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MMA: UFC 156: Aldo vs Edgar - Antevisão + Pesagens


Parte da nata do MMA Mundial estará hoje em acção no octógono montado no Mandalay Bay Events Center. A luta principal terá um dos confrontos mais esperados da actualidade, quando o campeão dos penas José Aldo defender o seu cinturão contra o adversário mais perigoso de sua carreira, o ex-campeão dos leves Frank Edgar, que estreia na nova categoria....

Em duelo de meios-pesados, o ex-campeão Rashad Evans tenta se recuperar da derrota para Jon Jones contra Rogério Minotouro, inactivo há mais de um ano. Pela categoria mais nobre, o peso-pesado holandês Alistair Overeem, também há mais de doze meses sem lutar, volta de suspensão para encarar o brasileiro Antonio Pezão.

Completando o exército nacional em Las Vegas, Demian Maia tem seu maior desafio como meio-médio. Ele vai encarar o ex-desafiante Jon Fitch em combate que pode render uma batalha antológica na luta agarrada. Completa o card estelar Joseph Benavidez contra Ian McCall, que pode designar o próximo desafiante de Demetrious Johnson.

O card completo do UFC 156 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pena: José Aldo x Frankie Edgar
Peso-meio-pesado: Rashad Evans x Rogério Minotouro
Peso-pesado: Alistair Overeem x Antônio Pezão
Peso-meio-médio: Jon Fitch x Demian Maia
Peso-mosca: Joseph Benavidez x Ian McCall

CARD PRELIMINAR

Peso-leve: Gleison Tibau x Evan Dunham
Peso-meio-médio: Tyron Woodley x Jay Hieron
Peso-leve: Jacob Volkmann x Bobby Green
Peso-leve: Yves Edwards x Isaac Vallie-Flagg
Peso-galo: Chico Camus x Dustin Kimura
Peso-galo: Edwin Figueroa x Francisco Rivera

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:00 horas do Brasil e 23:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão-------------------------------------------

Card Preliminar

Janigleison Alves (BRA) vs Evan Dunham (EUA)

Depois de ficar em uma gangorra de resultados em seus primeiros momentos no UFC, Gleison Tibau se estabeleceu como um atleta muito sólido na divisão ao conquistar resultados mais consistentes: tem oito vitórias nas últimas onze lutas, algumas contra adversários muito qualificados como Jeremy Stephens, Rafael dos Anjos e Francisco Massaranduba. Dono de um jogo atípico para um lutador brasileiro, especialista em quedas e controle posicional no solo e no clinch, Tibau é o segundo atleta na história do UFC em número de takedowns conquistados, perdendo apenas para o astro Georges St-Pierre.

Gleison tem óptimo condicionamento físico, é enorme para um peso leve e mescla muito bem o talento para quedas com a faixa preta de jiu-jítsu, sendo muito bom na transição entre estes elementos do desporto. Seu ponto menos desenvolvido é a trocação, onde, apesar de ter mãos pesadas e se defender razoavelmente bem, carece de maior velocidade e consistência quando não consegue seguir o plano de levar a luta para o solo. O bravo Janigleison está com 29 anos, tem 1,78m de altura, com dois centímetros a mais no alcance e seu cartel actual é de 26-8 (11-6 no UFC), com onze vitórias por submissão e três por nocaute.

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Evan Dunham, em total antítese ao seu adversário deste sábado, começou como um meteoro no UFC, com quatro vitórias seguidas, incluindo sobre os na época prestigiados Efrain Escudero e Tyson Griffin. Na quinta luta, foi prejudicado pela arbitragem contra Sean Sherk e, em seguida, levou um nocaute brutal de Melvin Guillard. Após ganhar de dois atletas nitidamente pequenos para a divisão, sofreu nova derrota para TJ Grant, que o deixa a certa distância da elite dos pesos leves.

De estilo ofensivo em pé e no chão, chegando até mesmo a ser inconsequente em certos momentos, dificilmente ele faz uma luta monótona (tem três bónus de luta da noite e um de submissão da noite). Dunham tem boa técnica de trocação e luta olímpica, mas sua melhor arma é o jiu-jítsu ofensivo e dinâmico. Está com 31 anos, tem a mesma altura que o brasileiro, porém com dois centímetros a menos na envergadura. Seu cartel profissional é de 13-3 (6-3 no UFC), com seis submissões e três nocautes a seu favor.

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Tibau deve ter um pouco de trabalho para quedar Dunham, mas provavelmente vai conseguir este intento algumas vezes durante o combate. Nessas horas, teremos um bom duelo entre o peso e técnica do potiguar contra a ousadia e a intensidade de Dunham na luta de solo. A aposta é em uma difícil vitória do brasileiro por decisão.

Tyron Woodley (EUA) vs James Hieronymus (EUA)

Tyron Woodley é um wrestler bem gabaritado na base, duas vezes all-american na Divisão I da NCAA, que migrou para o MMA com aquele típico jogo de quedas e “cobertor” na luta de solo. Fez quase toda a carreira no Strikeforce, evento aonde chegou com apenas duas lutas profissionais e foi ganhando de alguns atletas desconhecidos para acumular mais experiência, pois a organização sempre acreditou que T-Wood poderia disputar o título dos meio-médios. A chance chegou após boas vitórias sobre André Galvão, Tarec Saffiedine, Paul Daley e Jordan Mein. Na disputa pelo cinturão vago, contra Nate Marquardt, Woodley fazia boa luta, muito equilibrada, até ser pego em uma sequência mortal de socos e cotoveladas do “Great”, perdendo a sua invencibilidade no MMA.

Desde o início da carreira, Woodley apresenta nítida evolução na trocação e foi graduado com a faixa roxa de jiu-jítsu. O companheiro de Tibau na American Top Team está com 30 anos, tem 1,75m de altura e 1,85m de envergadura. O cartel de Tyron apresenta dez vitórias, com cinco submissões e um nocaute, e a derrota única para Marquardt.

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Woodley substituiu o contundido Erick Silva neste card e vai enfrentar o experiente Jay Hieron, outro wrestler casca-grossa, grande amigo e sócio de Randy Couture na criação da Xtreme Couture, equipe em que chegou a ocupar o cargo de treinador principal, que deixou para se dedicar melhor à carreira de lutador.

Jay chegou a fazer duas lutas isoladas pelo UFC, em 2004 e 2005, quando foi derrotado por St-Pierre e Jonathan Goulet e fez longa carreira na IFL, onde ostentou o cinturão meio médio e venceu nomes como Jake Ellenberger e Delson Pé-de-Chumbo. No Strikeforce, disputaria o cinturão inaugural da categoria, mas Nick Diaz teve um de seus problemas com exames antidopping e a luta foi cancelada.

Outro bom momento de Hieron foi pelo Bellator, quando venceu o torneio derrotando os duros Brent Weedman e Rick Hawn e deu um trabalho danado para o campeão dominante Ben Askren, perdendo em decisão apertada e, até certo ponto, controversa. Chamado de volta ao UFC, ele chegou ao 0-3 na organização ao perder a revanche para Ellenberger em uma luta muito ruim. O “Puro-Sangue” tem 36 anos, é cinco centímetros mais alto e tem seis a mais na envergadura que seu oponente. Ostenta um cartel de 23-6, com seis nocautes e sete submissões.

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Dois wrestlers de alto nível podem ter problemas ao tentar quedas entre si e por isso o combate deve começar com muita trocação. Na medida em que o gás de Hieron for diminuindo, Woodley estará pronto para desequilibrar o combate, levando o veterano para o chão. A vitória de T-Wood deve vir na leitura das papeletas.

Jacob Volkmann (EUA) vs Bobby Green (EUA)

Depois de perder suas duas primeiras lutas como meio-médio no UFC, Jacob Volkmann resolveu mudar para a divisão dos leves e se reinventou na carreira. Passou a colocar seu óptimo background de luta olímpica (três vezes all-american pela Divisão I da NCAA) em foco e derrotou cinco adversários de forma consecutiva, sempre por decisão: Ronys Torres, Paul Kelly, Antonio McKee, Danny Castillo e Efrain Escudero. Quando já usava seu estranho senso de humor para criticar o presidente de seu país e desafiar o então campeão Frank Edgar, acabou sendo mais uma vítima do triângulo afiado do inglês Paul Sass no UFC 146. Recuperou-se em seguida, conseguindo sua primeira interrupção no UFC, ao submeter Shane Roller com um mata-leão.

Dificilmente Jacob foge de seu jogo de quedas e ground and pound, tendo uma trocação razoável e muito preparo físico. Aos 32 anos, Volkmann tem 1,75m de altura, 1,82m de envergadura e cartel no MMA de 15-3 (6-3 no UFC), com sete submissões e oito vitórias por decisão. Adotou o apelido de “Christmas” pela semelhança com personagem Lloyd Christmas, de Jim Carrey, em “Débi & Lóide”.

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Bobby “King” Green também estreia no UFC neste sábado, originário do elenco do Strikeforce, organização na qual começava a conseguir algum destaque após chegar a quatro vitórias consecutivas.

Seu jogo é ofensivamente variado, com ataques criativos no solo e, principalmente, na luta em pé, mas pode ter muito problemas na nova casa por ter dificuldades em se defender na luta de solo. Numa divisão recheada de wrestlers e faixas-pretas de jiu-jítsu, focar o treinamento nesta nuance do jogo será fundamental para que Green busque algum progresso.

Com passagem pelo Affliction, onde foi finalizado por Dan Lauzon, irmão menos talentoso de Joe, King of the Cage, onde derrotou os conhecidos “Krazy Horse” e Daron Cruickshank, mas apanhou um bocado de Tim Means, Bobby chegou ao Strikeforce e perdeu a estreia contra o antigo prospecto brasileiro Gesias Cavalcante, em decisão apertada e dividida. Em seguida, emendou quatro vitórias sobre oponentes no máximo medianos e chega ao UFC com banca de jovem veterano. Green tem 26 anos, três centímetros a mais que Jacob na altura e na envergadura, e cartel de 19-5, com sete nocautes e oito submissões.

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Confronto de estilo terrível para Bobby Green, com um adversário fortíssimo no grande calo do seu jogo. Além disso, Volkmann vive óptima fase e dificilmente deixa brecha contra trocadores. Uma vitória de Bobby seria uma grande surpresa.

Yves Edwards (BAH) vs Isaac Vallie-Flagg (EUA)

Yves Edwards possui qualidade na trocação, com socos e chutes imprevisíveis e interessantes, além de certa eficiência no clinch e na luta de solo. Apesar de toda a experiência, ainda tem falhas no jogo defensivo, com problemas de defesa de submissões e pouco resistente a castigos.

Edwards é um dos atletas mais experientes no plantel actual do UFC. Veterano de eventos como WEC, PRIDE, EliteXC, Bellator, além de diversas passagens pelo próprio UFC, Yves é profissional de MMA desde 1997. Ultimamente vem alternando vitórias e derrotas, com algumas boas actuações que lhe ajudam a manter o emprego.

Aos 36 anos, o bahamense de 1,75m de altura e 1,85m de envergadura possui cartel de 42-18-1, com 16 nocautes e 17 submissões. Suas vitórias mais importantes foram o “nocaute da noite” sobre Jeremy Stephens, na sua última luta, e sobre Josh Thomson. Contra Cody McKenzie, levou os bónus de luta e submissão da noite.

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Cria de Greg Jackson na Jackson’s MMA, Isaac Vallie-Flagg é mais um da turma do Strikeforce a desembarcar no UFC para este evento. Treinando com feras como Jon Jones, Donald Cerrone, Carlos Condit e eventualmente Georges St-Pierre, Vallie-Flagg tem características em comum com os companheiros de treino, sendo também um lutador de qualidades bem equilibradas, que consegue conduzir lutas em qualquer área do jogo. Após enfrentar alguns desconhecidos em pequenos eventos e em suas primeiras lutas no Strikeforce, derrotou Gesias Cavalcante, que atravessa fase muito ruim, abusando dos chutes e joelhadas voadores pra cima do brasileiro.

O americano teria um desafio interessante contra Adriano Martins, mas o evento em que isso aconteceria foi cancelado devido à contusão de Gilbert Melendez. Por conta disso, Vallie-Flagg está inactivo desde maio do ano passado. Ele está com 34 anos, tem 1,73m de altura, com 1,77m de alcance e seu cartel actual é de 13-3-1, com cinco nocautes e três submissões.

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Yves é cascudo e sempre leva perigo, mas, neste combate, a maior técnica de Vallie-Flagg na luta agarrada deve ser suficiente para o americano levar a vitória por submissão.

Chico Camus (EUA) vs Dustin Kimura (EUA)

Chico Camus é mais um pupilo do lendário kickboxer Duke Roufus no UFC. Companheiro de treinos de Anthony Pettis, Ben Askren e Erik Koch, Camus é chegado a uma trocação, com muita técnica, movimentação lateral interessante e defesa de quedas satisfatória. Apresenta alguma evolução no jogo de solo, mas ainda é o seu ponto mais falho.

Ele estreou no UFC em boa luta contra Dustin Pague no UFC 150, quando venceu na decisão em luta que transcorreu quase totalmente em pé. Camus é mais um atleta neste card que adoptou o apelido nada modesto de “King”. Ele tem 28 anos, 1,68m de altura e envergadura. Seu cartel apresenta 12-3, com quatro nocautes e três submissões.

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O havaiano Dustin Kimura, parceiro de treinos da revelação Max Holloway, chega com pouca experiência ao maior evento de MMA do mundo. Realizou lutas apenas em pequenos eventos do arquipélago estadunidense no Oceano Pacífico, contra adversários de nível baixo. Manteve seu cartel imaculado, mas só agora vai começar a ser testado de verdade.

O “Diamante” começou no jiu-jítsu e costuma buscar sempre a luta de solo e atacar o tempo todo com tentativas de submissão e ground and pound intenso. Sua trocação é técnica e vistosa, mas com pouco poder de nocaute, o que é algo dentro do normal na divisão dos galos. Kimura tem 23 anos, 1,70m de altura, 1,74m de alcance e cartel de 9-0 com seis submissões e dois nocautes.

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Os vídeos de Dustin impressionam, mas seus adversários fracos podem enganar. Apesar de Camus ser um lutador bem decente, arrisco uma vitória do novato por submissão.

Edwin Figueroa (EUA) vs Francisco Rivera (EUA)

Edwin Figueroa é um valente peso galo que fez a carreira em pequenos eventos no Texas, onde conquistou uma importante vitória sobre o ex-TUF 14 Johnny Bedford, até estrear no UFC contra o actual desafiante Michael McDonald, substituindo Nick Pace com duas semanas de antecedência. Edwin perdeu na decisão, levando junto com Michael o bônus de luta da noite do UFC Fight Night 24.

Com a boa vitória sobre Jason Reinhardt, criou a expectativa em torno de si de fazer grandes lutas, mas decepcionou um pouco na luta seguinte contra o “Bruce Leroy” Alex Caceres. Figueroa venceu a luta, mas apenas graças a um desconto (legal, mas absolutamente incomum) de dois pontos do seu adversário por conta de um golpe ilegal. Mas, de uma forma geral, o apelido de “El Feroz” explica bem o seu estilo de trocação alucinada e entrega total nos combates.

Edwin está com 28 anos, tem 1,70m de altura, 1,75m de alcance e cartel de 9-1, com seis nocautes e duas submissões.

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Francisco Rivera assinou com o WEC quando o evento já havia migrado para o controle da Zuffa, em Novembro de 2010. Fez apenas uma luta (como peso pena) pela extinta organização, quando sofreu um belo nocaute de Erik Koch, com direito a canelada no pé-da-orelha, e chegou ao UFC com a corda no pescoço quando o WEC fechou as portas. Já como peso galo, uma finalização de Reuben Duran mandou “Cisco” para a fila do RH e ele foi buscar abrigo no Tachi Palace Fights. Dois nocautes relâmpagos e a contusão de Azamat Gashimov lhe trouxeram nova chance de se apresentar no octógono contra Alex Soto. Fazendo uma luta morna, mas inteligente, Rivera conquistou a vitória por decisão. Conquistaria a segunda, quando nocauteou Roland Delorme abusando dos uppers e chutes baixos, mas o resultado positivo no exame antidopping transformou o resultado em no contest e lhe custou uma suspensão de seis meses.

Dono de alto poder de nocaute para um peso galo, Cisco tem muita velocidade e é agressivo na trocação, mas falta um pouco de senso tático e melhoras nas defesas de quedas e de posições no solo. Ele está com 31 anos, tem cinco centímetros a mais na altura e na envergadura que Figueroa e seu cartel profissional é de 8-2 (com cinco nocautes) e a luta sem resultado contra Delorme.

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Quem chegar cedo ao Mandalay Bay ou em frente à TV provavelmente vai ver um combate em que o pau vai cantar com força. Em meio a uma chuva de socos e pontapés, aposto em uma vitória de Rivera na decisão.

Card Principal

José Aldo Junior (BRA) vs Frank Edgar (EUA)

Há um ano sem lutar, Aldo deve estar com saudade do octógono. Na última vez que entrou em um, nocauteou Chad Mendes com uma joelhada brilhante e saiu para comemorar no meio do povo que lotou a HSBC Arena, no UFC Rio 2, num dos momentos mais épicos do MMA em 2012. Desde então viu a luta contra Erik Koch ser adiada do UFC 149 para o UFC Rio 3, viu o oponente se machucar e perder a vaga para Edgar, que também ficou sem luta devido ao acidente de moto sofrido pelo campeão.

Prestes a enfrentar seu maior desafio, Junior usou o camp de treinamento para aprimorar ainda mais a sua já versátil caixa de ferramentas ofensivas. Dois pontos serão fundamentais neste combate: os violentos chutes baixos, que judiaram da coxa de Urijah Faber, e as combinações com pressão de socos potentes e rápidos. A defesa de quedas do campeão é fortíssima, mas, caso a luta vá para o solo (até mesmo Mark Hominick conseguiu este intento), Aldo terá que colocar sua faixa preta dada por André Pederneiras em ação. Completa o quadro a participação de Gray Maynard, oponente que mais conhece Edgar por tê-lo enfrentado três vezes, na reta final de treinamento. Maynard foi mais um nome forte que se juntou a Pedro Rizzo, Raoni Barcelos, Marlon Sandro e outros, no multidisciplinar camp do único campeão dos penas da história do UFC.

Aldo tem 26 anos, 1,70m de altura, 1,80m de envergadura e está a cada luta mais forte fisicamente, sem que isso comprometa sua velocidade. Ele tem um estelar cartel profissional de 21-1, com 3-0 no UFC e 8-0 no WEC, organização onde foi o recordista de vitórias consecutivas e conquistou três bônus de nocaute da noite. Aliás, este é o principal meio de finalizar lutas de Junior. Ele tem 13 vitórias por nocaute e mais duas por submissão (uma delas foi quase um nocaute técnico). Sua única derrota aconteceu em 2005, na quinta edição do Jungle Fight, quando foi finalizado pelo experiente ex-PRIDE Luciano Azevedo.

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“Eu já ouvi essa história antes”. São com estas palavras que Edgar aparece no vídeo promocional do UFC 156, quando Joe Rogan exalta as qualidades de Aldo e diz que é muito difícil desafiá-lo. Lutando como azarão, sempre em adversidade física, Edgar chega na nova categoria depois de encarar seis guerras, vinte e nove duros rounds, contra BJ Penn, Maynard e Ben Henderson, que lhe tirou o cinturão da categoria dos leves.

Edgar é um fenómeno. O ex-pugilista Mark Henry o transformou num top 5 entre os melhores boxeadores no MMA mundial, com um jogo de pernas dos mais rápidos já vistos no desporto. Ricardo Cachorrão e Renzo Gracie moldaram um jiu-jítsu sólido, eficiente e versátil. Steve Rivera, responsável pelo wrestling desde os tempos de escola, impulsionou Edgar a ser o nono na história do UFC em número de quedas aplicadas. Brian Blue, líder da All-Star Sports Academy, criou uma máquina capaz de lutar num ritmo forte por vinte e cinco minutos sem cansar. Tudo isso ainda conta com uma força mental ímpar, que o fez se recuperar rapidamente das verdadeiras sovas aplicadas por Maynard nos UFC 125 e 136.

O ex-peso leve, que estreia como pena, mas tem físico de galo, mede 1,68m de altura e tem cinco centímetros a mais de envergadura. Edgar está com 31 anos e tem cartel profissional no MMA de 15-3-1, com 9-3-1 pelo UFC. Ele conseguiu sete vitórias por interrupção, quatro por nocaute, três por submissão, mas só parou uma luta desde Dezembro de 2009 (desde então foram somente as guerras contra Penn, Maynard, nocauteado, e Henderson). Além das duas derrotas para o actual campeão em 2012, a segunda bastante controversa, Frankie só saiu derrotado contra Maynard, em 2008.

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Edgar deu uma boa furada de fila, já que nunca lutou na categoria dos penas, mas ninguém há de reclamar. Lutas como esta criam hordas de fãs e ficam na história.

Mais uma vez, Edgar lutará em desvantagem física. E o pior é que agora sua velocidade não fará a diferença de outras oportunidades. Maynard mostrou que pressionar Edgar com socos potentes podem render frutos. Henderson também o fez via chutes na perna. Aldo é capaz de fazer as duas coisas muito bem. E ao mesmo tempo.

Podemos esperar o campeão lançando socos fortes e terminando as combinações com pesados chutes nas pernas, visando diminuir a movimentação do desafiante. A luta começa a ter contornos interessantes e dramáticos se Edgar pegar o tempo dos chutes, como fez contra Henderson, e conseguir derrubar Aldo. Se Hominick levou problemas para o campeão nesta condição, é de se imaginar que Edgar, wrestler muito superior e óptimo no ground and pound, tentará esta táctica.

Como tem um coração gigante e força de vontade incomum, é difícil imaginar Edgar nocauteado. Por outro lado, se tiver a mesma oportunidade que Maynard teve, é difícil imaginar que Aldo, um striker muito mais preciso, não dará cabo do adversário. No meio destas inúmeras possibilidades, a aposta é que Junior mantenha o cinturão depois de vinte e cinco minutos duríssimos, com alternâncias de controlo.
Rashad Evans (EUA) vs Antonio Rogério Nogueira (BRA)

Rashad tem um problema sério. Ele só perdeu duas lutas no MMA, ambas valendo o cinturão do UFC. Ganhou de todos os demais adversários, mas levou um atraso tão grande de Jon Jones que uma revanche é quase impensável. O campeão não chegou a massacrar o ex-parceiro de treino, mas Evans não levou perigo em vinte e cinco minutos de luta.

Esta situação é um enorme desperdício. Evans é um talento como poucos. Muito forte e ao mesmo tempo muito móvel, adaptou o wrestling ao MMA tão bem que o faz dominar inclusive adversários mais gabaritados na carreira universitária (Phil Davis que o diga). Desenvolveu um boxe rápido e de pegada, que o conduziu ao cinturão e só foi deixado um pouco de lado após ser nocauteado por Lyoto Machida. E, no constrangedor passeio sobre Tito Ortiz, mostrou que aprendeu a lutar no chão, dando giro e pressionando o oponente.

“Suga” tem 33 anos e poderia dar um óptimo peso médio com seu 1,80m de altura e 1,91m de envergadura. O ex-pupilo de Greg Jackson, que agora treina com Zé Mario Sperry na Blackzilians, tem cartel de 17-2-1, sendo 12-2-1 no UFC. Finalizou um adversário na luta de estreia e nocauteou mais sete, mas a vitória sobre Ortiz é a única interrupção desde que tomou o cinturão de Forrest Griffin, há quatro anos.

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Rogério sempre viveu à sombra do irmão famoso, mas fez por onde ganhar fama. Bateu nomes como Alistair Overeem, Dan Henderson e Kazushi Sakuraba no PRIDE, evento em que só foi derrotado duas vezes em dez apresentações, uma na lendária guerra contra Maurício Shogun, apontada por muita gente boa como uma das três melhores lutas da história do MMA.

Invicto em cinco lutas (três nocautes e uma submissão), chegou com moral ao UFC e aumentou ao nocautear Luiz Banha na estreia. Depois disso amargou uma dura fase, quando venceu de modo controverso o limitado Jason Brilz e perdeu em sequência para Ryan Bader e Phil Davis, que usaram o wrestling para dominá-lo. Com a corda no pescoço, salvou o emprego ao atropelar Tito Ortiz há treze meses, mas não lutou mais desde então.

Medalha de bronze no boxe nos Jogos Pan-americanos, Minotouro é faixa-preta de jiu-jítsu do mestre Ricardo de la Riva e obteve também a graduação máxima no judo. Com 1,88m de altura e 1,90m de envergadura, o colíder da Team Nogueira tem cartel profissional de 20-5, com 3-2 no actual maior evento do mundo. Ele distribuiu seis nocautes e seis finalizações. Tirando o nocaute relâmpago sofrido para o então ascendente Rameau Thierry Sokoudjou, as demais derrotas do baiano foram por decisão.

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Cain Velasquez mostrou a Junior Cigano que, quando um lutador é muito acima da média no wrestling, não há defesa de quedas capaz de segurar a barra por muito tempo, mesmo depois de um camp com o russo naturalizado canadense Khetag Pliev, que disputou as Olimpíadas de Londres.

Caso Rashad siga a tendência das lutas desde que perdeu o cinturão, vai acabar derrubando o brasileiro. Uma vez por cima, o americano não deve dar espaço nem tempo para Rogério se movimentar. Mas há a esperança, remota, que Evans lute na trocação, como andou fazendo no passado. Esta seria a melhor situação para o brasileiro, que poderia levar vantagem no boxe. Mas o mais provável mesmo é que Rashad leve a luta para o solo e a conduza para uma vitória por decisão.

Alistair Overeem (HOL) vs Antonio Silva (BRA)

Campeão do Strikeforce, Overeem chegou ao UFC precisando de uma vitória para desafiar o cinturão de Cigano. Ele fez parte do serviço quando destruiu um combalido Brock Lesnar, mas acabou ridiculamente pego num antidoping surpresa a um mês de enfrentar o brasileiro. Levou nove meses de gancho, viu Velasquez recuperar o cinturão e agora tenta nova vitória que lhe garanta o title shot.

O meio-pesado magrelo do PRIDE virou um peso pesado animalesco, às custas de muito… deixa pra lá. O fato é que o kickboxer holandês é uma máquina de nocautear. Mais do que isso, “The Reem” tem um wrestling pouco valorizado, bom tanto ofensiva quanto defensivamente, e um jiu-jítsu bastante decente que já lhe rendeu um caminhão de vitórias, inclusive sobre Vitor Belfort. Seu maior defeito continua sendo o queixo, que não é testado há muito tempo (culpa dos adversários limitados que tem enfrentado): Overeem costuma “deitar em posição fetal e chamar a mãe” quando atingido com violência no rosto.

Radicado em Miami e treinando na Blackzilians com Rashad, Overeem está com 32 anos (é profissional desde os 19). Ele tem 1,95m de altura, 2,03m de envergadura e precisa cortar peso para atingir o limite de 120 quilos da categoria. Ostenta retrospecto profissional de 36-11, com 19 triunfos por submissão e 15 por nocaute (isso mesmo, apenas duas decisões). Seis derrotas vieram por nocaute, duas por submissão e seis para brasileiros.

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O paraibano foi prejudicado pelo doping de Overeem ao passar do Strikeforce para o UFC. No lugar de estrear contra Roy Nelson, teve o desprazer de ser o primeiro oponente de Cain Velasquez pós-perda do cinturão. Resultado: single-leg em cinco segundos e um ground and pound que lançou sangue para todos os lados do octógono e fez a luta acabar ainda no primeiro round. Quatro meses depois ele conseguiu se redimir tirando a invencibilidade de Travis Browne lançando sua mão gigante no rosto do havaiano.

Apesar de ser um decente faixa preta de karatê, Pezão é mais forte na luta agarrada, tanto no clinch na grade quanto no solo, quando lança seu corpanzil sobre a concorrência, mostrando muita agilidade nas transições e uma marreta no ground and pound. Foi assim que ele conquistou sua maior vitória, o massacre sobre o mito Fedor Emelianenko, na primeira rodada do torneio do Strikeforce.

O boa-praça de Campina Grande tem 33 anos, 1,93m de altura e 2,08m de envergadura, uma das maiores do UFC. Assim como Overeem, o Pezão precisa cortar muito peso para atingir o limite dos pesados. A carreira, feita toda no exterior, mostra retrospecto de 17-4, com 12 nocautes, uma submissão à base de pancadas e duas tradicionais. Ele deixou a Blackzilians quando o holandês chegou e hoje divide o tempo entre a Team Nogueira e a American Top Team.

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Pezão tem um problema sério para esta luta: seu queixo, que não é dos mais confiáveis, terá que suportar a dificuldade que ele encontra para encurtar a distância contra alguém com mais mobilidade. O problema pode ficar mais grave dependendo de como Pezão chegue no clinch, visto que o trabalho de joelhadas de Overeem é cruel.

O cenário é problemático e o brasileiro tem grandes possibilidades de acabar nocauteado no primeiro round. Porém, caso ele suporte o inferno na parcial inicial, pode se aproveitar do péssimo gás do rival, que só lutou mais de três minutos uma vez em quatro anos e meio, na patética vitória sobre Werdum, para virar o jogo e conseguir nocautear. Dificilmente esta luta chegará ao décimo quinto minuto.

Demian Maia (BRA) vs Jonathan Fitch (EUA)

Depois de ser dominado por um destreinado e fora de forma Chris Weidman, Demian tomou a decisão que parece ter redesenhado sua carreira. Baixou de categoria e tornou-se um monstro como meio-médio. Na estreia, cinturou Dong Hyun Kim tão forte que machucou a costela do coreano, acabando o serviço ao derrubá-lo por cima da região afectada. Em seguida, pegou o duro wrestler Rick Story, lançou-o ao solo como se fosse um boneco de trapo e apertou um estrangulamento tão justo que fez o americano cuspir sangue.

Demian é daqueles sujeitos que fez a migração da arte marcial de base para o MMA levando o que tinha de melhor. Campeão mundial, do ADCC, da Copa do Mundo e do Pan-americano de jiu-jítsu, o paulista é um dos melhores grapplers da história do MMA, óptimo nas quedas e genial no chão (a vitória sobre Chael Sonnen, no UFC 95, resume bem). Sua trocação, que não fazia sombra ao jogo agarrado, vem evoluindo nos últimos anos e já o permite lançar mão de um boxe decente, com boa utilidade para encurtar distâncias.

O faixa-preta quarto dan está com 35 anos e tem cartel profissional de 17-4, com 11-4 no UFC, organização onde estreou com quatro submissões da noite seguidas. Demian nocauteou o primeiro adversário da carreira e conseguiu mais duas vitórias deste modo via contusão dos rivais. Por outro lado, nove tiveram que desistir depois de algum estrangulamento ou torção. Além de Weidman, Maia perdeu para Anderson Silva, Mark Muñoz e Nate Marquardt, único que o nocauteou. Demian mede 1,83m de altura e envergadura.

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Assim como Maia, Fitch também chamou atenção no UFC Rio 3. Depois de dois anos sem vencer (uma derrota, um empate e uma cirurgia) americano fez a melhor luta do evento, uma verdadeira guerra contra Erick Silva. E o mais curioso: usando o mesmo estilo que faz com que os fãs sempre reclamem.

Mas que estilo é este? Fitch é um dos lutadores mais persistentes que o MMA já viu. O pupilo de Tom Erikson no time de wrestling da Universidade de Purdue é extremamente competente na transição da luta olímpica para o jiu-jítsu, que é a especialidade de seu outro mestre, Dave Camarillo, criador do Guerrilla Jiu-Jitsu. Implacável, Fitch não descansa enquanto não gruda no oponente e o arrasta na marra para o solo, caindo por cima e descendo a lenha ininterrupta e incansavelmente. E, a não ser que você tenha a bigorna de Johny Hendricks nos punhos e o pegue de surpresa, não adianta querer nocauteá-lo, pois o queixo do cidadão é de titânio – vide a senhora surra que levou de Georges St-Pierre.

Aos 34 anos, o integrante da American Kickboxing Academy tem 1,83m de altura e cinco centímetros a mais na envergadura. Seu recorde no MMA é de 24-4-1, com 14-2-1 no UFC. Ele possui uma das maiores sequências de vitórias da história da organização e é o segundo que mais venceu por decisão. As 14 vitórias por esta via (dez no UFC) praticamente escondem os cinco nocautes e cinco submissões.

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Juntar Maia e Fitch num mesmo octógono, principalmente depois das vitórias de ambos no Rio de Janeiro, é uma oportunidade única para testemunharmos uma guerra insana na luta agarrada. O americano deve tomar a iniciativa para derrubar e não correr o risco de acabar por baixo de alguém como Demian. Como a aproximação de Jon é implacável, mas meio rudimentar, Demian pode se aproveitar para derrubar o oponente assim como fez com Sonnen.

A brecha que Fitch deu para Erick encaixar um mata-leão provavelmente será fatal contra Demian, que é mais experiente e calmo que o capixaba e dificilmente vai perder posição. Ainda que o americano seja quase “infinalizável” (apenas Mike Pyle, na estreia profissional de Fitch, o fez dar os três tapinhas), Demian está com fome e provavelmente será o atleta com vantagem física no combate.

Se a defesa de submissões de Fitch estiver em dia, ele deve vencer por decisão às custas de um sufocante ground and pound.

Joseph Benavidez (EUA) vs Ian McCall (EUA)

Joe-Jitsu era o principal favorito para conquistar o primeiro cinturão dos moscas do UFC. O primeiro passo foi bem dado com um brutal nocaute sobre Yasuhiro Urushitani. Na decisão do título, Benavidez foi mais um a sucumbir ao ritmo e velocidade implacáveis de Demetrious Johnson.

Dono de punhos pesados para a categoria, Benavidez gosta de lançar combinações antes de entrar com seus temidos ataques de perna que acabam em single ou double-legs. No solo, o pupilo de Urijah Faber é muito perigoso, tendo finalizado até Miguel Torres, faixa-preta de Carlson Gracie, e Wagnney Fabiano, preta de Dedé Pederneiras.

O camaradinha de 28 anos diz que tem 1,63m de altura, o que eu duvido muito, e 1,65m de envergadura. Ele tem cartel profissional de 16-3, com 3-1 no UFC. Além da derrota para Johnson, ele só perdeu para Dominick Cruz, ambas as vezes no WEC, uma pelo cinturão dos galos e sempre por decisão. O produto da Team Alpha Male conquistou oito vitórias por submissão e quatro por nocaute.

* * *

Assim como Benavidez, McCall também teve o sonho do cinturão dos moscas barrado por Johnson. Mas, diferentemente do rival de sábado, o “Uncle Creepy” chegou muito perto de vencer. Ele dominava o combate no momento crucial e provavelmente decidiria a parada no round de desempate que nunca chegou a acontecer. Tira-teima marcado, Demetrious acertou os ponteiros e dominou o combate na trocação e nas quedas.

Problemático e talentoso, McCall já foi preso e quase morreu por overdose de drogas. Aluno de Colin Oyama no muay thai e de Givanildo “Coleccionador de Braços” Santana no jiu-jítsu, ele é um lutador que se vira bem em qualquer aspecto e é guiado pelo enorme coração e certa falta de senso de responsabilidade.

Aos 28 anos, o simpático bigodudo tem 1,65m de altura, um dos mais altos pesos moscas do UFC. Seu retrospecto profissional é de 11-3-1, com 0-1-1 no UFC. Foram quatro vitórias por nocaute e três por submissão, enquanto a vexatória finalização para Charlie Valencia, no WEC, foi a única derrota por interrupção que sofreu.

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O que esperamos de duelos de pesos moscas? Pancadaria na velocidade da luz. Com McCall e Benavidez não será diferente. Como é superior na trocação e no wrestling, Joe é o favorito para vencer por decisão, mas não sem antes passar por alguns apuros nas mãos do oponente.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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A pesagem do UFC é um espetáculo rápido, mas intenso. Os lutadores vencem as suas primeiras batalhas ao atingirem os limites de suas categorias. O sofrimento é grande, já que o processo de corte de peso é sacrificante para a grande maioria dos atletas. Por isso, o alívio e a descarga de adrenalina na hora da encarada após vencerem a balança são normais. Os protagonistas da luta principal do UFC 156, os pesos-penas José Aldo e Frankie Edgar, não fizeram uma encarada muito tensa, mas mostraram firmeza no olhar, e se cumprimentaram após as fotos.

- Ele é um grande campeão até agora e vou respeitá-lo, mas só até o início da luta - disse Edgar.

Após receber algumas vaias, Aldo fez uma promessa para Edgar.

- Ele é um grande oponente, tem seu valor, mas vou fazê-lo mudar de categoria.

Os lutadores com a maior rivalidade foram justamente os maiores: os pesos-pesados Antônio Pezão e o holandês Alistair Overeem, que juntos pesam quase 240 kg. Os dois se provocaram após a coletiva de imprensa, realizada na última quinta-feira, e quase tocaram os  rostos na encarada. Após a pesagem desta sexta-feira, o clima não foi diferente.

Após baterem o peso, os dois se encararam firmemente, sob o olhar atento do presidente do UFC, Dana White - que usava a camisa do canal Combate. Dana teve de separá-los. Sob os aplausos do público presente, os gigantes mostraram que o clima tenso se manteve, e provavelmente se manterá até a hora em que ambos entrarem no octógono, neste sábado. Após as fotos, Overeem, que foi o lutador mais vaiado da pesagem, provocou Pezão, que deu as costas e deixou o holandês falando sozinho

Os pesos-meio-pesados Rogério Minotouro e Rashad Evans também protagonizaram uma encarada quente, chegando a tocar os rostos um do outro, e com olhares fixos. Após as fotos, os dois não se cumprimentaram, mostrando que o clima vai esquentar ainda mais na hora da luta.

A pesagem do UFC 156 teve algumas curiosidades. Os três primeiros lutadores a subirem na balança (Edwin Figueroa, Francisco Rivera e Dustin Kimura) não bateram o peso da categoria dos galos. Apesar do susto, Rivera e Figueroa conseguiram chegar aos limites de suas categorias em uma segunda tentativa nos bastidores. Kimira desistiu e passará parte de sua bolsa ao adversário. No duelo de pesos-leves, o clima estava mais amistoso, e Yves Edwards chegou a oferecer um pedaço da barra de chocolate que comia ao seu oponente, Isaac Vallie-Flagg.

Confira os pesos dos atletas para o UFC 156:

CARD PRINCIPAL

Peso-pena (até 65,8kg): José Aldo (65,7 kg) x Frankie Edgar (65,3 kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg*): Rashad Evans (93,4 kg) x Rogério Minotouro (93,4 kg)
Peso-pesado (120,7kg*): Alistair Overeem (119,7 kg) x Antônio Pezão (118,8 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Jon Fitch (77,5 kg) x Demian Maia (77,1 kg)
Peso-mosca (até 57,2kg*): Joseph Benavidez (57,1 kg) x Ian McCall (56,7 kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg*): Gleison Tibau (70,3 kg) x Evan Dunham (70,3 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Tyron Woodley (77,1 kg) x Jay Hieron (76,2 kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Jacob Volkmann (70,7 kg) x Bobby Green (70,3 kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Yves Edwards (70,3 kg) x Isaac Vallie-Flagg (70,7 kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Chico Camus (60,8 kg) x Dustin Kimura (63,3 kg) ***
Peso-galo (até 61,7kg*): Edwin Figueroa (62,3 kg) ** x Francisco Rivera (62,1 kg)**

* Limites das categorias já contando com uma libra (454g) a mais, que é a tolerância para lutas que não valem título

** Os atletas não bateram o peso na pesagem, mas conseguiram atingir o limite de suas categorias nos bastidores

*** Kimura desistiu de bater o peso, e 20% de sua bolsa será repassada a seu adversário 

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