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Análise e Pensamentos do WWE RAW - Inteligência e Insanidade


A WWE nos apresentou ontem a noite o último grande show para dar os retoques finais no seu evento de dezembro, o WWE TLC. Em um Raw em que muito se viu, discutimos na sequência tudo o que se passou nas três horas eletrizantes do show-A da WWE.

Este foi talvez o programa em que mais se notou o desespero da WWE, ao longo da etapa em que os shows alongaram-se para três horas. Chego a dizer que possa ter sido um misto de inteligência com insanidade.

Primeiramente, há de se ver que o programa foi muito ruim. Ao mesmo tempo, muito bom para as construções em direção ao PPV TLC. Em geral, se viu a repetição de muitos lutadores e a insistência em focar-se apenas nas mesmas teclas: feuds do evento de domingo. Por isso é que se nota a anormalidade das presenças múltiplas de Kofi Kingston, Antonio Cesaro, Big Show, Sheamus, Cody Rhodes e Damien Sandow. 

O booking praticamente privou-se de um show bom em detrimento de ter um último grande suspiro na tentativa de aumentar as possíveis fracas ppvs buys. Uma inteligência, partindo-se do fato de focar-se no ponto de venda de um evento que não terá a expressão máxima da companhia em destaque: o seu campeão.

Campeão este que ficou totalmente avulso no show que deveria servir também como explicações para as mudanças ocorridas ainda ha poucos dias da sua outrora última defesa antes de enfrentar a lenda The Rock. É difícil dar destaque a Punk num programa pré-PPV e ainda mais num momento em que nada além de uma promo poderia ser feita. Com a lesão, Ryback não poderia interromper; e construir a TLC match dos The Shield também não é sensato, afinal o best in the world em nada tem haver com o grupo.

Mas fiquei decepcionado com o papel supérfluo que o detentor do maior cinturão da maior empresa de wrestling do mundo por 390 dias, já que ele não teve sequer menções ao seu nível no show. Um fã que só vê shows semanais não entende o porquê da presença com muletas, já que mal se explicou que houve um rompimento no menisco que impossibilitou-o de dobrar o joelho.

Mas os erros não acabam por aí.

Eu pensava que a WWE tinha o conhecimento de que deveria fazer um início de show forte para prender o espectador na poltrona e isto não aconteceu. Os minutos iniciais de programa foram totalmente falhados e notou-se isto quando Big Show entrou em cena e começou a falar "bla bla", que se lia como, "mudem de canal que as três horas serão uma merda".

Não bastasse isto, Dolph Ziggler, a poucos dias de ter o combate mais importante de sua carreira, jobou para Sheamus da mesma forma que Big Show para Cena, na falta de criatividade do mesmo booking que proibiu contatos entre o campeão mundial e seu desafiante.

Eu não entendo, me desculpem.

Um sujeito que não vence Cena de forma alguma e que em três horas levou três beatdowns de Sheamus não é digno de uma maleta. Não deve nem ser o mesmo que aposentou Chris Jericho.

Não me canso de dizer que os segmentos entre Vince McMahon e Vickie Guerrero são das piores indicações de desespero em subir a audiência. É estupidez ao seu máximo. Infelizmente, desde William Regal, a WWE não tem um General Manager ou figura de autoridade boa e isto irá se manter.

Uma pergunta: desde quando ou quem em sã consciência disse a Vince McMahon que Vickie Guerrero vs. AJ Lee é um main event de um show?

Minhas expectativas já não eram altas, pois neste tipo de combates, ou se vê humilhação como a que John Cena pregou em Laurinaitis, ou então temos o que acabou por acontecer. Eu confesso que não esperava nada de muito bom e acabei me enganando, pois foi muito pior. Fico me questionando se alguém com um controle ao seu lado não mudaria de canal ou ver isto.

O fato de Brad Maddox aparecer como árbitro não me diz absolutamente nada. Afinal ele, apesar de tudo, não passa disto: um nada. Ele não obteve sequer heat, apesar de Michael Cole forçar a situação. Não existe carisma e minhas apostas nele como lutador ou em um angle de qualidade após a semana passada vão por água abaixo completamente. 

Devo dizer que apesar de curto, o combate pareceu como se tivesse visto a trilogia dos Senhor dos Anéis. Espero de coração que não vejamos mais isto, pois como fã de wrestling não quero ver a WWE a acabar.

Quero AJ longe de John Cena e se possível longe da WWE. Pode levar consigo Maddox.

Quando R-Truth venceu Wade Barrett em menos de dois minutos, comecei a ficar com sono. Quando Kofi Kingston aplicou o crossbody e ficou a pular como um canguru sob efeito de cocaína, a sonolência aumentou ainda mais.

Gostei do tempo para a divisão de duplas no programa, mas em geral aquele foi um combate com muitas estipulações, quase a beirar um booking de Vince Russo. Imaginem vocês uma fatal four way tag team elimination match pela oportunidade de enfrentar Rey Mysterio & Sin Cara em uma tables match no PPV TLC que vale por sua vez uma oportunidade de enfrentar Kane & Daniel Bryan pelos tag team championship.

Me surpreendi pelo fato de Cody Rhodes já estar de volta a ação e ainda mais com o fato, ainda que não represente muito, dos Usos terem tido certo destaque na contenda, ao eliminar dois times e mostrar boa desenvoltura. Eles são a tag team mais merecedora de um título na WWE.

Antonio Cesaro é o único na empresa que me faz realmente dar uma grande atenção a um combate. Ele é o melhor em ringue na companhia e vem provando isto há meses. Irá ser grande no futuro e não me surpreendo se ja em 2013 se tornar campeão mundial. O tipo é forte, técnico e ágil, tudo o que um wrestler precisa. Infelizmente, ainda lhe falta carisma, mas gosto da sua gimmick anti-américa, que está a retirar um pouco a imagem de jogador de rugby, que inegavelmente não lhe iria levar a lugar algum.

Kofi Kingston igualmente evoluiu bastante e vejo finalmente, depois de anos, uma possibilidade no futuro para chegar ao main event. Kingston é um underdog como Mysterio e em geral como a maioria dos high flyers, e sem dúvidas que até o fim de sua carreira, torna-se também num world champion.

O Miz TV juntamente com o combate Cesaro vs. Kofi me deu a leve impressão de terem sido bookings de última hora. The Miz com o terno branco parece Santino Corleone e Cody Rhodes com bigode é igual a um policial em séries de TV dos anos 80. Quanto ao segmento, Miz é bastante chato como face, mas o público gosta e isto que importa. A Be A Star irá gostar das insinuações sobre Rhodes e Sandow serem ambos gays.

Algo importantíssimo a se notar é o de que no segmento de backstage antes do main event, John Cena pediu a AJ para não acompanhá-lo ao ringside. Isto fortalece minhas apostas de que a bela irá traí-lo no TLC e custar-lhe a maleta Money in the Bank.

O main event é do nível do programa. John Cena e o gigante não tem combates bons. Nunca os tiveram e não é agora que irão. Entretanto, um completa o outro, pois enquanto Cena é um superheroi do público-alvo da companhia, Big Show é o vilão com porte-físico destruidor. Assim, está lá escrito que o face vence todas as vezes.

Desde que Big Show mudou para o Smackdown, o Raw melhorou e justamente quando ele volta a ter destaque, o programa piora. É coincidência, não liguem. Big Show é o melhor.

A contenda seguiu ritmos lentos e estava spoilado que os The Shield iriam intervir, mas desde que foi anunciado, não entendi o contexto. Talvez, despistar os que pensam que o trio tem associação com CM Punk.

O final de show foi bom e caótico, mesmo que não tivéssemos tido qualquer grande momento. Volto a dizer o quão idiota é ver Sheamus a fazer o run-in e seu alvo ser Dolph Ziggler. Já agora, alguém reparou no fato de Sheamus ter entrado com o mini tron de Ryback?

Os Team Hell No deveriam ter estado envolvidos em algo ao longo do programa. Acho mau terem aparecido somente ao final. Eles iriam ter trazido qualidade, podendo por exemplo combater tag teams como Justin Gabriel & Tyson Kidd, ou mesmo os 3MB que outra vez perderam o espaço no alinhamento. Acho que o grupo de Heath Slater faz mau papel nos ratings e a WWE não os quer a descer a audiência, Ao mesmo tempo, a companhia coloca AJ vs. Vickie. Eu não entendo.

Ryback é intenso. Destruidor. Tudo o que um powerhouse precisa. Veja o exemplo dos grandes e nota-se que poucos tem qualidade em ringue. Como alguém pode não gostar do Big Hungry?

Wake up!

Não aprecio o monte de mesas e escadas ao redor da stage.

Irei rir de quem acreditar que as votações para os Slammys são verdadeiras.

Votem Heath Slater para superstar do ano.

Sim, sou mesmo burro.

Classificação: D
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