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Back To The Basics Mk. 2 - I - Tough Enough


Saudações Fundertakerianas a todos os que lêem este texto e sejam bem-vindos à 1ª edição da segunda, digamos, vá... "temporada" dos textos conhecidos como "Back To The Basics" que, talvez, alguns de vós possam já ter lido noutro sitio. Eu sou o autor deste texto, Fundertaker, que vocês podem conhecer como "aquele gajo que pode fazer sombras em alguns filmes do Manoel de Oliveira". No entanto, hoje estou aqui para vos falar do legado no mundo do wrestling profissional de um dos primeiros programas que foi intitulado como "Reality Show" em todo o mundo. Falo-vos claro de.....

Tough Enough - O segredo que já não o era, num mundo que precisa de novas estrelas

A edição inaugural do Tough Enough ocorreu em 2001, após o fim do período a que se deu o nome de "Monday Night Wars", após a compra, por parte da WWE da sua concorrência directa (WCW) e potencial (ECW). Assim, dona e senhora do mundo do wrestling profissional (fora Japão e México por razões óbvias) e tendo já assimilado tanto quanto possível os fãs da concorrência que ainda desejavam seguir o wrestling profissional, a WWE decidiu tomar um risco e, talvez de forma surpreendente face ao quão "fora de moda" a companhia aparenta estar ao longo destes últimos anos, decidiu apostar no novo formato televisivo em clara expansão (os reality shows) e, em colaboração com a MTV criou então o programa "Tough Enough", no qual um número (originalmente 13) jovens com aspirações tentavam garantir um lugar na companhia, num formato que, expondo partes outrora "desconhecidas" do mundo do wrestling profissional ao público em geral, tentando assim cativar uma "tripla audiência" para o seu produto (os fãs do wrestling que quisessem perceber um pouco mais dos "inner workings", a geração/público MTV que "vê e come" tudo o que a estação deita cá para fora, e, obviamente, os fãs de reality shows que começavam a aparecer em todo o lado).


Assim, e ao longo de 13 semanas de "reality show" + uma primeira semana dedicada ás audições, Maven Huffman e Nidia Guenard venceram o concurso e, eventualmente, fariam as suas respectivas estreias na programação da WWE (à altura desta primeira temporada, ainda WWF) sobre os seus primeiros nomes. Os outros 2 nomes de destaque desta edição do Tough Enough são, claramente, Christopher Nowitski e Josh Lomberger que viriam a trabalhar também na WWE (Nowitski sobre o seu nome e Lomberger sobre o nome Josh Matthews, sendo, claro, o actual relatador da Smackdown) após também conseguirem os seus respectivos contratos no final do programa, o que trouxe ainda mais esperança para os futuros concorrentes, pois não ganhar o programa não era sinal de "fim da linha" e que com esforço e dedicação é possível chegar ao objectivo principal. De referir ainda que de todos os participantes e treinadores desta primeira temporada (Tori, Jacqueline, Tazz e Al Snow) apenas o Josh Matthews se encontra actualmente na companhia.


As 2ª e 3ª temporadas seguiram um modelo semelhante, mas agora mais focado na competição entre os jovens do que na parte do "reality show" que foi consideravelmente reduzida. Ainda assim, na lista de participantes de ambas as temporadas tivemos um grupo bastante interessante na 2ª temporada, com as vencedoras Jackie Gayda e Linda Miles (aka: Shaniqua) a compartilharem o concurso com os actuais Matt Morgan (TNA e ex-WWE) e Kenny King (ROH) enquanto que a 3ª teve como maiores destaques os vencedores John Hennigan (John Morrison) e Matt Cappotelli, apesar da história que envolveu a concorrente Lisa seja algo que daria para escrever um livro, assim como o que eventualmente aconteceria com Matt Cappotelli em vésperas de ser chamado ao roster principal. Estas duas temporadas já trouxeram vários nomes que ficaram no mundo do pro-wrestling durante algum tempo (nomeadamente o Morrison e o Morgan, os dois que demonstraram claro potencial para serem estrelas no entretanto) e, assim, talvez cumprir com o que a WWE esperava do programa a longo prazo: a selecção de novos talentos, jovens e com grande potencial para poderem liderar a companhia no futuro. Claro que, vendo este objectivo do programa da altura é natural tecerem-se comparações com o agora webshow NXT, e elas existem de facto. É só trocar o "aprender a lutar e ganhar um contrato" com o "mostrar aos chefes que já estamos prontos para o grande público" como objectivo dos atletas e temos a coisa feita.

Mas ainda assim, nenhuma temporada do Tough Enough se pode comparar tanto com o NXT como a 4ª. Decorria o ano de 2004 e o acordo entre a WWE e a MTV tinha terminado, deixando a companhia sem estação onde transmitir o programa. Assim a WWE decidiu fazer uso da sua programação já existente e dar algum tempo de antena para o concurso. E assim teve lugar o "Million Dollar Tough Enough", que aqueles que acompanhavam a Velocity (e já tínhamos o Josh Matthews por lá) na nossa TV então devem-se lembrar de alguns pormenores do dito, que decorreu durante a programação da Smackdown. Dos 8 participantes iniciais, 1 foi eliminado quase imediatamente, com Marty Wright a ser o infeliz ao mentir sobre a sua idade. Ainda assim, não seria a última vez que o veríamos na programação da WWE. Lembram-se desta bela cara?


Dos restantes 7 apenas 2 nunca apareceriam mais na programação da WWE (Chris Nawrocki e Justice Smith). Sobram assim 5: Daniel Puder foi o vencedor e teve direito a participar na Royal Rumble (onde levou um arreio. Aparece de quando em vez no Japão para levar mais arreios); Nick Mitchell tornou-se num dos irritantes cheerleaders do Spirit Squad; Daniel "Rodzilla" Rodimer apareceu algumas vezes na Heat no seu tempo no plantel principal (acho que apenas apareceu na RAW 1 vez, naquele célebre segmento em que o Vince anda pelo backstage antes da sua limusina explodir); Ryan Reeves decidiu tornar-se membro de um grupo de rookies que dominava a WWE após a primeira temporada do NXT (com o nome Skip Sheffield) e por último temos um tal de Mike Mizanin.


Esta última temporada do Tough Enough pode ser considerada um proto-NXT. Não havia a cena dos "pros" e "rookies", é certo, mas os desafios, a votação a meias entre público e treinadores e as situações em que colocavam os concorrentes são em tudo semelhantes ao que mais tarde teríamos no NXT. Certamente que o ressurgir do Tough Enough dentro de umas semanas não vem do nada: a popularidade do The Ultimate Fighter, um programa da UFC de moldes semelhantes ás primeiras temporadas do Tough Enough, a incessante busca por publicidade e novas estrelas por parte da WWE e a vontade em renovar o plantel que tem sido bastante evidente nestes últimos meses com caras novas e com o mínimo possível de interferência dos "mesmos de sempre" (fora o período da Wrestlemania. Aí a WWE liberta os seus limites e "vale tudo) trazem ao de cima a necessidade de regressar com este programa, especialmente agora que o NXT não é transmitido em estações televisivas norte-americanas. Além disso, parece-me, vá, "engraçado" olhar para os participantes dos antigos Tough Enoughs, respectivos treinadores e situações que ultrapassaram e ver o quão eventualmente ajudaram a mudar e a moldar (não no geral mas em pequenas pormenores na maioria das vezes) a WWE que vemos hoje.

E agora deixo-vos com algo que quero que se repita nesta edição do TE (num momento em que o meu "parceiro" de Sábados vai certamente gostar):



Agora a pergunta que vos deixo, dito tudo isto é: será então o Tough Enough algo realmente necessário para a WWE (considerando o que disse em cima e considerando o que resultou dos participantes nas edições do concurso)? Ou será apenas uma tentativa de publicidade ajudada por todo o burburinho que agora surge por causa da Wrestlemania (dada a sempre presente vontade de expandir a demografia e quantidade de fãs dos seus espectáculos)?

Bem, acho que é tudo (além de um, ya, eu sei, isto hoje saiu algo mais informativo que artigo de opinião, não estou em modo "critico" no dia de hoje), espero que gostem e...

LARIATOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO~!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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