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Mac in Touch #11 - Quando o Benfica joga em casa


Época festiva é sempre dada a tolerâncias de ponto e tenho a certeza que o meu "chefe" e o público do Notícias ma dará por chegar um dia atrasado a estas lides com a minha crónica semanal!....

Antes de mais, quero agradecer os 3 comentários da semana passada, mas para um blogue tão grande, exige-se MUITO MAIS de vós! Por isso, vá lá, toca a comentar, nem que seja para dizer mal porque há poucas coisas de que gosto mais (já o disse) do que verificar que passei do limite de caracteres que o blogger impõe num comentário para responder e esclarecer por A mais B os meus pontos de vista, e tentar levar a razão para casa.

Hoje, e como sei que anda tudo com uma barrigada de comida por estes dias, venho com uma crónica mais "light" no tamanho, mas não tanto no conteúdo, que inclui sangue... e não tem vampiros. Algo intenso e sem melodramas de pré-adolescente.

Aqui fica então a edição nº11 do Mac in Touch:

Quando "o Benfica joga em casa"

Está prestes a sair na comunidade online de wrestling mundial, ou até já saiu, um documentário (rezam as lendas) fantástico sobre a vida de Nigel McGuiness nos ringues. The Last of McGuiness É mais do que aquilo que seria de esperar neste tipo de conteúdos: a história de vida de um lutador + um conjunto de combates. É muito mais que isso, é um documentário que poderá ir além do próprio tema, pelo tempo supostamente dispendido na sua edição, e, facto, capaz de entrar em vários festivais de cinema (foi aceite pelo South by Southwest)!


É um orgulho para a nossa indústria saber que há um lutador que consegue cometer tal proeza e nunca chegando à principal companhia de wrestling e que, consequentemente, não foi visto pela maior parte da audiência televisiva americana que gosta de wrestling (ou que, pelo menos, o vê ao vivo).

Um dos debates lançados e uma das posições mais defendidas pelo britânico é a proibição ou limitação do sangue no wrestling. E que, quando é esperado haver, se façam testes/análises para que se evitem qualquer tipo de transmissão de doenças, como já aconteceu com muita gente.

No documentário, conta-se, há uma exploração exaustiva sobre o assunto e passa a sensação de que as companhias indy, ou, no caso, a rainha delas (ROH) tem o mesmo ou mais cuidado que as maiores companhias têm quanto a esse aspeto. Certo é que a WWE já evita, há muito, batalhas sangrentas e quase que aboliu o sangue da sua programação (digo quase porque nunca se consegue controlar tal coisa)… e bem!


Eu pergunto: É mesmo preciso “abrir” golpes em alguém num combate de mid-carders? É mesmo necessário ter todos os main events com sangue no ringue? É mesmo indispensável ter, frequentemente, batalhas sangrentas para que estas ganhem mais intensidade?! 

Na minha opinião… não. O wrestling, analisado por qualquer das duas vertentes mais relevantes- desporto ou entretenimento – deve assegurar o bem estar e a integridade dos seus intervenientes, tal e qual o cuidado que um futebolista e um artista de circo merecem quando estão a “atuar” para ganhar a vida. Como tal, cada companhia deve garantir, não digo o melhor, mas pelo menos o “não-pior” para a vida futura de quem lhes dá o corpo e demais sacrifícios… é o mínimo que uma indústria severa para o físico dos seus intervenientes (e de quem, já agora, depende) pode oferecer.

Tem havido melhorias significativas, é ótimo que Nigel McGuiness as tenha evidenciado no seu documentário e ainda melhor que este tenha tido sucesso enquanto peça cinematográfica.

Os próprios lutadores têm noção do risco que correm quando entram num ringue desprotegidos, mas o amor por vezes fala mais alto. Por outro lado, há quem queira iniciar uma revolução e essa começa no coração de cada um, com iniciativas, atos. Foi assim que a civilização se tornou e se vai tornando mais civilizada e é assim que se vai maximizando o bem-estar em variadíssimos ramos. Quem dá o primeiro passo é muitas vezes esquecido ou deixado para trás e ninguém se lembra de começa um determinado movimento…


… neste caso, nós também não sabemos, mas posso dar um exemplo de dois senhores que estão atentos e que querem caminhar rumo à sustentabilidade, segurança e “aspecto” da indústria: Kevin Steen e El Generico.

Sim, estes dois lutadores, cujo despique no último iPPV do ano da ROH não foi menos que brutal, fizeram questão de, antes do mesmo, fazer uma bateria de testes dado o risco de haver sangue no ringue pela estipulação do combate, pela história por detrás e pelos spots previstos.

É uma atitude que merece ser louvada por todo o fã ou simpatizante de wrestling.

Foram duas pequenas agulha espetadas em dois braços, mas uma injecção enorme de esperança na segurança e no bem-estar de quem tanto admiramos.
Com tecnologia do Blogger.