal Rumble


Cumprimentos a todos, assim que introduzo mais uma edição do Slobber Knocker. Venho manter a promessa à qual me comprometi e venho fazer uma revisão ao Royal Rumble, um dos maiores PPV’s da WWE, primeiro grande acontecimento de wrestling do ano e introdução à “Road to Wrestlemania”....

Foi um evento algo controverso. Pode-se considerar a derradeira definição de “divisório” com os resultados dos dois principais combates e dá sempre origem ao debate: o que é bom para os fãs vs. o que é bom para o negócio.

Mas para se falar sobre isso já temos qualquer recanto aí pelas Internets fora, com gramática fraca e argumentos falaciosos. Portanto não venho para aqui agitar mais a embalagem que isto já está mais que bem batido. É uma simples análise, sempre com um modesto retoque pessoal que distingue este artigo de outra reportagem semelhante.

Vejamos então:

Antonio Cesaro derrota The Miz pelo United States Championship no Pré-Show e retém o título


Obrigado Cesaro, por salvares o título dos Estados Unidos. Após uma fase de negrume a pairar sobre aquele outrora valioso cinto, eis que ele assenta na cintura de um possessor digno, um dos que consta facilmente no topo da tabela do plantel no que diz respeito a talento em ringue. Alguém com um futuro grandioso e com um presente já bem rico, aquele título já vale algo e já o vemos em TV como deve ser.

E já é digno de ter ex-Campeões da WWE como pretendentes a ele, como é o caso deste Miz. Boa feud que resultou em bom combate, o melhor combate que já fizeram num Pré-Show – se não fosse este PPV, constaria com certeza no card principal. Cesaro carrega um bom combate com qualquer um – nunca pensei que pudesse assistir a um combate suportável do Great Khali, mas o Suíço conseguiu-o – e The Miz não é dos fracos – a ver é se melhora aquele Figure-Four. Em tom de ironia, é nas pernas desajeitadas de Miz que lhe surge o impasse, com uma queda aparatosa que nos deixou a pensar se foi a sério ou se foi planeada – lembremo-nos do Money in the Bank 2011, o tipo sabe vender lesões. Ao final, ganhou quem merecia, que um reinado grandioso dispare Cesaro para o main event. Tem mais um combate de qualidade para o currículo aqui…

No futuro: A feud não deve acabar por aqui. Já prosseguiu ali com uns desencontros na própria Rumble e no Raw do dia seguinte. É feud com potencial para durar mais que apenas um mês e um encontro… Irá Miz voltar a cheirar aquele cinto?

Alberto Del Rio derrota Big Show pelo World Heavyweight Championship num Last Man Standing Match e retém o título


Por acaso esperava que fosse bom, mas até conseguiu ser melhor que o que eu esperava. Algo que tem acontecido com Big Show recentemente, tem superado muitas expectativas. Ando a gostar disto.

Depois de uma surpreendente conquista de Del Rio em plena gravação do Smackdown, chega altura para o rematch e deixou algumas dúvidas no ar: conseguiria Del Rio manter Big Show no chão até uma contagem de 10 por duas vezes? Irá Del Rio saborear um curto reinado como já foi das duas vezes que teve o título da WWE na sua posse?

Chegou ao dia e os dois conseguiram carregar mais um combate de qualidade elevada. Talvez não a conseguissem tanto se fosse um combate de regras normais. Mas com este combate, puderam dar asas e proporcionar bons momentos. Boa construção progressiva e bons spots, como o Chokeslam para a mesa ou o spear falhado pela barreira dentro. A parte curiosa: previ o final, já uns dias antes. Achei que ele ia puxar alguma artimanha com a ajuda do Ricardo para manter o gigante no chão e o primeiro que me ocorreu foi, de facto, amarrar-lhes as pernas a algum lado. Suficientemente semelhante, utilizou a boa e velha fita-cola da qual Cena também já desfrutou. Mas nem sinto que tenha sido um final assim tão previsível, acho que me senti mais regozijado comigo por mesmo por ter acertado. Pode ser pela auto-estima baixa também. Mas, resumindo o que interessa, foi um combate muito bom.

No futuro: Já foi visto no Raw seguinte que as coisas estão longe de acabar. Agora vem a Elimination Chamber e já sabemos como vai ser: mais quatro homens vão lá estar dentro, mas a grande tensão será entre estes dois. Curiosamente no ano passado deu-se o mesmo entre Big Show e Daniel Bryan. Agora não façam é o Show entrar outra vez na cabine do Del Rio, já não é novo…

Team Hell No (Kane e Daniel Bryan) derrotam Team Rhodes Scholars (Cody Rhodes e Damien Sandow) pelos Tag Team Championships e retêm os títulos


Já se sabia que ia ser o combate menos notável do card e que só aqui estava para completar o card. Mas isso deve-se aos outros combates e à sua dimensão porque este encontro de equipas não deixou de apresentar qualidade. 4 talentos notáveis a prosseguir a sua rivalidade e possivelmente a finalizá-la.

Foi um combate de queixo erguido acima do razoável e não deixou arrefecer. Seguiu uma estrutura simples de combate Tag Team, com um desenvolvimento básico e calmo, culminando na habitual corrida de spots. Apesar de haver aposta por parte de alguns para que Rhodes e Sandow saíssem vitoriosos neste encontro, não foi o que aconteceu. Team Hell No saem com uma boa vitória e partem para umas turras cómicas no Royal Rumble.

No futuro: Talvez este seja o último encontro entre estas duas equipas. Serão os Team Hell No ainda os Campeões de Tag Team na Wrestlemania? Irá Cody Rhodes finalmente ter a feud com o seu irmão após o angle na Rumble? E o que sobra para Sandow? É para isso que vemos os programas, para saber o que vai acontecer.

John Cena vence o Royal Rumble Match


Vou analisar isto por partes:

A minha aposta: Ou a minha escolha. Aquele que eu queria que ganhasse e que via potencial, possibilidade e sentido em fazê-lo. E já agora deixo aqui o meu simples booking para a Wrestlemania. Nada de muito especial ou grandioso mas como ultimamente não se faz nada de extravagante, acho que passava melhor que um combate de 18 segundos. Mas pronto, a minha escolha seria Dolph Ziggler. Não para fazer o que ele disse que ia fazer na promo anterior ao combate, isso seria demais. Mas aqui está o meu plano: Ziggler venceria e andaria semanas a gabar-se de, não só ter ganho sendo o primeiro a entrar, mas também por ter dois bilhetes de garantia para combates pelo título. Ele ia ver que a coisa andava agitada à volta do título da WWE com The Rock, Punk e Cena e acovarda-se e escolhia o título de Del Rio – é claro que não era isso que ele ia dizer. Ziggler vs Del Rio na Wrestlemania e seria um combate épico, os dois a levar-se ao limite. No final, Del Rio levava a melhor e ganhava. Ziggler ficava irritado e o seu macaco de serviço, Big E. Langston destruía Del Rio. E, lá está, o combate que Ziggler perdera tinha sido concedido pela Rumble, ele ainda tinha a mala Money in the Bank… Cash in depois do seu combate e momentos após ter sido derrotado, vai-se embora como Campeão Mundial. Ficavam os dois suficientemente over e teriam outro combate épico no Extreme Rules. A ideia é assim tão má?


O vencedor: Escusado será dizer que logo desde o momento em que vi o Ziggler a cair no exterior, fui abaixo. Lá se foi. E ainda por cima ficaram em ringue os três que eu queria menos que ganhasse, por quem iria torcer? Sheamus, nada contra ele, mas ele já ganhou o ano passado. Ryback, calma lá homem, ele tem um futuro brilhante, pode sempre andar com calma por agora. Sei que ele tem apetite para muito, mas vamos por mordidelas pequenas. E o Cena… É a velha questão do “S.O.S.” e não me refiro a nenhum estado de emergência.

Mas sim, Cena venceu para grande resmungo ouvido pelo globo fora assim como gritos de celebração. No fundo é o costume, opinião dividida sobre John Cena. Confesso que estou mais do lado dos do primeiro grupo, mas só me resta acompanhar este progresso até à Wrestlemania à espera que, pelo menos, me dêem algo de bom. Poderá também significar que este será um ano mais positivo para John Cena do que o desastroso 2012 que teve. Já a começar pelo início, a revitalizá-lo. E assim, já dita os seus planos para a Wrestlemania.

Spoiler alert: The Rock ganha mais logo…

Os regressos: JERICHO!!!!! Pronto, tudo dito. Se lerem isso bem gritado já percebem. Basicamente o grande momento da Rumble, logo ao início, maior momento de “mark out” para mim e todos e o maior momento de toda a noite. Quem é que ganhou o quê e onde? Jericho, mas é.


Também não fiquei muito calmo e indiferente à entrada do Goldust. Foi outro pincho que dei na cadeira quando tocou aquela música que está-me a ecoar na cabeça neste preciso momento. Para entrar em conflito com o seu irmão – feud da família Rhodes a caminho? Ou será só temporário? Ainda lá esteve por um tempo razoável e foi excelente vê-lo de volta.
 
Aí vem o Godfather! Lá vai o Godfather… Momento de diversão quando o “pimp” entra e até quando sai, com o mesmo estilo com que entrou. O JBL que o diga. 5 segundos no combate mas não era preciso mais. Agora… Mais alguém esperava que o Papa Shango entrasse mais tarde?


Momentos OMG: Vai-se tornar a trademark dele todos os anos, estou a ver… É que todos os anos, o Kofi Kingstom vai ter que fazer alguma. O pino e caminhar com as mãos já estava feito, agora era saltar para zona segura e utilizar a cadeira de JBL como impulso para regressar ao ringue. Grande Kofi! Um dos grandes momentos da noite e daqueles spots que não podia ser qualquer um a fazê-lo. A este ritmo, na Royal Rumble de 2014 estaremos a pensar “Quem ganhará?”, “Quem é que pode regressar?”, “O que é que o Kofi vai fazer desta vez?”. E eu cá não me importo…


O bom desempenho do Bo Dallas foi agradável. Uma boa oportunidade dada a um jovem – que alguns podem ver como um contraste à supremacia dada a estrelas do passado ou batidas, como aconteceu neste evento. Ainda está verde mas talvez seja com um salto para o calibre alto que amadureça. Aguentou um respeitável tempo dentro do ringue e eliminou o Campeão Intercontinental Wade Barrett que não levou a bem. Push em direcção ao título Intercontinental? – só à sua candidatura, vá. Lá veremos onde vai dar, o moço até tem o seu potencial.

O combate em geral: Não há como não gostar ou rebaixar uma Royal Rumble. Goste-se ou não do vencedor ou do tempo que um certo lutador esteve no ringue, de quem regressou ou não, dos spots doidos em demasia ou falta. É uma hora empolgante que passa a correr e é sempre muito empolgante e imprevisível. Sempre dos meus momentos favoritos e dos que mais espero ao longo de todo o ano. Sou daqueles que não consegue desgostar de um combate destes…

No futuro: Para além do vencedor e do rumo que tomará até à Wrestlemania, não vejo algo que possa dar assim tantos indícios do futuro. Cody e Goldust? Um conflito entre os Campeões de Tag Team? Até parece que não é essa a essência da equipa. Ryback irritado por não ganhar? Não é que lhe adiante um grosso, portanto fica na mesma. Sabemos também que Jericho vem para ficar pelo menos até à Wrestlemania, mas não se definiu aqui nada para lhe atribuir um adversário. Para o futuro o que se garantiu aqui foi um vencedor para seguir até à Wrestlemania, não vejo muito mais.

The Rock derrota CM Punk pelo WWE Championship e ganha o título


Posso avançar de uma vez para a parte que me soube mais azeda? Um reinado de 434 dias foi acabado com um People’s Elbow. Pronto, essa aí tinha que dizer porque incomodava-me um pouco. De resto, é aquela situação sobre a qual não me pretendo estender muito. É outra divisão numa batalha “Ganhou um tipo que luta uma vez por ano e pouco mais aparece, mas vem tirar a vez à malta jovem e ganha oportunidades pelo título sem nada fazer vs. Ganhou um tipo com um nome e um legado enorme para atrair atenção ao produto, recompensar uma das maiores Superstars do seu passado e levar o nome da WWE a outras fronteiras”. Não adianta muito esticar mais isto.

Porque debruçando-me sobre o combate, tirando aquele spot final que já mencionei, não tenho grande razão de queixa, foi um bom combate. O colapso da mesa acrescentou realismo à coisa e não influenciou o decorrer do combate – ninguém se magoou seriamente. The Rock ainda está em forma para aguentar combates longos e ainda vai levando uns bumps. O ataque dos Shield não foi mal pensado mas também não foi muito pensado, foi o mais simples que se puderam lembrar, um ataque às escuras, não quiseram ir assim tão longe.


Não fiz festa quando vi Punk a fazer o pin inicialmente – ups, deixei transparecer de que lado é que estava, porque tinha a certeza que ainda ninguém sabia – porque via que ainda faltava muito tempo e o tema de entrada do Tio Vince não me apanhou de surpresa. Foi The Rock que pediu para que o combate fosse recomeçado, ao invés do título ser retirado a Punk – impressão minha ou isso passa a imagem de que o Dwayne consegue o que quer do Vinnie Mac? Muito rapidamente, The Rock conquistou e retirou a Punk aquilo que queria, o título ao qual ele já não é estranho – talvez com aquele formato.

Resultado que já se palpitava e que até se podia ter a certeza. Não era o que eu preferia, mas eu sou daqueles que só se rala com alguma coisa durante uns 15 minutos, depois lembro-me que vou continuar a ver na mesma e que provavelmente vou desfrutar, portanto pouco me chateio. E porque já ia mentalizado e porque olho para o lado argumentativo do outro lado daquele confronto que mencionei anteriormente.

Já temos o evento principal da Wrestlemania praticamente marcado e tivemos bons combates pelo meio, olhemos sempre por aí, pelo menos isso.


Para concluir, foi um bom PPV. Para alguns é visto como “o PPV das más decisões do ano”, mas acho que todos os meses há um desses. Decisões à parte, a acção foi boa e acho que podemos esperar uma exaltante “Road to Wrestlemania” a culminar num grandioso evento.

Mais uma vez volto a lembrar que estou aberto a perguntas para responder numa edição futura dedicada a isso mesmo, mas estou a ver que não chega a acontecer. Abro-me e ninguém quer nada comigo, pensei que só tinha esse problema a falar com mulheres, afinal é geral. Piadas à parte, estejam à vontade de deixar as perguntas que quiserem, se quiserem.

Com isto me despeço, para a semana cá estarei para falar sobre algo que ainda não tenho bem a certeza o quê, mas isso acontece quase todas as semanas. Até lá fiquem bem.

Cumprimentos,
Chris JRM
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