Mac in Touch #20 (extra!) - "I want that one"
Sejam bem vindos à 2ª edição extra do Mac in Touch tendo em vista a RAW de hoje. Não será bem uma "preview", mas não andará longe disso porque ser irá focar no Main Event marcado e tudo aquilo que estará em jogo no mesmo.....
"I want that one!"
Se há coisa que motiva os fãs de
wrestling que sabem ver além das pirotecnias, corpos musculados e guarda-roupas
excêntricos antes de um combate é a imprevisibilidade do mesmo e os factos que
o rodeiam… algo que há muito em falta no wrestling e que muitas vezes fica por
explorar.
A streak de Undertaker é um facto. 20-0 sem que alguém possa negar a verdade destes números. A invencibilidade de CM Punk com um dos maiores reinados de sempre da WWE até à Royal Rumble era um facto que ninguém poderia negar, assim como a senda vitoriosa do campeão até ao Hell in a Cell onde enfrentou um lutador inegavelmente invicto. São factos, e quando um é confrontado contra o outro e a certeza de que um irá desaparecer ou estará em sérios riscos de acontecer, gera-se maior expectativa e antecipação.
Algo semelhante acontecerá na
madrugada da próxima terça-feira. Vejamos a história:
John Cena conquistou o direito de
enfrentar um campeão (pesos-pesados ou WWE) na Wrestlemania 29. Com o argumento
da superação de limites, e de ultrapassar barreiras outrora insuperáveis
escolheu enfrentar o campeão da WWE, que só poderia ser CM Punk ou The Rock à
data (pela cláusula de desforra). Assim, iria enfrentar, no maior palco de
todos e no combate de maior importância um de dois lutadores: 1. Um lutador que
o derrotou no mesmo palco, no ano passado, depois de muito tempo investido na preparação
para o mesmo dada a importância dada a esse confronto por parte de Cena 2. Um
lutador que o superou no número de dias sucessivos enquanto campeão da WWE e
cujo reinado se manteve intacto após o “golden boy” da WWE tentar interromper o
mesmo… por várias vezes.
Escolha interessante, e que faz sentido para um carácter babyface, nada contra a mesma poderá ser dita visto as coisas deste prisma.
No RAW posterior ao PPV
Elimination Chamber, e depois de ter desperdiçado a última oportunidade (ainda
que com queixas legítimas quanto à justiça da mesma) de conquistar o título da
WWE, CM Punk entrou dentro da cabeça de John Cena, e fez o seu jogo psicológico
para tentar tirar do Candidato Principal à WWE esse título e enfrentar The Rock
na Wrestlemania 29 pelo cinto maior da companhia. O Golden Boy aceitou, num
acto impulsivo (e natural dado o cariz da sua personagem) e cujo qual tem sido
exemplarmente vendido como um possível erro por parte da WWE (lembro-me de
Lawler e Cole falarem nisso)…
… e é isso que nos excita, aos
fãs que vêm para lá da extravagância! Cena vai pôr em jogo a oportunidade de
enfrentar The Rock na Wrestlemania 29 no próximo RAW frente a um lutador que
lhe tem conseguido fazer frente e levar de vencido por diversas vezes! Ainda
por cima, isto surge numa altura em que o Main Event lógico e mais anunciado é
Cena vs Rock II.
Ou seja, há a possibilidade legítima de Cena perder para Punk dado o passado recente entre os dois e, com isso, a alteração do Main Event que muitos fãs parecem não querer ver outra vez no maior palco de todos.
Cena sair vencedor, saindo forte e super-valorizado rumo ao Main Event da Wrestlemania 29 é também um cenário possível. Mas até um DVD foi lançado com “Once in a Lifetime”, relativo à rivalidade entre Cena e The Rock que fez o ano de 2012 da WWE e o que faria mais sentido vendo as coisas por este ponto até seria a vitória de Punk e todas as cambalhotas no Main Event da Mania que isso iria provocar.
Enfim, é estes embates, (à
priori) renhidos que nos fazem ver os shows (semanais ou não) e a
imprevisibilidade dos mesmos que nos puxa para o maravilhoso mundo do wrestling.
A WWE fez um excelente trabalho em “bookar” e construir este combate, ao qual
se junta a enorme contribuição de Punk com olhar e dedo apontados ao cinto The
Rock e uma frase marcante - “I want that One!”. Temos combate!
P.S.: Aos fãs acérrimos da TNA –
jogada tirada da companhia de Orlando? Fez-me lembrar o Storm-Roode do Impact que sucedeu ao Turning Point, mas esse não teve o build-up de uma semana
e aconteceu no mesmo Impact em que Roode fez o desafio a Storm, que tinha
conquistado o direito a lutar pelo título da TNA no fim-de-semana anterior.Ou seja, foi uma jogada aperfeiçoada.