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MMA: UFC on FOX: Johnson vs Dodson - Antevisão + Pesagens


Depois de errar a mão nos dois primeiros cards transmitidos pela FOX, o UFC encontrou o caminho e disponibilizou mais um sensacional evento. No United Center, ginásio do Chicago Bulls, da NBA, o UFC On FOX 6 traz mais uma disputa de cinturão para a televisão aberta americana, além de mais três combates com potencial bombástico....

O recém-coroado campeão dos pesos moscas Demetrious Johnson fará sua primeira defesa contra o mais perigoso concorrente da divisão, seu compatriota John Dodson, vencedor da décima quarta temporada do TUF como peso galo. Será o confronto dos dois mais rápidos lutadores do MMA actual.

Visando dar o passo definitivo rumo ao topo da categoria dos meio-pesados, Glover Teixeira será o último adversário de Quinton Jackson no UFC. Rampage anunciou que não renovará seu contrato e não lutará mais pela organização que um dia ostentou o cinturão.

O card principal terá ainda mais duas lutas que podem valer postos de desafiantes aos vencedores. Os leves Anthony Pettis e Donald Cerrone fazem uma candidata à luta do ano, ainda em Janeiro, de olho em quem vencer o confronto entre Ben Henderson e Gilbert Melendez, que se enfrentam no próximo card da FOX. Abrindo a transmissão da TV aberta americana, Erik Koch e Ricardo Lamas lutam para ficar no aguardo do vencedor de José Aldo e Frank Edgar, que se enfrentam na próxima semana.

No card preliminar e começando pelos maiores, Mike Russow e Shawn Jordan fazem um duelo de gordinhos de mãos pesadas e jeitões toscos. Entre os meio pesados, os competentes wrestlers de diferentes gerações Vladimir Matyushenko e Ryan Bader se encontram na jaula. Uma divisão abaixo, nos médios, o mineiro Rafael Sapo dará boas-vindas ao estreante Sean Spencer.

Entre os meio-médios, dois europeus tentam se recuperar de derrotas no último combate: o alemão Pascal Krauss enfrenta Mike Stumpf e o norueguês Simeon Thorensen encara David Mitchell na luta de abertura do evento. Um nível mais abaixo na balança, Matt Wiman e TJ Grant tentam ampliar as séries de vitórias entre os leves. Por último, e talvez o confronto mais esperado deste card preliminar, Clay Guida estreia como peso pena contra o duro japonês Hatsu Hioki.

 O card completo do UFC on FOX: Johnson vs Dodson é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Pesos-moscas Demetrious Johnson x John Dodson
Pesos-meio-pesados : Rampage Jackson x Glover Teixeira
Pesos-leves: Anthony Pettis x Donald Cerrone
Pesos-penas Erik Koch x Ricardo Lamas

CARD PRELIMINAR

Pesos-leves: T.J. Grant x Matt Wiman
Pesos-penas: Clay Guida x Hatsu Hioki
Pesos-meio-médios: Pascal Krauss x Mike Stumpf
Pesos-meio-pesados: Ryan Bader x Vladimir Matyushenko
Pesos-pesados: Shawn Jordan  x Mike Russow
Pesos-médios: Rafael Sapo x Sean Spencer
Pesos-meio-médios: David Mitchell x Simeon Thoresen

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 19:30 horas do Brasil e 21:30 horas de Portugal 


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Card Preliminar

Timothy Jerome Grant (CAN) vs Matthew Wiman (EUA)

TJ Grant é um atleta com qualidades na luta agarrada, principalmente trabalhando o clinch contra a grade, buscando quedas e tentativas de submissões. Estreou no UFC vencendo o decadente Ryo Chonan. De lá pra cá, perdeu três vezes e venceu outras duas como meio-médio e mudou seu caminho para a divisão dos leves.

Na nova categoria, está em uma boa sequência de três vitórias sobre Shane Roller, Carlo Prater e uma óptima apresentação em que surpreendeu Evan Dunham. O canadense tem 28 anos, 1,80m de altura, 1,84m de envergadura e cartel profissional de 19-5, com treze vitórias por submissão. Ele jamais foi nocauteado em sua carreira.

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Matt Wiman é o típico wrestler pegajoso e voluntarioso. Mas, ao contrário do que possa parecer, o “Handsome” (assim, entre aspas mesmo) costuma apresentar combates que de chatos não têm nada, tanto que já conquistou quatro vezes o bónus de luta da noite e ainda um de submissão da noite, quando surpreendeu o rei do triângulo Paul Sass com um justíssimo armlock.

Nas últimas seis lutas, foram cinco vitórias e uma derrota apertada (e um pouco controversa) para Dennis Siver. Wiman tem 29 anos, 1,77m de altura, 1,70m de envergadura e cartel de 15-6, com vitórias bem equilibradas: quatro nocautes, cinco submissões e seis vitórias na decisão.

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Os dois atletas vivem a melhor fase de suas carreiras, têm estilos de luta parecidos e preferem o grappling que a trocação. Wiman tem um pouco mais de chance de conseguir dominar o clinch e as quedas, mas o provável mesmo é que a luta acabe se resolvendo justamente na trocação. Desta forma, acredito em vitória do estadunidense por decisão dos juízes laterais.

Clayton Guida (EUA) vs Hatsu Hioki (JAP)

Depois de extensa carreira de 42 lutas no peso leve, 16 delas pelo UFC, com nove vitórias e sete derrotas, cinco bónus de luta da noite e mais dois de submissão da noite, Clay Guida fará a sua primeira apresentação como peso pena. E o “Carpinteiro” tentará recuperar a fama de lutador empolgante e eléctrico, arranhada após a luta amarrada que fez contra Anthony Pettis e a actuação vergonhosa contra Gray Maynard, quando fugiu mais do que lutou e acabou vaiado pelo público que já cansou de lhe aplaudir. Entre as duas lutas ruins, um daqueles espectáculos da boa fase contra o actual campeão Ben Henderson, onde perdeu, mas fez uma das melhores lutas de 2011.

Seu estilo é todo próprio de pular de um lado pro outro, buscar quedas e aceitar trocação franca. O Capitão Caverna tem 31 anos, 1,70m de altura e 1,75m de alcance. Seu cartel profissional é de 29-14, com quinze vitórias por submissão e quatro por nocaute.

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Hatsu Hioki vivia grande fase nos eventos japoneses quando foi contratado pelo UFC com banca de segundo melhor peso pena do mundo e uma ameaça real ao reinado de José Aldo no UFC. Passou um baita sufoco contra George Roop, vencendo a estreia em uma apertada decisão dividida. Depois, uma boa e dominante apresentação contra Bart Palaszewski parecia deixar as coisas nos eixos, mas, na terceira luta, Hioki sucumbiu a um desempenho surpreendente de Ricardo Lamas, que lutará no card principal deste mesmo evento.

Seu jogo de grappling é muito técnico, principalmente no domínio de posições no solo e controle do clinch, mas ainda apresenta deficiência na trocação. Hioki está com 29 anos, tem dez centímetros a mais na altura e na envergadura que seu adversário e está com um cartel de 26-5-2 no MMA, com doze de suas vitórias por submissão e quatro por nocaute.

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Guida era um atleta perigoso nos leves e como, pelo seu tamanho, não deve sentir muito a descida, deve manter esta característica no peso pena. Já Hioki é talentoso, mas ainda não rendeu o seu máximo no UFC. Como ambos preferem o grappling, o estilo explosivo de Guida deve se impor contra o cuidadoso e metódico do japonês. Caso não acabe finalizado em uma armadilha do asiático, Clay deve estrear na nova categoria com uma vitória por decisão.

Ryan Bader (EUA) vs Vladimir Matyushenko (BLR)

Ryan Bader foi um premiado wrestler nos tempos de faculdade e apareceu para o mundo do MMA vencendo o TUF 8, quando era treinado por Rodrigo Minotauro e sobrou na turma. Depois de enfileirar quatro vitórias seguidas no UFC, incluindo Rogério Minotouro, irmão gémeo de seu mestre no TUF, Ryan perdeu a invencibilidade para o fenómeno Jon Jones e, logo em seguida, deu vexame em derrota para o quase aposentado Tito Ortiz. Após vencer Jason Brilz e dominar com autoridade Quinton Jackson, que fará a segunda luta principal no sábado, foi servido como aperitivo do talentoso Lyoto Machida e acabou nocauteado.

O americano tem a luta olímpica como especialidade e sua trocação é pouco refinada, mas seus socos são muito potentes. “Darth” Bader tem 29 anos, 1,88m de altura e de alcance. Seu cartel actual é de 14-3, com metade de suas vitórias por nocaute.

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Outro wrestler cascudo, Vladimir Matyushenko teve grande carreira na luta olímpica soviética, uma das melhores do mundo. No MMA, o “Zelador” já enfrentou alguns dos maiores nomes do desporto em vários eventos espalhados pelo mundo. Já disputou inclusive o cinturão do UFC contra Ortiz dez anos antes deste vencer Bader. Depois de voltar ao maior evento do mundo da actualidade, conseguiu quatro boas vitórias e foi surrado por Jon Jones e Alexander Gustafsson, dois dos grandes nomes da nova geração.

Além do bom nível de wrestling, Matyushenko, assim como Bader, tem uma pedrada valiosa, mas uma trocação bem rudimentar. O bielorrusso tem 42 anos, é três centímetros mais baixo que Bader, porém com o mesmo alcance. Seu cartel no MMA é de 26-6, com nove nocautes e sete submissões.

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Bader é mais jovem, atlético e deve vencer a luta com tranquilidade. Mas se bobear como fez contra Tito, o vovô do leste europeu vai fazê-lo dormir o sono dos justos no octógono.

Michael Russow (EUA) vs Shawn Jordan (EUA)

Ninguém levava muita fé no gordinho Mike Russow quando ele apanhou de Todd Duffee por dois rounds e meio até acertar uma pedrada que mandou a promessa americana para a vala mais próxima. Ainda sob desconfiança, emendou mais duas vitórias contra Jon Madsen e John-Olav Einemo. Com um pouco mais de respeito, após mostrar um bom wrestling nessas lutas, foi escalado para encarar Fabrício Werdum e não aguentou o maior talento do brasileiro, sofrendo o primeiro nocaute da carreira. Russow tem 36 anos, 1,85m de altura e de envergadura, e cartel profissional de 15-2 (com um no contest).

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Também gordinho e também desacreditado, Shawn Jordan chegou ao UFC oriundo do Strikeforce, mas, ao contrário de Russow, ainda não fez nada que lhe agregasse um pouco de moral. Finalizou o “faixa transparente” Lavar Johnson no evento recém extinto pela Zuffa e venceu a triste baranga Oli Thompson na sua estreia pelo UFC. Em luta de nível técnico e emocional lamentável, ressuscitou Cheick Kongo sem mostrar nada de mais. Fora isso, tem um punhado de nocautes sobre um monte de zé-ninguém. Aos 28 anos, deu uma melhorada na técnica depois que passou a treinar na Jackson’s MMA. Tem 1,83m de altura, 1,92m de alcance e seu cartel hoje é de 13-4, com nove nocautes e quatro submissões.

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Torça para esta luta acabar rápido ou veremos dois lutadores com preparo físico deficiente trocando mata-cobras a partir da segunda metade da luta. Russow é melhor tecnicamente e deve derrubar, contando com o cansaço precoce de Jordan para conseguir uma submissão ou nocaute técnico.
Michael Stumpf (EUA) vs Pascal Krauss (ALE)

Mike Stumpf é mais um daqueles casos em que o lutador, tentado pelas cifras do UFC e pela chance de dar um salto na carreira, aceita uma luta em cima da hora e não dá o menor trabalho para o adversário da estreia. Isto aconteceu contra TJ Waldburguer, que o dominou no UFC Fight Night 25 por três minutos, culminando com uma finalização em um triângulo. Antes disso, construiu boa carreira contra desconhecidos na Xtreme Fighting Organization e em outros eventos modestos dos Estados Unidos.

Com seu estilo baseado em luta agarrada, com base na luta olímpica e no jiu-jítsu, ele está sempre com seu velho companheiro de treinos Jeff Curran, primo do campeão peso pena do Bellator. Stumpf está com 29 anos, tem 1,77m de altura, com três centímetros a mais no alcance e cartel de 11-3, com sete de suas vitórias através de submissões.

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O alemão Pascal Krauss é oriundo do judo e fez um intensivo de jiu-jítsu no Rio de Janeiro, onde conquistou a faixa azul do mestre Roberto Correa, o Gordo. Actualmente treina com Duke Roufus e costuma fazer também uns intercâmbios com Cesar e Renzo Gracie. Na Europa, o “Panzer” construiu um cartel perfeito em dez lutas, com sete finalizações. Sua estreia no UFC aconteceu na edição 122, em sua Alemanha natal, quando venceu o inglês Mark Scanlon em luta bonificada com o prémio de melhor da noite. Em seguida, não deu conta do óptimo John Hathaway, perdendo a invencibilidade em sua primeira luta fora da Europa. O germânico está com 25 anos e tem oito centímetros a mais na altura e doze a mais na envergadura que seu adversário.

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Dois atletas de estilos parecidos e que procuram a recuperação no evento. A aposta é em vitória de Krauss na decisão.

Rafael Natal (BRA) vs Sean Spencer (EUA)

O mineiro Rafael “Sapo” Natal começou no jiu-jítsu, passou por eventos nacionais e foi tentar a sorte nos Estados Unidos. Foi chamado ao UFC após nocautear o campeão do TUF 4 Travis Lutter. Na casa nova, uma derrota e um empate contra adversários medianos o deixaram na berlinda, mas recuperou-se com vitórias sobre Paul Bradley e Michael Kuiper. Em seguida, dominava Andrew Craig com categoria, mostrando imensa evolução na trocação, mas levou um chute alto perfeito e voltou à estaca zero, com cartel neutro no UFC (2-2-1).

Pupilo de Renzo Gracie, Ricardo Cachorrão e Vinicius Draculino, Sapo tem qualidades, mas ainda não conseguiu engrenar a carreira no octógono. Seu maior problema, o preparo físico que não lhe permitia manter o mesmo ritmo durante toda a luta, apresentou significativas melhoras nos últimos combates. Rafael está com 30 anos, tem 1,83m de altura, 1,96m de alcance e cartel profissional de 14-4-1, com sete submissões e três nocautes a seu favor.

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O brasileiro teria como adversário o sueco Magnus Cedenblad, mas uma contusão do europeu abriu espaço no card e no elenco do UFC para Sean Spencer, um meio-médio que aceitou lutar numa categoria acima pela chance de atuar no maior evento de MMA do mundo.

O “Magia Negra” é daqueles atletas sem um ponto forte determinante, que se vira em todos os aspectos do jogo. Já foi campeão do Golden Gloves, famoso torneio amador para pugilistas nos Estados Unidos, e competiu em pequenos campeonatos de grappling. Spencer é um lutador valente e de boa movimentação, mas lhe falta tarimba, já que nunca enfrentou um adversário minimamente conhecido. O americano está com 25 anos, tem cinco centímetros a menos na altura e dez a menos de envergadura que o brasileiro. Seu cartel contém nove vitórias (dois nocautes e duas submissões) e uma derrota por submissão.

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Rafael é mais alto, forte e experiente que Spencer. É o grande favorito para conseguir finalizar sua primeira luta no UFC.

Simeon Thoresen (NOR) vs David Mitchell (EUA)

David Mitchell é um finalizador, faixa roxa de Dave Terrell, ex desafiante dos médios do UFC. “Daudi” chegou para o evento da Zuffa com cartel perfeito de onze vitórias, sendo nove por submissão, sete no primeiro round e duas antes da metade do segundo. No UFC, conheceu a dura vida em um evento de alto nível e foi dominado por TJ Waldburger e por Paulo Thiago.

O americano possui boa envergadura e altura, que utiliza bem para conseguir posições no solo, buscando terminar a luta. Estava escalado para o UFC On FUEL TV 6, mas seu adversário, o coreano Hyun Gyu Lim, teve problemas com o corte de peso e o duelo foi cancelado. Sua trocação, apesar da faixa preta de kwon bup (arte de trocação coreana), está alguns níveis abaixo do esperado para um atleta do UFC. Aos 33 anos, David possui cartel de 11-2, 1,83m de altura e 1,90m de envergadura.

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O norueguês Simeon Thoresen é um atleta experiente, com passagem pelo japonês DEEP e pelos ingleses BAMMA e UWC, do qual saiu como campeão. Ele iniciou no MMA após praticar jiu-jítsu desde a infância e faz da arte suave a sua arma mais perigosa. Acrescentou uma base de muay thai, que utiliza mais para se defender e não passar muitos apuros, mas busca sempre que pode a luta agarrada e o trabalho de solo. Não por acaso seu cartel de 17-3-1 inclui quinze vitórias por submissão, inclusive quando estreou no UFC contra Besam Yousef, pegando o iraniano naturalizado sueco em um justo mata-leão no segundo round. Depois, levou um nocaute violento de Seth Baczynski ainda no primeiro round do UFC 152. Simeon está com 28 anos, tem 1,85m de altura e 1,87m de envergadura.

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Luta bem casada entre atletas que têm dificuldades contra strikers que tenham um mínimo de defesa de quedas, mas que entre si devem fazer um grande duelo de luta agarrada. Mais experiente e ofensivo, o norueguês deve dar cabo de Mitchell em uma submissão ainda na primeira metade da luta.

Card Principal

Erik Koch (EUA) vs Ricardo Lamas (EUA)

Poucos o conhecem, até porque Erik pouco lutou no UFC. Ele teve o title shot garantido e enfrentaria José Aldo no UFC 149. Como se machucou, viu o sonho ser adiado para o UFC Rio 3. Na ocasião foi a vez do campeão se contundir e sair da luta. Koch perdeu o posto para Frank Edgar e ainda viu o crescimento do rival de sábado.

Koch vinha em interessante sequência antes dos acontecimentos macabros citados acima. Ainda no WEC, conquistou uma boa finalização e um lindo nocaute sobre Cisco Rivera, passando ao UFC mandando Raphael Assunção para a vala e mostrando excelente defesa de quedas contra Jonathan Brookins na sequência. Ele começou no taekwondo ainda criança e passou a treinar MMA aos 15, estreando profissionalmente aos 19. Seu jogo de combinações agressivas encontra complemento em tentativas de submissões no solo e bom nível no wrestling, principalmente o defensivo, evoluído desde a derrota para Chad Mendes na antiga organização.

Com apenas 24 anos, o ex-peso leve tem 1,78m de altura e dois centímetros a mais na envergadura. Koch tem um respeitável cartel profissional de 13-1, com 2-0 no UFC. Apesar de só ter aplicado três nocautes na carreira, dois deles foram bonificados como o melhor da noite. Apesar da origem no taekwondo, os estrangulamentos proporcionaram a maioria de suas vitórias.

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Assim como vários outros nomes, Lamas migrou do WEC para o UFC sem chamar muita atenção. Afinal ele havia se despedido da antiga casa com uma derrota na estreia internacional de Iuri Marajó quando ainda lutava como peso leve. Baixou de categoria no UFC e emendou uma óptima série de três vitórias, com direito a triunfos sobre os fortes Cub Swanson e na zebra contra Hatsu Hioki.

All-american na Divisão III da NCAA pela Elmhurst College, Lamas acrescentou o jiu-jítsu em sua base no wrestling. Esta soma rendeu um lutador bom de quedas e em evitá-las, além de realizar um ótimo serviço de busca por posições no chão. Em pé, é um lutador agressivo que mistura bem os chutes baixos com combinações de boxe.

Lamas tem 30 anos e mede 1,73m, com sete centímetros a mais no alcance. Ele tem cartel profissional de 12-2, com 3-0 no UFC. Suas vitórias são igualmente distribuídas com três nocautes e três submissões, uma delas a melhor do UFC On FOX 1.

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Koch leva vantagem no combate em pé por ter maior poder de nocaute e mais ferramentas para variar o jogo e controlar a distância. Porém, Lamas é bom na aproximação e não tem medo de pancadaria. Por este motivo, o ligeiro favoritismo passa para o filho de mexicana e cubano, que deverá encurtar, levar a luta para o solo e controlar Erik ali.

Anthony Pettis (EUA) vs Donald Cerrone (EUA)

Pettis viveu uma gangorra desde que migrou do WEC para o UFC. Ele chegou com o title shot garantido por ser o campeão da extinta liga, mas perdeu a chance ao ser derrotado por Clay Guida. Aprendeu a lição e usou os mesmos recursos de derrubar e ficar por cima contra Jeremy Stephens, nocauteou Joe Lauzon de modo espectacular, mas ficou quase um ano parado por conta de uma contusão.

O jovem justifica plenamente seu apelido Showtime. Pupilo de Duke Roufus e oriundo do taekwondo (faixa preta terceiro dan) e boxe, Pettis é um dos mais criativos strikers do MMA actual e não se furta a inventar novas manobras no intuito de confundir os oponentes e providenciar novas aberturas (foi ele o responsável pelo sensacional knockdown aplicado em Ben Henderson caminhando pela grade na melhor luta de 2010). O garoto mostrou também em diversas ocasiões que é um perigo no chão, seja por baixo, por cima ou se defendendo. Para completar, a derrota para Guida deixou uma lição que evoluiu o wrestling e a aproximação de Pettis.

Integrante da Roufusport, Pettis tem 25 anos, 1,78m de altura e 1,83m de envergadura. Ele hoje ostenta recorde profissional de 15-2, mostrando que é tão bom em pé quanto no chão com seus seis nocautes e seis submissões. A derrota para Guida foi a única em três anos. Em compensação, ele foi o único a derrotar o actual campeão nos últimos sete.

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Apesar de não ter chegado ao UFC com o mesmo hype de Pettis, o Cowboy sedimentou seu nome na divisão mais complexa com vitórias. Esteve perto de fechar um ano perfeito em 2011 quando exagerou na dose e aceitou a quinta luta no intervalo. Acabou vítima do boxe volumoso de Nate Diaz e teve sua chance de cinturão atrasada. Em 2012 lutou apenas duas vezes, dominando Jeremy Stephens e nocauteando Melvin Guillard com um chute alto num épico de 75 segundos.

Assim como o adversário deste sábado, Cerrone é um sujeito completo. O pupilo de Greg Jackson começou no muay thai, mas desenvolveu uma série de talentos no decorrer da carreira. A maior delas é a capacidade de capturar pescoços em armadilhas muito bem engendradas. Donald é um lutador inteligente, de óptima movimentação e dimensões avantajadas para a categoria.

Aos 29 anos, o Cowboy tem 1,83m de altura, longas pernas aplicadoras de triângulos e 1,85m de envergadura. Ele tem cartel de 19-4, sendo 6-1 no UFC. Apesar da origem no muay thai, possui 13 vitórias por submissão, o que mostra sua evolução. Cerrone é um dos grandes papa-bónus da história do MMA, com seis (três de melhor luta, dois de nocaute e um de submissão) em oito lutas no UFC e cinco (todas de melhor luta, inclusive a melhor do ano de 2009 contra Ben Henderson) em dez no WEC.

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Separados, Pettis e Cerrone já chamam atenção pelo potencial de luta da noite que eles possuem. Juntos, são capazes de protagonizar uma forte candidata à luta do ano.

Os ex-pupilos do WEC devem travar um duelo épico na trocação, já que ambos são ótimos contragolpeadores e sabem usar a distância. Cerrone já vem mostrando evolução no wrestling há mais tempo, mas Pettis é tão perigoso quanto ele no chão. Anthony é levemente favorito, mas absolutamente qualquer coisa pode acontecer neste combate. A expectativa é que seja quinze minutos de arte.

Quinton Jackson (EUA) vs Glover Teixeira (BRA)

Um tanto desmotivado com a profissão de lutador e com o UFC, Rampage vem alternando bons e maus momentos nos últimos tempos. Depois de receber uma bela ajuda dos juízes contra Lyoto Machida, garantiu um title shot ao destruir Matt Hamill no boxe. Encarou Jon Jones em excelente condição física, mas sucumbiu a um mata-leão do jovem fenómeno. No combate seguinte, falhou ao bater o peso, lutou com um joelho estourado e foi presa fácil para Ryan Bader, quando nem de longe mostrou a defesa de quedas que muito o salvou.

Rampage começou no wrestling escolar. Muito forte fisicamente, especializou-se na arte de arremessar a concorrência violentamente contra o solo (quem não se lembra do nocaute via slam sobre Ricardo Arona?), mas o que ele gosta mesmo é de trocar socos a milhão no centro do cage e de abrir caminho para seu mortal punho direito. A defesa de chutes baixos é o principal defeito no jogo de Rampage.

O americano entrará no octógono de Chicago com 34 anos e a experiência de ter passado pelo PRIDE e ter conquistado o cinturão do UFC, vencendo nomes como Dan Henderson e Chuck Liddell. Rampage tem 1,85m de altura e envergadura. Seu recorde profissional no MMA é um respeitável 32-10, com 7-4 no UFC. Ele nocauteou 14 adversários, fez outros dois pedirem para parar debaixo de pancadas e finalizou quatro ilustres desconhecidos há mais de dez anos. Foi nocauteado em apenas três oportunidades, mas cada uma delas (duas para Wanderlei Silva e uma para Maurício Shogun) lhe deixou amargas lembranças.

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Enquanto resolvia seu problema com o visto americano, Glover passou três anos espancando a concorrência no Brasil, tendo até que segurar o ímpeto para conseguir arrumar um próximo oponente. Chegou ao UFC em 2012 e logo mostrou seu cartão de visitas, destruindo Kyle Kingsbury e aplicando uma lendária sova em Fabio Maldonado, em épica luta no UFC Rio 3.

Glover é um dos brasileiros mais bem dotados de técnica em ação no MMA actual. Ele foi campeão brasileiro de luta olímpica na categoria até 120 quilos, venceu uma selectiva para o ADCC e conquistou diversos torneios importantes na luta agarrada. O faixa-preta de jiu-jítsu é ainda mortal na trocação, evoluída em dez anos como sparring de Liddell e nos treinos atuais com Pedro Rizzo e Lyoto Machida. Ele é dono ainda de um feroz ground and pound com socos e cotoveladas.

O mineiro de Sobrália tem 33 anos, 1,88m de altura e 1,93m de envergadura. Seu cartel actual é de 19-2, com 2-0 no UFC e 17 lutas invicto. Apenas dois lutadores sobreviveram até o final: Matt Horwich, na segunda luta de Glover, e Daniel Tabera, em luta que o mineiro precisou “puxar o freio de mão” sob pena de não conseguir mais adversários. Teixeira foi nocauteado em sua estreia profissional e derrotado por decisão na quarta luta.

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Rampage quer trocar pancadas. Como ambos têm queixos resistentes, poderemos ver alguns momentos empolgantes enquanto o americano tenta uma brecha para um de seus contragolpes certeiros ou o brasileiro o manda a knockdown. Caso a luta vá para o chão, com Glover por cima, Rampage estará em sérios apuros. Ainda que deixe o mineiro de costas para o solo, o risco de ser raspado ou finalizado é real.

Teixeira deverá minar a base de Jackson com chutes baixos e cansá-lo com combinações em pé e quedas seguidas de ground and pound. O guerreiro Rampage vai lutar bravamente em sua despedida na TV aberta americana, mas vai acabar sucumbindo ao terceiro mata-leão de sua carreira.

Demetrious Johnson (EUA) vs John Dodson (EUA)

Sempre como azarão, o Supermouse venceu importantes lutas como peso galo e foi o desafiante que mais deu trabalho ao campeão Dominick Cruz. Com a criação da categoria dos moscas, participou do torneio que definiu o primeiro campeão e, novamente como azarão, bateu Ian McCall e Joseph Benavidez para conquistar o cinturão. Finalmente na condição de favorito, Johnson parte para a primeira defesa.

Com base na luta universitária, Johnson mescla bem combinações de socos e chutes, além de controlar bem os oponentes quando cai por cima, dando muito giro e agredindo no ground and pound. Ele não é um virtuose em nenhuma destas áreas, mas leva o terror aos concorrentes somando-as com uma velocidade dos infernos. Sua principal deficiência é a defesa de quedas, que lhe custou a derrota para Cruz.

Demetrious tem 26 anos e é um dos menores lutadores do plantel do UFC, se não o menor, com 1,60m de altura e 1,70m de envergadura. Seu cartel profissional é de 16-2-1, com 2-1 no WEC e 4-1-1 no UFC. Ele tem seis vitórias conquistadas através de submissões e outras três por nocaute. Nas derrotas para Cruz e Brad Pickett, Johnson chegou ao final dos combates. Ele é pupilo do grande Matt Hume na AMC Pankration.

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A talentosa geração do TUF 14 teve em Dodson seu melhor lutador. Actuando uma categoria acima da sua natural, ele passou o carro na concorrência, destruindo adversários bem maiores, conquistando o bónus de nocaute da temporada sobre Johnny Bedford e o da noite na final contra TJ Dillashaw. Já no UFC, apresentou boxe técnico contra Tim Elliott e voltou a exibir o instinto matador contra Jussier Formiga.

Recrutado por Greg Jackson na University of New Mexico com apenas 18 anos, Dodson tem origem na luta olímpica, mas especializou-se no sistema desenvolvido pelo seu mentor e hoje mostra talento em todos os ramos do MMA. Punhos rápidos e precisos, o maior potencial de nocautes da categoria, quedas explosivas e movimentação ininterrupta são suas principais características. Ele costuma deixar alguns espaços na trocação, mas o queixo resistente segura a onda.

Dois anos mais velho que o campeão, Dodson é um centímetro mais alto e tem envergadura dois centímetros mais curta que a do rival. Seu retrospecto profissional é de 14-5, com 3-0 no UFC, sem contar as lutas dentro da casa do TUF. Das derrotas, apenas duas foram na atual categoria e nenhuma das cinco aconteceu por interrupção. Por outro lado, Dodson nocauteou seis oponentes e finalizou outros dois.

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É uma pena que a maioria não aprecie, mas este combate será histórico por reunir os dois lutadores mais velozes do MMA mundial. E não só rápidos, mas também muito técnicos. Com muita razão, Johnson e Dodson são dois dos melhores lutadores do mundo em qualquer categoria de peso.

A vantagem na velocidade que Johnson mostrou contra Benavidez e McCall não deve se repetir neste sábado. Para piorar a situação do campeão, Dodson será um duro teste para a evolução de sua defesa de quedas ou poderá ainda puni-lo com combinações rápidas e precisas. O primeiro round até poderá ser equilibrado, mas o desafiante tomará conta do combate a partir do segundo e o UFC conhecerá o novo campeão dos moscas ao final do combate.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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Rampage Jackson abriu a boca para provocar e intimidar Glover Teixeira na encarada oficial da pesagem do UFC: Johnson x Dodson, nesta sexta-feira, em Chicago. O que ele disse, só Dana White, presidente do Ultimate, e Joe Rogan, comentarista oficial da organização, ouviram. O brasileiro não se intimidou, manteve a compostura e só respondeu após ser liberado para descer do palco. Ambos os pesos-meio-pesados e os demais lutadores do torneio passaram sem problemas pela balança e estão confirmados no evento, que acontece neste sábado.

Rampage e Glover fazem o coevento principal da noite e, portanto, foram os penúltimos a subirem ao palco. O brasileiro bateu 93,4kg, no limite de tolerância de uma libra (494g) permitido para lutas que não valem cinturão. O americano, por sua vez, registrou 92,5kg, uma libra abaixo do limite. Ele rumou para a encarada e falou muito, em tom ameaçador, para Glover, que permaneceu calado e sério, enquanto Dana White e Joe Rogan observavam, salivando. Apenas quando Dana mandou os dois se separarem, o mineiro respondeu.

Outra encarada que teve palavras ditas foi entre Anthony Pettis e Donald Cerrone, que lutam no peso-leve. Cerrone, com seu tradicional chapéu de caubói, disse algumas provocações, mas Pettis permaneceu imóvel, olhando fixo para o adversário.

John Dodson sobe à balança de cueca estampada e com saco de balas na boca

No evento principal, o desafiante John Dodson não economizou no visual: entrou com uma calça colorida e subiu à balança com uma cueca estampada das Tartarugas Ninjas e um saco de balas na boca. Mesmo assim, marcou 56,2kg, uma libra abaixo do limite da categoria. Bem mais abatido pelo corte de peso e sério, o campeão peso-mosca Demetrious Johnson subiu à balança com uma cueca verde. A encarada foi amena, sem tensão, e os lutadores se cumprimentaram logo após.

Rafael "Sapo" Natal foi o primeiro brasileiro a subir ao palco da pesagem e marcou 83,9kg, valor exato da categoria médio. Seu rival, Sean Spencer, pesou 84,4kg, dentro do limite de tolerância de uma libra permitido.

CARD PRINCIPAL

Pesos-moscas (até 56,7kg): Demetrious Johnson (56,7kg) x (56,2kg) John Dodson
Pesos-meio-pesados (até 93kg)*: Rampage Jackson (92,5kg) x (93,4kg) Glover Teixeira
Pesos-leves (até 70,3kg)*: Anthony Pettis (70,3kg) x (70,3kg) Donald Cerrone
Pesos-penas (até 65,8kg)*: Erik Koch (65,8kg) x (65,8kg) Ricardo Lamas

CARD PRELIMINAR

Pesos-leves (até 70,3kg)*: T.J. Grant (70,3kg) x (70,8kg) Matt Wiman
Pesos-penas (até 65,8kg)*: Clay Guida (66,2kg) x (66,2kg) Hatsu Hioki
Pesos-meio-médios (até 77,1kg)*: Pascal Krauss (77,6kg) x (77,1kg) Mike Stumpf
Pesos-meio-pesados (até 93kg)*: Ryan Bader (93kg) x (93kg) Vladimir Matyushenko
Pesos-pesados (até 120,2kg)*: Shawn Jordan (113,8kg) x (116,1kg) Mike Russow
Pesos-médios (até 83,9kg)*: Rafael Sapo (83,9kg) x (84,4kg) Sean Spencer
Pesos-meio-médios (até 77,1kg)*: David Mitchell (77,6kg) x (77,6kg) Simeon Thoresen

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