Ultimas

Análise e Pensamentos do WWE RAW: The Great One


Pela primeira vez em 2013, entrou em ar na USA Network o programa semanal de episódios com maior duração da história, o Monday Night RAW. Rumo ao iniciar da Road to Wrestlemania, as 3 horas eletrizantes do show-A da WWE nos trouxeram os regressos de The Rock e CM Punk, que dada lesão combateu Ryback pelo título mundial em uma tables, ladders and chairs match.

Combate este que me surpreendeu pela qualidade obtida. Confesso que fui receoso para uma TLC match de singles pois Ryback não é perito num tipo de combate deste, não fosse ele alguém limitado em ringue. Entretanto, tenho de dizer que tiro a conclusão de que um powerhouse intenso não poderia viver em melhor ambiente com uma estipulação no-DQ. É algo que completa-se.

O Big Hungry destruiu a tudo mas não controlou a peleja no geral, já que tivemos uma aposta interessante de fazer CM Punk conduzi-lo no embate. Ao mesmo tempo, julgo algo que ousado deixar Punk dominar, diluindo de certa forma a imagem de demolidor do contender. Justamente também por que o best in the world recém regressava de lesão, o que implica em estar fora de ritmo para ter obtido tanta dominância.

Mas em suma, pontos como os supracitados são supérfluos em vista do bom combate, que se fosse no PPV TLC teria mais tempo e com isto necessariamente mais qualidade, ainda ficando contudo inferior a six-man tag team match, mas esta muito pela rotatividade que envolveu superstars de topo como The Shield e Team Hell No.

A estipulação foi bem utilizada, o que é quase que uma raridade nos dias atuais. Em poucos mais de vinte minutos, na verdade, os dois competidores operaram milagres para tornar isto o quão especial acabou por ser.

É fulcral dar valor aos The Shield e a forma como utilizados. Já se esperava uma intervenção do trio e a queda da luz, apesar de estúpida (ou alguém irá acreditar que Ryback não poderia retirar o título no escuro?), foi algo ao mesmo sensacional. Ainda mais pois levou consigo todo um conjunto de drama, dado o fato de que Ryback nunca foi cogitado a vencer a disputa e, no momento do blecaute, estava ele isolado, no topo da escada e prestes a tornar-se novo WWE Champion.

Anseio para que a WWE prossiga brindando-nos com lutas do cariz desta, agora que é cada vez mais complicado assistir-se um RAW sem monotonia em algum período. Realmente, refresca a alma.

Refrescar me lembra do quão ruim é ver John Cena escapar de todos - e absolutamente todos - os golpes de maior impacto de Dolph Ziggler. É sempre bom ver uma batalha campal como a que abriu o show, bem trabalhada em todos os momentos, que chega a superar a qualidade da ladder match que ambos partilharam no PPV TLC.

Mas é inegavel de se reparar o erro que cometeram. Quero dizer, temos um sujeito prestes a se tornar World Heavyweight Champion como é o caso de Dolph Ziggler e, após dar o seu máximo, mesmo assim não põe abaixo um oponente. E não é desculpa dizer que o oponente é Cena.

Cena é ser humano, no final das contas. Ou então não.

O ponto pior ainda é Big E Langston, que aplicou seu finisher e não foi capaz de nocautear John. Langston tinha de ter sido levado mais a sério como destruidor, afinal ele será quase certo o homem que deixará o trabalho do cash-in de Ziggler mais fácil, possivelmente arrebatando o campeão da altura.

Em uma última nota, estando em Tampa, casa do NXT ou não, Langston obteve um heat tremendo. Surpresa da noite.

Kaitlyn já merece vencer.

Eve já esteve melhor visualmente. Ouvi dizer que os Gracie destroem.

Ignorem-me.

Mesmo colocando lutas por título em base quase que semanal, a divisão de Divas degrada-se mais.

Kane e Daniel Bryan estão sólidos na também sólida divisão de equipes. É inegavel a evolução comparada com um ano atrás. Não só em numeros de times como em qualidade. A disputa com os Rhodes Scholars outra vez segue a linha de um embate bom. Espero que a feud prossiga e que, sobretudo, não se desista do projeto tag team na WWE.

Tivemos uma nódoa negra que consumiu completamente a segunda hora do programa. Foram sessenta minutos, um pouco menos se desconsiderarmos os comerciais, totalmente horríveis de se ver. Quem quer passar o show a limpo, pode com tranquilidade poupar-se do sofrimento.

E todo este sofrimento é o que se chama de encher chouriços, algo que em outras palavras é chamar o espectador de idiota. Ou alguém realmente - e sejam sinceros - gostou de ver Jinder Mahal vs. Sheamus?

Fazia muito tempo que não vejo Sheamus em tão má forma para um combate como ontem. Sou fã do trabalho do antigo campeão mundial pois semana posta semana sempre traz-nos qualidade dentro do ringue mas a comédia pobre sucumbiu também com o visivelmente evoluído Jinder Mahal.

Só não critico o squash de Randy Orton afinal alguns squashes já são tradição no wrestling mas quando ocorrem em excesso, e foram quase que quatro em sequencia sem contar Big Show vs. Kofi Kingston, mata o público. Basta ver o quão quente estava a audiencia de Tampa, que morreu ao longo da dose recebida para chegar quase que sequinha ao final.

Final este que merece destaque.

Intensidade é algo que me faz acrescer expectativa para um combate, então o fim do RAW foi uma missão cumprida por parte de CM Punk e The Rock.

O ainda WWE Champion veio ao ringue com promessa de mais uma vez falar o que pensa e quebrou literalmente o sistema, provando o quão fraco todos nós somos como fãs de wrestling a comprar algo falso (e falo de promos) como se fossem verdade. A manipulação de Punk é algo genial, fazendo o público aplaudir quando quer para depois mostrar com sagacidade o ser humano em geral.

E nisto até o mais ditos inteligentes acabam caindo. Duvido que qualquer um não tenha abrido um largo sorriso pelos comentários feitos a proteger o talentoso Tyson Kidd, para logo depois ser vítima do Dr. Punk.

O straight-edge conseguiu assustar ao fim, com um quê de psicótico a intimidar The Rock, apesar de claramente também estar intimidado pelo Great One. Este merece êxitos pois novamente prova o motivo de entrar facilmente numa lista de três melhores de sempre.

O seu carisma é imbatível por qualquer um que tente regressar ou que esteja na WWE atual. Rock consegue reinventar-se sempre, apesar de ter um discurso pronto e repetitivo. Com suas catch-phrases e piadas constantes, até me vejo sem motivos para explicar o que faz alguém como ele tão bom.

É quase como se tivesse o público como uma cartada final e manipulasse reações quando e onde quer. Isto é irreparavel. Ninguem o faz melhor. Mesmo que tente expressoes grudentas não baterá o it doesn't matter ou o if you smell what the rock is cooking e creio que o overall do Brahma Bull o torna uma lenda por ser este robô que é, pois sabe-se que em todas as vezes que vem ao ringue, sairá dali algo parecido, próximo ou igual ao da última vez. Isto agrada. Não a todos. Mas agrada a mim e aos milhões (e milhões) de seus fãs.


Fazer Antonio Cesaro repetir o neutralizer no RAW é acusar o público de viver numa bolha.

Ricky Steamboat deve ter sentido saudades de George Steele.

Dr. Shelby fez falta.

Deviam ter feito o squash sobre Zack Ryder ao invés de Kingston.

O respeito de The Rock pelo WWE Championship nos segundos finais de show é algo incrível.

John Cena é um homem muito pequeno.

The Rock foi roubar a expressão popeye on crack da Angelina do Jersey Shore.

Sim, eu vejo.

Parece que na semana que vem, três nomes serão anunciados para o Hall of Fame: Cactus Jack, Mankind e Dude Love.

Bons tempos eram aqueles em que se tinha a intro do RAW seguida de fogos de artifício.

Classificação: B-
Com tecnologia do Blogger.